Euclides Bueno Miragaia nasceu em São José dos Campos no dia 21 de abril de 1911, filho de José Miragaia e Emília Bueno Miragaia. Estudou na Escola de Comércio Carlos de Carvalho e na época trabalhava como auxiliar no Cartório de seu tio, na capital paulista.[1]
Em 23 de maio de 1932, participou da manifestação ocorrida na frente do prédio do Partido Popular Paulista, na rua Barão Itapetininga, Praça da República, em São Paulo. Esta organização (anteriormente denominada de "Legião Revolucionária") era encabeçada por Miguel Costa e congregava militares, políticos e ex-integrantes da Coluna Prestes, e servia como suporte político-militar para os interesses da ditadura de Getúlio Vargas então vigente. Naquela ocasião, alguns manifestantes tentaram invadir a sede daquela organização, e como resposta os soldados então situados dentro do prédio se posicionaram nas janelas e lá iniciaram fuzilaria sobre os manifestantes. Miragaia foi um dentre aqueles que foram alvejados e veio a óbito no mesmo local, tendo sido sepultado em sua cidade natal.[1][2]
Após a tragédia que marcou suas vidas, os seus país, José Miragaia e Emília Bueno Miragaia, mudaram-se para Birigüi onde um dos irmãos de Euclides, Joaquim Miragaia chegou a jogar no conhecido time Bandeirante de Birigüi, do qual posteriormente se tornou diretor. Sua prima Vicentina Miragaia Mendes (a Jaú) foi jogadora da seleção feminina de basquetebol de 1951.[3]
A Avenida 23 de Maio, na cidade de São Paulo, leva esse nome para marcar o dia da morte dos rapazes do MMDC e em sua homenagem. Assim como, em Birigüi, a avenida Euclides Miragaia recebeu esse nome em homenagem ao mártir, ela que com mais de cinco quilômetros de extensão, foi durante muitos anos a única via de entrada e saída da cidade. Em sua cidade natal, São José dos Campos, Euclides Miragaia também foi homenageado, tendo seu nome batizado uma rua central da cidade, além de uma escola estadual.[3][4]
Em 2004, foi acrescido ao MMDC a letra "A", em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga que, também ferido naquele episódio, veio a falecer após mais de 2 meses internado.[5][6]