D. Estefânia recebeu, naturalmente, educação católica.
Quando D. Estefânia tinha onze anos, o pai abdicou dos seus direitos ao principado em nome do rei da Prússia, e mudou-se com a família para o Palácio de Jägerhof, em Düsseldorf, onde cresceu no meio de belos jardins.
Eles passaram sua lua-de-mel em Sintra, passeando de braços dados pela serra repetidas vezes.
D. Pedro V, para impressionar a sua consorte, não poupou despesas com a decoração dos aposentos de D. Estefânia, no Palácio das Necessidades. Mandou vir de Paris móveis, candeeiro, carpetes e tecidos para estofos e cortinados.[2]
D. Estefânia escreveu cartas íntimas à sua mãe, em francês. Numa delas, ela critica a alta sociedade portuguesa: "Os portugueses têm o sentido do luxo e da pompa, mas não o da dignidade".[3]
Embora tivesse sentido saudades das margens do Reno e não tivesse gostado do calor e da aridez de Lisboa, D. Estefânia escreveu que apreciara Sintra e Mafra. A companhia do sogro, D. Fernando II, não lhe agradava.
Juntamente com o marido, D. Estefânia fundou diversos hospitais e instituições de caridade, o que lhe granjeou uma grande aura de popularidade entre os portugueses de todos os quadrantes políticos e sociais.
Cerca de um ano e dois meses depois do seu casamento, a rainha faleceu aos vinte e dois anos de idade, vítima de difteria. A doença teria sido contraída durante uma visita a Vendas Novas.[4] As suas últimas palavras terão sido: Consolem o meu Pedro.[5]
No seu artigo A Partenoplastia: Ensaio de medicina ética sobre a revirginização (revista A Medicina Contemporânea, Ano 27, 1909) Ricardo Jorge escreveu que “a rainha D. Estefânia, esposa de D. Pedro V, morreu, como é conhecido, da difteria: à medida que as falsas membranas se espalhavam pela vulva, os médicos examinaram-na e ficaram surpreendidos por encontrar o hímen intacto.” Acrescentando que a informação que estava a revelar era conhecida “por tradição nunca divulgada até hoje”.[6]
O rei viúvo faleceu dois anos mais tarde, de febre tifoide, sem nunca ter mostrado intenção de voltar a casar.
Informações do arquivo
As cartas da Rainha Estefânia escritas de Portugal para sua mãe, Josefina de Baden, entre 1858 e 1859 estão preservadas no arquivo da família Hohenzollern-Sigmaringen, que está no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen) na cidade de Sigmaringa, Baden-Württemberg, Alemanha.[7]
As cartas da Rainha Estefânia escritas de Portugal para seu irmão, Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, entre 1858 e 1859 também estão preservadas no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen).[8]
Títulos, estilos e honrarias
Títulos e estilos
15 de julho de 1837 – 18 de maio de 1858: "Sua Alteza Sereníssima, a Princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen"