A final da Copa do Mundo FIFA de 2002 foi disputada em 30 de junho no International Stadium, na cidade de Yokohama no Japão, entre a Seleção Brasileira e a Seleção Alemã. Foi a primeira vez que as duas equipes se confrontaram numa Copa do Mundo,[1] a sétima vez que a Alemanha disputava uma final de Copa do Mundo, e a sexta do Brasil (sendo a terceira de forma consecutiva), já que em 1950 não houve uma final propriamente dita, e sim uma rodada final de um quadrangular.
Ao final de 90 minutos, o Brasil venceu a Alemanha por 2–0, com Ronaldo Nazário sendo o autor de ambos os gols. Com isso, o Brasil se tornou pentacampeão mundial, feito até hoje não igualado por mais nenhuma seleção. A Alemanha perdeu a final da Copa do Mundo pela quarta vez, mais um recorde no torneio.
O Brasil se tornou, também, a primeira e única equipe a conquistar a Copa do Mundo em 3 continentes diferentes (Europa, Ásia e Américas).
Ao vencer todos os 7 jogos dentro dos 90 minutos regulamentares, o Brasil igualou um feito somente conseguido uma única vez na história das Copas: na Copa de 1970, a Seleção Brasileira também vencera todos os seus jogos (naquela ocasião, porém, a Seleção disputou 1 partida a menos). Esse feito só aconteceu essas 2 vezes até hoje.
Foi ainda a segunda e última vez que uma Seleção chegou a terceira final consecutiva, permitindo que o lateral Cafu disputasse sua terceira final consecutiva, feito até então único e ainda não igualado por ninguém.
Caminho até à Final
Detalhes da partida
Antecedentes
Equipe
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Aparições em finais anteriores (negrito indica vencedores)
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Brasil
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6 (1950, 1958, 1962, 1970, 1994, 1998)
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Alemanha
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6 (1954, 1966, 1974, 1982, 1986, 1990)
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Pré-Jogo
Esta foi a quarta final consecutiva em que algum jogador estava suspenso, já que o meia alemão Michael Ballack, maior estrela da seleção alemã, recebeu cartão amarelo na semifinal contra os coreanos por uma entrada por trás em cima de Lee Chun-soo e ficou de fora da final. Ele já havia recebido um amarelo nas quartas de final.[2] Para ocupar o seu lugar no meio do campo, o técnico alemão Rudi Völler escolheu Jens Jeremies.
Por pouco o treinador da Alemanha não teve mais um jogador suspenso por cartões amarelos na final da Copa. Por um erro do árbitro que apitou Alemanha x Estados Unidos, o atacante Oliver Neuville havia recebido um cartão amarelo. Porém, a delegação alemã entrou com uma representação junto à Fifa e, com imagens de vídeo, conseguiu provar que a falta que havia sido cometida pelo reserva Jens Jeremies.[3]
O Brasil chegava à final sem desfalques ou lesionados.
Além disso, ambas equipes chegavam à final da Copa do Mundo apesar de desacreditadas antes do início da competição. O Brasil só garantiu a classificação na última rodada das eliminatórias, e a Alemanha teve de disputar a repescagem contra a Ucrânia para chegar à competição.[1]
Ronaldo foi para o jogo com um corte de cabelo à la Cascão, da turma da Mônica. Anos depois, ele afirmou, em entrevista ao jornal “The Sun”, que o corte de cabelo estranho foi uma estratégia para mudar o foco dos comentários que eram feitos sobre as condições dele a poucas semanas do mundial. “Minha virilha estava doendo. Eu estava apenas 60%. Então raspei a cabeça. Todo mundo falava apenas do meu problema físico. Quando eu cheguei para treinar com aquele corte de cabelo, todos pararam de falar da lesão”, afirmou.[4]
Resumo da Partida
A fase inicial do jogo viu a Alemanha propor um jogo e o Brasil tentando explorar situações de contra-ataque; os alemães, porém, nunca conseguiram se tornar realmente perigosos.
O primeiro chute a gol veio somente aos 20. Após linda assistência de Ronaldinho Gaúcho, o atacante brasileiro Ronaldo, cara a cara com o goleiro, chutou pra fora.
No final da primeira parte do jogo, o Brasil avançou com mais continuidade, criando várias chances de gol, incluindo um chute de Kléberson que bateu na trave, e um voleio de Ronaldo defendido pelo goleiro alemão.
O segundo tempo basicamente seguiu o mesmo roteiro com o qual o jogo havia iniciado. A primeira chance de gol da segunda etapa veio com uma cobrança de falta num chute forte do atacante alemão Neuville, o goleiro Marcos fez uma excelente defesa.
Aos 68 ', o Brasil assumiu a liderança: um chute de Rivaldo não segurado por Kahn acabou nos pés de Ronaldo, que não teve dificuldade em empurrar a bola para a rede. Aos 79 ' ainda era o fenômeno fazer o segundo gol da partida, desta vez com um chute após um corta-luz de Rivaldo em um passe no meio de Kléberson.
Depois disso, a Alemanha ainda teve uma chance, mas Marcos novamente fez uma bonita defesa. O apito final de Collina sancionou a vitória do verdeoro, que alcançou o quinto título mundial em sua história.
Ficha Técnica
Estatísticas
- Gerais[5]
Estatística
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Alemanha
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Brasil
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Gols marcados |
0 |
2
|
Chutes |
12 |
9
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Chute a gol |
4 |
7
|
Posse de bola |
56% |
44%
|
Escanteios |
13 |
3
|
Faltas cometidas |
21 |
19
|
Impedimentos |
1 |
0
|
Cartões amarelos |
5 |
7
|
Cartões amarelos seguidos de vermelho |
0 |
0
|
Cartões vermelhos |
0 |
0
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Pós-Jogo
Apesar de estar presente, o imperador japonês Akihito não participou da cerimônia de apresentar aos vencedores o troféu da Copa do Mundo, pois isso não fazia parte dos costumes japoneses.[6] O presidente da FIFA, Sepp Blatter, e o ex-jogador e três vezes vencedor da Copa do Mundo pelo Brasil, Pelé, entregaram o troféu ao capitão brasileiro Cafu em campo.
Ver também
Referências