A Estátua equestre de Marco Aurélio é uma estátua romana antiga no Capitólio de Roma, na Itália. É uma estátua equestre de bronze com 4,24 metros de altura. Embora o imperador esteja montado, ela apresenta muitas similaridades com as tradicionais estátuas em pé de Augusto. A original está abrigada nos Museus Capitolinos e a versão atual, instalada ao ar livre na Piazza del Campidoglio, é uma réplica feita em 1981, quando a original foi removida para restauro.
Descrição
O tema geral da obra é o do poder e da grandeza divina — o imperador está representado em grandes dimensões e está gesticulando com a mão, como fazia Augusto nos seus retratos. Neste caso, o gesto pode também significar clemência — alguns historiadores argumentam que é possível que uma escultura de um inimigo caído, implorando por misericórdia, estivesse sob o casco erguido do cavalo, uma hipótese baseada em relatos medievais que sugerem que uma figura diminuta de um chefe bárbaro amarrado estivesse sob a pata direita do cavalo. Uma imagem deste tipo destinava-se a retratar o imperador como um conquistador vitorioso. Porém, sem armadura ou armas, Marco Aurélio parece um arauto da paz e não um herói militar, exatamente como ele via a si próprio e o seu reinado.
Ele cavalga sem estribos, uma inovação oriental que ainda não tinha chegado ao ocidente.
Apesar das numerosas estátuas equestres imperiais conhecidas pelas fontes, raros exemplares sobreviveram por causa do costume disseminado de derretê-las para reutilizar o metal para cunhar moedas ou em novas esculturas, principalmente nas fases finais do império. As estátuas romanas eram destruídas também porque os cristãos medievais acreditavam que elas fossem ídolos pagãos. A estátua de Marco Aurélio só não foi derretida porque, na Idade Média, ela foi identificada como sendo do primeiro imperador romano cristão , Constantino I, o Grande.[2] De facto, esta foi a única estátua de bronze de um imperador pré-cristão a sobreviver completa.
No período medieval, era uma das pouquíssimas estátuas romanas a permanecerem em local público. No século VIII, estava em frente ao Palácio de Latrão, de onde ela foi deslocada, em 1538, para a Piazza del Campidoglio (monte Capitolino) justamente quando Michelangelo estava a reorganizar a área.
Na noite de 29 de novembro de 1849, incitada pela revolucionária República Romana, uma procissão instalou a tricolore, a bandeira vermelha-branca-verde (a atual bandeira da Itália), na época um símbolo fortemente subversivo, nas mãos de Marco Aurélio.[3]
A estátua claramente estava revestida a ouro. De acordo com um mito local, a estátua transformar-se-á em ouro novamente no dia do Juízo Final.[4][5]