O termo formiga-leão[1] é a designação comum aos insetos neurópteros da família dos Myrmeleontidae(Mirmeleonídeos),[2] cujas larvas de quem o nome vulgar deriva, são providas de longas mandíbulas e se enterram no fundo de um funil cônico por elas construído na areia para capturar presas.[3]
Também são conhecidos pelos nomes de formigão, furão, joão-torrão, mirmeleão, piolho-de-urubu e tatuzinho.[4][5][6]
Apesar do nome vulgar, estes insetos não pertencem ao grupo das formigas.
Características
São insetos de distribuição neotropical; pertencem à ordem Neuropta, que são todas predadoras tanto na fase larval quanto na adulta.[3]
Mede 4 cm de comprimento 8 cm de envergadura, possuem antenas filiformes. O adulto possui dois pares de asas, que quando paradas, cobrem o corpo como um abrigo. Voa apenas ao anoitecer ou à noite. A larva da formiga-leão pode jejuar durante oito meses, e a ninfa se torna adulta em um mês. A vida de um formiga-leão adulta é muito curta: vai da primavera ao outono.
Suas armadilhas levam as presas a ficarem tentando sair do funil que constrói como armadilha, ocasião em que estas arremessam-lhe partículas visando que caia até o fundo quando então realizam o ataque, injetando a saliva digestiva com as mandíbulas, com as quais manipula as presas a fim de enfraquecê-las e enterrá-las.[7]
Armadilhas
As larvas da formiga-leão tem por principal característica a construção de uma armadilha em terrenos arenosos, no formato de funil, que servem para capturar o alimento; influem principalmente na escolha do solo para a construção dos funis, além do solo arenoso, o tamanho das partículas, a possibilidade de perturbação do meio, a disponibilidade de presas, a temperatura do solo e a "densidade coespecífica", e é comum que construam os funis sob plantas, pedras ou troncos onde ficam protegidas da chuva, sol ou pisoteio - embora não raro possam ser encontrados longe de qualquer desses meios de proteção.[8]
O diâmetro dessas armadilhas varia entre 2 a 5 cm, a depender do tamanho da larva e ainda da presença de umidade; assim, à medida em que a larva cresce necessita de mais alimentos, de forma que estudos apontam para a relação entre o tamanho da armadilha e o comprimento da larva.[3]
A distribuição das armadilhas revela a competição entre as larvas e podem apresentar equidistância entre elas, e o aumento no tamanho da armadilha parece aumentar também sua eficácia, uma vez que a possibilidade pegar mais presas e de maior tamanho aumenta.[3] Também a presença de várias armadilhas próximas permite que, por resultado de "efeito de ricochete", a captura se torne facilitada quando a presa passa por várias armadilhas e, assim, fica mais enfraquecida - o que permitiria que larvas menores tenham sucesso embora com armadilhas pequenas.[7]