A Estação Arqueológica do Monte de São Martinho ou Castro do Monte de São Martinho é um povoado fortificado que apresenta planta irregular do qual subsistem alguns muros estruturais em alvenaria.[1][2]
Localiza-se numa elevação quartzítica com cerca de 400 m de altitude a sudeste de Castelo Branco, sobranceira ao rio Ponsul.
Embora alguns vestígios recolhidos no local indiquem a sua ocupação ainda no Neolítico, foi, sem dúvida, do Bronze Final e da I Idade do Ferro que nos chegaram mais evidências do povoado fortificado que acabaria por ser posteriormente romanizado entre os séculos I e IV d. C.
Do sistema defensivo original pouco mais resta do que alguns vestígios de muros de granito e alvenaria. No interior do povoado foi detectada a presença de algumas estruturas domésticas. As escavações realizadas no início do século XX permitiram localizar três estelas epigrafadas datadas da Idade do Bronze na zona exterior do complexo, junto à muralha.
A reutilização tão duradoura deste sitio arqueológico poderá ser compreendida à luz de alguns preceitos cultuais, evidenciados, quer durante os períodos mencionados, quer em épocas muçulmana, medieval e moderna, como parecem atestar as romarias realizadas ainda hoje em torno da capela de São Martinho[3].
Espólio
Os achados arqueológicos (machados de pedra polida; duas estelas gravadas e cerâmica de engobe brunida da época do bronze; moedas, fíbulas, aras, fragmentos cerâmicos e de vidro da época romana; moeda da época muçulmana) encontra-se no Museu Francisco Tavares Proença Júnior e no Museu Nacional de Arqueologia[4].
Júnior, Francisco Tavares Proença; Antiguidades I, Coimbra, 1903
Júnior, Francisco Tavares Proença; Archeologia do distrito de Castelo Branco. Uma contribuição para o seu estudo, Leiria, 1910
Almeida, João de; Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1948
Alarcão, Jorge de; Populi, Castella e Gentilitates. Revista de Guimarães. Volume Especial, I, Guimarães, Casa de Sarmento, 1999
Alarcão, Jorge de; A organização social dos povos do Noroeste e Norte da Península Ibérica nas épocaspré-romana e romana, ed. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra. 2003
Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior; II Congresso Internacional de Arqueologia, ed, Câmara Municipal e Castelo Branco, Castelo Branco, 2016
Referências
↑Segundo a tradição albicastrense, pode ter sido a antiga Pyrgileuci (em grego, ou Turres Albae em latim) ou Cattaleucos (em grego ou Ad Lucentum, em latim). ACINIPO; Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes