Francisco José Carlos Ambrósio Estanislau de Áustria-Este (em italiano: Francesco Giuseppe Carlo Ambrogio Stanislao d'Asburgo-Este; em alemão: Franz Joseph Karl Ambrosius Stanislaus von Österreich-Este) (Milão, 6 de outubro de 1779 - Módena, 21 de janeiro de 1846), foi duque de Módena, Régio e Mirandola (desde 1815), duque de Massa e príncipe de Carrara (desde 1829), arquiduque da Áustria, príncipe real da Hungria e Boêmia.
Biografia
Família
Francisco era o primogênito de Fernando Carlos de Áustria-Este, governante do Ducado de Milão, arquiduque da Áustria e fundador da Casa de Habsburgo-Este, ramo colateral da Casa da Áustria; e de Maria Beatriz d'Este, duquesa de Massa, princesa de Carrara e senhora de Lunigiana. Seus avós paternos foram o imperador Francisco I e a imperatriz Maria Teresa; enquanto seus avós maternos foram Hércules III de Módena e Maria Teresa Cybo-Malaspina, duquesa de Massa, princesa de Carrara e senhora de Lunigiana.
Francisco IV tinha parentesco com membros das casas reais mais importantes da Europa: sobrinho de Maria Antonieta e Luís XVI de França, primo irmão de Francisco I das Duas Sicílias, Francisco I da Áustria, Luís I da Etrúria, Luís XVII de França e Fernando III da Toscana, primo em segundo grau de Luís Filipe I de França, Maria Luísa da Áustria, imperatriz de França e Maria Leopoldina da Áustria, rainha de Portugal e imperatriz do Brasil, cunhado e genro de Vítor Emanuel I da Sardenha e cunhado de Carlos Teodoro da Baviera.
Governo
O duque tinha verdadeira obsessão contra a Carbonária, chegando a emitir, num curto espaço de tempo, dois éditos contra essa sociedade, sendo que o segundo agravava as sanções discriminadas no primeiro.
Em 1820, o Tribunal de Justiça do Estado da Rubiera processou quarenta e sete pessoas acusadas de serem carbonários. Os indiciados foram condenados a cumprir penas de prisão e trabalhos forçados e dois deles foram condenados à pena de morte. O duque, a quem cabia o poder de validar as decisões judiciais e de conceder clemência, confirmou algumas penas e reduziu as penas impostas a alguns condenados. Das duas condenações à morte, Francisco IV confirmou apenas uma, contra Giuseppe Andreoli, que foi decapitado pouco depois. Segundo o duque, o fato de Giuseppe ser um sacerdote católico agravava a ofensa cometida contra o estado (de fato, Giuseppe apoiava a conciliação da Igreja com os ideais do Risorgimento).
Os cronistas da época, especialmente os adversários políticos e partidários do Risorgimento, descrevem o governo de Francisco IV como ditatorial e sanguinário. O livro Ciro Menotti e i suoi compagni, escrito pelo oficial garibaldino Taddeo Grandi, relata as atrocidades cometidas pela polícia do Ducado, que era comandada pessoalmente pelo duque.
Casamento e filhos
Casou-se em Cagliari, em 20 de junho de 1812, com Maria Beatriz Vitória de Saboia, filha de Vítor Emanuel I da Sardenha e de sua irmã, a princesa Maria Teresa de Áustria-Este. O casal teve quatro filhos:
- Maria Teresa (1817-1886), casada com Henrique, Conde de Chambord, sem descendência.
- Francisco V (1819-1875), casado com a princesa Aldegunda da Baviera, com descendência.
- Fernando Carlos (1821-1849), casado com a arquiduquesa Isabel Francisca de Áustria-Toscana, com descendência.
- Maria Beatriz (1824-1906), casada com João de Bourbon, infante de Espanha, com descendência.
Morte
Francisco IV morreu em Módena, em 21 de janeiro de 1846, aos 66 anos de idade. Seu corpo foi sepultado na Igreja de São Lourenço, em Módena.
Ancestrais
Ancestrais de Francisco IV de Módena
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Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas