Esta estação situa-se cerca de um quilómetro a sudeste do centro (Fonte do Paço) da localidade nominal, no Largo da Estação, na Rua Fernão Lopes, e na Avenida Dom Nuno Álvares Pereira (=EN216).[3]
Infraestrutura
Na década de 1980, esta estação apresentava três vias de circulação (I, II, e III) e uma via de resguardo (IV).[4] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Bragança).[5][6][4]
Em 19 de Abril de 1902, foi assinado o contrato com o empresário João Lopes da Cruz para a construção do troço de Mirandela a Bragança, tendo sido estipulado que este caminho de ferro teria de passar por Macedo de Cavaleiros.[7] Em 30 de Junho de 1903, foi autorizado o trespasse da concessão para a Companhia Nacional de Caminhos de Ferro.[8]
Em Junho de 1905, previa-se que no mês seguinte se inaugurasse o lanço entre Mirandela e Quintela, contando desde logo com uma estação em Macedo de Cavaleiros.[9] No entanto, no mês seguinte já se esperava que o troço de Grijó a Macedo de Cavaleiros entrasse ao serviço nos finais de Agosto.[10] Em Setembro ainda não se tinha concluído o assentamento da via entre Romeu e Macedo, esperando-se que aquela secção fosse aberta até ao final de Outubro, enquanto que o troço seguinte, até Quintela, devia abrir entre os finais de Setembro ou princípios de Outubro.[11]
Inauguração e continuação até Sendas
Como previsto, a linha entre Romeu e Macedo de Cavaleiros entrou ao serviço em 15 de Outubro de 1905.[12] No entanto, só no dia seguinte, durante a cerimónia de inauguração, é que partiu o primeiro comboio, que saiu com destino a Mirandela entre lançamento de foguetes e animação musical.[13]
Uma portaria de 16 de Dezembro desse ano autorizou a abertura do troço seguinte, até Quintela[13] (mais tarde renomeada Sendas), mas este só abriu no dia 18 de Dezembro.[12]
Nos primeiros anos do Século XX, a Companhia Nacional instituiu um serviço rápido de Bragança a Tua, com paragens em várias estações, incluindo Macedo de Cavaleiros; o propósito era dar ligação ao Comboio Porto-Medina, que percorria a Linha do Douro no seu trajecto entre São Bento e a cidade espanhola de Medina del Campo.[14]
Em Janeiro de 1914, ocorreu uma greve geral dos ferroviários, que provocou graves distúrbios na circulação dos caminhos de ferro; por exemplo, os grevistas impediram que saísse de Lisboa uma carruagem, que tinha sido alugada para transportar os restos mortais do professor Abel Aníbal de Azevedo, que tinha como destino Macedo de Cavaleiros.[16]
O Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, introduziu o Plano Geral da Rede Ferroviária, que tinha como objectivo regular os projectos das linhas férreas em território nacional, tendo uma das ligações programadas sido a Transversal de Chacim, de Macedo de Cavaleiros a Mogadouro, na Linha do Sabor.[17] Este troço, que teria cerca de 50 km de extensão,[18] faria parte da Transversal de Trás-os-Montes, que ligaria entre si as linhas de via estreita a norte do Doure: Sabor, Tua, Corgo, Tâmega, e Guimarães.[19] Esta ligação transversal nunca viria a ser construída.[carece de fontes?]
Em 1946, foi assinada a escritura da transferência da concessão da Companhia Nacional para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que iniciou a exploração da Linha do Tua em 1 de Janeiro do ano seguinte.[21]
No dia 3 de Setembro de 1955, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses organizou uma viagem experimental ao longo da Linha do Tua, para testar uma nova automotora; no regresso a Tua, a automotora parou na estação de Macedo de Cavaleiros, onde os passageiros desembarcaram para um almoço na Estalagem do Caçador, oferecida pelo chefe do distrito.[22] Nessa altura, o director geral da C.P., Roberto de Espregueira Mendes, declarou que em breve iriam ser feitas obras de reparação e ampliação na estação de Macedo de Cavaleiros.[22]
Encerramento
O lanço da Linha do Tua entre Mirandela e Bragança foi encerrado em 15 de Dezembro de 1991.[23]
Em 2022 entrou ao serviço o primeiro lanço da Ecopista do Tua, entre a antiga Passagem de Nível ao Km 80,333 e o Apeadeiro de Castelãos. No âmbito deste programa, foi recuperada a estação de Macedo de Cavaleiros, no sentido de se tornar na nova sede do Geopark Terras de Cavaleiros.[24]
↑«Parte Official»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (348). 16 de Junho de 1902. p. 181-18. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Parte Official»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (374). 16 de Julho de 1903. p. 237-240. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Há 50 anos»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1620). 16 de Junho de 1955. p. 197. Consultado em 10 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Linhas Portuguezas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 18 (423). 1 de Agosto de 1905. p. 234-235. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Linhas Portuguezas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 18 (427). 1 de Outubro de 1905. p. 298-299. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑MAIO, José da Guerra (1 de Maio de 1951). «O «Porto-Medina»»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1521). p. 87-88. Consultado em 5 de Janeiro de 2015
↑«Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 19 de Março de 2018 – via Biblioteca Digital de Portugal
↑SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1935). «Caminhos de Ferro em Trás-os-Montes: o que a lei manda»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1140). p. 262-272. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 5 de Janeiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑ ab«Linhas Portuguesas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1627). 1 de Outubro de 1955. p. 353. Consultado em 10 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«CP retira automotoras de Bragança». Público. Ano 3 (955). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. 15 de Outubro de 1992. p. 56
JACOB, João; ALVES, Vítor, S. A. e Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (2010). Bragança: Roteiros Republicanos. Col: Colecção Roteiros Republicanos. Volume 15. Matosinhos: Quidnovi, Edição e Conteúdos. 127 páginas. ISBN978-989-554-722-7
MARQUES, Ricardo (2014). 1914: Portugal no ano da Grande Guerra 1.ª ed. Alfragide: Oficina do Livro - Sociedade Editora, Lda. 302 páginas. ISBN978-989-741-128-1
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X