Estêvão Coelho
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Nascimento
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1290
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Morte
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1336 (45–46 anos)
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Cidadania
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Portugal
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Progenitores
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Filho(a)(s)
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Pero Coelho
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Ocupação
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poeta
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Estêvão Coelho (século XIII) foi um trovador português.
Deverá tratar-se de Estêvão Peres Coelho, designado nos Livros de Linhagens por Estêvão Coelho de Riba Homem (localidade nas Terras de Bouro doada por Afonso III de Portugal ao seu avô) e terá nascido no último quartel do século XIII. Documentado a partir de 1305, a sua atividade trovadoresca terá decorrido, pois, nas primeiras décadas do século XIV, ou seja, no período final da escola galego-portuguesa[1].
Biografia
Surge-nos pela primeira vez em 1305 como testemunha de um acordo celebrado entre uma senhora e a Ordem do Hospital.
Três anos depois envolveu-se em conflitos: um com o cabido bracarense e outro com a sua tia Leonor Esteves.
Tinha o seu património em Santarém e as Inquirições de 1307-11 referem vários casais, lugares e casas nos j. de Regalados, de Bouro e de Entre-Homem-e-Cávado.
No entanto, é bem possível que, depois de uma eventual presença junto da corte - talvez reflectida nos diplomas de 1308 - se tenha estabelecido mais a norte, em virtude nos bens herdados de sua mãe, na Terra de Santa Maria. Com efeito, em 1322 encontrava-se em Vila Nova de Gaia, onde confirmou um dote relativo a Afonso Rodrigues Ribeiro[2].
Terá falecido ainda relativamente jovem, talvez por volta de 1330, ano em que sua esposa assinou um documento de permuta de propriedades no qual Estêvão Coelho já não é referido[1].
Dados genealógicos
Era neto do também trovador João Soares Coelho e filho de Pero Anes, vassalo do infante D. Dinis, futuro Dinis I de Portugal (1279-1325).
Desposou Maria Mendes Petite, ligada aos mosteiros de Canedo e de Grijó, e que, estando viúva, se dedicou à fundação do Mosteiro de São Domingos das Donas de Vila Nova de Gaia.
Deste casamento nasceram os seguintes filhos:
- João Esteves Coelho, o Velho.
- Estêvão Esteves Coelho, cavaleiro, c.c. Senhorinha Afonso Ribeiro e com Maria Fernandes de Meira.
- João Esteves Coelho II
- Soeiro Mendes Coelho, cavaleiro, c.c. Beatriz Afonso de Baião.
- Pero Esteves Coelho, cavaleiro, c.c. Aldonça Vasques Pereira, célebre pela participação no assassinato de Dona Inês de Castro.
- Branca Pires Coelho, que casou primeiro com João Pires de Alvim e de Gonçalo Garcia.
- Margarida Esteves Coelho, freira.
Actividade trovadoresca
A sua actividade poética encontra-se documentada entre o segundo e o terceiro quartéis do século XIII.
Está presente nos "Cancioneiro da Vaticana" e "Cancioneiro da Biblioteca Nacional" com apenas duas cantigas de amigo, uma das quais, a composição "Sedia la fremosa seu sirgo torcendo" (CV 321), é visivelmente influenciada pela "chanson de toile" provençal.
Referências
- ↑ a b Estevão Coelho, Cantigas Medievais Galego-Portuguesas, por Pizarro, José Augusto (1999), in Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, pp. 466-467.
- ↑ José Augusto (1999), in Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, pp. 466-467.
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