Fernanda Coimbra (Lisboa, 14 de julho de 1903 - 11 de outubro de 1991) foi uma actriz portuguesa.[1][2]
Biografia
No início dos anos 30 começou por fazer comédia, drama e teatro radiofónico, tendo mais tarde também trabalhado em televisão. Antes já frequentara o Conservatório Nacional para aprender Canto e Violino, mas acaba por desistir por não estar satisfeita com o ensino ali praticado. Estreia-se em opereta, o que a leva a ser deserdada pela família que não aceita que uma Coimbra (apelido) siga a vida de artista. Nessa mesma opereta conhece aquele que viria a ser o primeiro marido, o mulherengo Armando Nascimento. Das operetas que fez no Coliseu e com o desaparecimento deste género teatral, Fernanda Coimbra passa para a revista e representa no Teatro APOLO. Cinco anos após o casamento, divorcia-se de Armando Nascimento. Casa de novo em 1937 com o Visconde de Silvares com quem se manteve casada até 1952, vindo a abandonar o teatro por imposição do marido. Mas, Fernanda Coimbra foi sempre uma espectadora assídua dos teatros, embora as lágrimas lhe saltassem dos olhos e pensasse que nunca mais pisaria um palco. Aos 37 anos de idade, o Visconde surpreende Fernanda Coimbra ao oferecer-lhe um camarim montado na cave da sua grande casa. Em 1952 vê-se viúva e com quatro anciãs às suas custas: uma tia do marido, a mãe, uma prima, e uma irmã da mãe) e devido às dificuldades financeiras decide voltar ao teatro. Regressa em 1953 na Companhia de Alma Fora.
Ao longo da sua carreira participou em várias companhias sendo de destacar a Companhia do Teatro Experimental de Cascais, o Teatro Nacional Dona Maria II e por fim a Companhia do Teatro Vasco Santana de Luzia Maria Martins e Helena Felix, onde se manteve até falecer aos 88 anos de idade.Trabalhou ao lado dos grandes da sua época, participou em televisão nas peças A Maluquinha de Arroios (ao lado de Luísa Salgueiro e Maria Albergaria) , A Senhora Ministra (ao lado de Ana Zanatti), entre outras.[3][4][5][6]
Morte
Morreu no dia 11 de outubro de 1991, aos 88 anos. Antes de falecer, redigiu uma carta, que, a seu pedido, foi lida no dia do funeral:
Caríssimos colegas de profissão (não menciono nomes com receio de me esquecer de alguns, pois nunca gostei de ferir ninguém) sirvo-me da minha querida filha Rosaura para me escrever esta mensagem em virtude de já estar muito trémula e com pouca visão. Nada de choros e lamentações, pensem antes que fui fazer uma grande digressão para dar um grande espectáculo para os anjinhos, contratada por São Pedro. Sofro um bocado, mas com o meu temperamento penso: morro de pé! Como as árvores! Obrigado a todos aqueles que se interessaram por mim na minha doença e que agora me acompanham à minha última casa. Não vou dizer que a minha casa está às vossas ordens porque não iriam aceitar!!!!!! Um grande beijo desta velhota que sempre vos admirou e sempre nutriu carinhos pelos jovens. Fernanda Coimbra
Televisão
Cinema
Teatro
Referências
«A Actriz Fernanda Coimbra, "a sogra do Duarte, na série da RTP, Duarte & Companhia", aqui recordada no dia em que passam 114 anos sobre o seu nascimento.». Ruas com história. 14 de julho de 2017. Consultado em 25 de agosto de 2020 </ref> [1]
Ligações externas
Programa Já Está - Fernanda Coimbra é entrevistada por Joaquim Letria
Retalhos da Vida de Um Médico: Ana Maria: Pavia 1947
Lá em casa tudo bem: episódio domingo à tarde
- ↑ «MatrizNet». www.matriznet.dgpc.pt. Consultado em 25 de agosto de 2020