Aos oito anos de idade, a sua tia internou-o num mosteiro carmelita na Toscânia. A vida religiosa, porém, não lhe caiu bem, como descreve Giorgio Vasari em seu livro "As Vidas dos Artistas":
"Ao invés de estudar, ele passava todo o tempo rabiscando desenhos em seus livros e nos dos outros, o que naturalmente levou a que o monsenhor lhe desse todas as oportunidades possíveis para que aprendesse a pintar."
Durante trabalhos na cidade de Prato, apaixonou-se por uma noviça chamada Lucrezia Buti filha de Francesco Buti e Caterina Ciacchi. Com ela teve um filho, Filippino Lippi, que também se tornou pintor.
Biografia
Lippi nasceu em Florence em 1406. Quando ainda era criança, perdeu seus pais e foi enviado para morar com sua tia Mona Lapaccia. No entanto, por ser muito pobre para criá-lo, ela o colocou no convento carmelita, próximo à vizinhança. Ele tinha oito anos quando partiu para o convento e começou sua educação lá. Em 1420, foi admitido na comunidade dos frades carmelitas, em Florença, fazendo votos religiosos no ano seguinte, aos dezesseis anos. Ele foi ordenadosacerdote em aproximadamente 1425 e morou nesse convento até 1432[2].
Giorgio Vasari, o primeiro historiador da arte do Renascimento, escreve que Lippi foi inspirado a se tornar pintor ao assistir Masaccio no trabalho na igreja Santa Maria del Carmine. Os primeiros trabalhos de Lippi, como Tarronia Madonna (Galleria Nazionale, Roma), mostram essa influência de Masaccio[3]. Devido ao interesse de Lippi, o prior decidiu dar-lhe a oportunidade para aprender a pintar.
Em 1432, Filippo Lippi saiu do mosteiro, embora não tenha sido liberado de seus votos. Em uma carta datada de 1439, ele se descreve como o mais pobre frade de Florença, acusado de manter seis sobrinhas casadas. De acordo com Vasari, Lippi passou a visitar Ancona e Nápoles, onde foi capturado por piratas da Barbária e manteve-se como um escravo branco. Sua habilidade em retratos ajudou a libertá-lo,[4] pois ele teria pintado um retrato do chefe dos piratas com carvão, o chefe, impressionado, teria-o libertado.[5] Louis Gillet, escrevendo para a Enciclopédia Católica, considera esta história "certamente nada além de um romance".
Com o retorno de Lippi a Florença em 1432, suas pinturas se tornaram populares, garantindo o apoio da família Medici, que encomendou A Anunciação e os Sete Santos. Cosimo de Medici teve que trancá-lo para obrigá-lo a trabalhar, e mesmo assim o pintor escapou por uma corda feita de seus lençóis. Sua vida incluiu muitos contos semelhantes de ações judiciais, queixas, promessas quebradas e escândalos[6].
O fim da vida de Lippi foi passado em Espoleto, onde foi comissionado para pintar cenas da vida da Virgem para a abóbada da catedral. Lippi morreu em Espoleto, em ou próximo a 8 de outubro de 1469. O modo de sua morte é uma questão de disputa. Foi dito que o papa concedeu que Lippi se casasse com Lucrezia, mas antes que a permissão chegasse, Lippi tinha sido envenenado pelos parentes indignados da própria Lucrezia ou de uma senhora que a havia substituído nas afeições do pintor inconstante.[7]