Entretanto, a partir da década de 2010, buscou-se diversificar a matriz energéticamaranhense e o estado também conta com usinas próprias: 5 usinas com capacidade total de 1.428 MW, utilizando gás natural; 2 usinas com capacidade de 330 MW, utilizando óleo combustível; 1 usina com capacidade de 360 MW, utilizando carvão mineral; 1 usina com capacidade de 354 MW, utilizando biomassa, e uma usina hidráulica com capacidade de 1.092 MW. Atualmente, o estado produz mais energia do que consome.[1]
Por sua posição geográfica, o Maranhão se constitui como um dos estados mais promissores na geração de energia limpa, com baixo impacto sobre o meio ambiente, apresentando grande potencial energético a partir de fontes solar, eólica, biomassa e maremotriz. O estado é auto suficiente em energia, desenvolve as cadeias produtivas e investe cada vez mais em tecnologia e conhecimento.[2]
A Usina Hidrelétrica de Estreito é capaz de gerar até 1.092 MW de potência, suficiente para atender a demanda de uma cidade com 4 milhões de habitantes, embora a energia média gerada seja de 641,1 MW. Localizada no rio Tocantins, em Estreito. Há ainda potencial hidrelétrico no rio Tocantins e na bacia do rio Parnaíba.
A usina é operada pelo Consórcio Estreito Energia (CESTE), formado pelas empresas Engie (40,07%), Vale (30%), Alcoa (25,49%) e InterCement (4,44%).[3]
A área do reservatório é de 555 quilômetros quadrados, com uma queda nominal de 18,94 metros. envolvendo parte de 12 municípios nos estados do Maranhão e Tocantins. Seu reservatório pode acumular um volume de água de até 5,4 bilhões de metros cúbicos.[4]
Na margem direita, em Estreito, no Maranhão, a geração possui oito turbinas. Na esquerda, em Aguiarnópolis e Palmeiras, no Tocantins, foi construído ao mesmo tempo o vertedouro com 14 comportas. A energia gerada em Estreito é levada para Imperatriz, no Maranhão, por uma linha de transmissão, de onde é distribuída para outras regiões do País.[5]
Eólica
O Complexo Eólico Delta 3 é o maior complexo dessa modalidade energética no estado. O complexo possui uma capacidade conjunta de produção de 221 megawatts e fica localizado em Barreirinhas e Paulino Neves.[2]
Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, entraram em operação as usinas Delta 5 I (27 MW), Delta 5 II (27 MW), Delta 6 I (24,3 MW) e Delta 6 II (29,7 MW), localizadas em Paulino Neves, totalizando 108 MW de capacidade.[2][6]
Em outubro e novembro de 2019, entraram em operação as usinas Delta 7 I (27 MW), Delta 7 II (35,1 MW) e Delta 8 I (35,1 MW), em Paulino Neves, acrescentando mais 97 MW de capacidade.[7][8]
Há novos projetos de instalação de usinas eólicas, aproveitando o potencial do litoral.[9]
Termelétrica
O parque termelétrico do Maranhão coloca o estado como o 4º maior produtor de energia termelétrica do Brasil.[10]
A exploração de gás na Bacia do Parnaíba tem capacidade de produzir 8,4 milhões de m³ de gás por dia, explorados pela empresa Eneva, com a implantação de 153 km de gasodutos,[11] ao custo do investimento de R$ 9 bilhões.[12]
O gás é utilizado na geração de energia. Com 1,4 GW de capacidade instalada, o Complexo Termelétrico Parnaíba é a segunda maior termelétrica a gás natural do país.[13]
O parque é dividido em: UTE Maranhão III, com capacidade instalada de 519 MW; UTE Maranhão IV, com capacidade instalada de 337,6 MW e UTE Maranhão V, com capacidade instalada de 337,6 MW, inauguradas em fevereiro e março de 2013, respectivamente; UTE Nova Venecia, com capacidade instalada de 176 MW, inaugurada em outubro de 2013; UTE Parnaíba IV, com capacidade instalada de 56 MW, inaugurada em dezembro de 2013.[14][15]
Possui duas plantas gêmeas (Geramar I e Geramar II) que utilizam óleo combustível, com capacidade de 165 MW cada uma, potência suficiente para abastecer toda a ilha de Upaon-açu (São Luís), em um total de 330 MW.[16]
Fica localizada a 5 km do Porto do Itaqui e utiliza a logística portuária para receber o carvão mineral e assim produzir energia. No berço 101 do Porto do Itaqui, há um descarregador de navios conectado a uma correia transportadora que leva o carvão até a usina.[1]
Pertencente à Suzano Papel e Celulose, fornece energia à sua fábrica em Imperatriz, que tem capacidade anual de produção de 1,65 milhão de toneladas de celulose.[9]
A UTE Suzano Maranhão tem capacidade de gerar 254,84 MW, funcionando em regime de autoprodução. Desse modo, é capaz de gerar energia elétrica para o uso próprio, abastecer o pólo químico para a produção de clorato de sódio, dióxido de cloro e oxigênio, e ainda exportar, ao Sistema Interligado Nacional, 100 MW excedentes.[18]
Matriz energética
Abaixo estão listadas as principais fontes geradoras da matriz energética maranhense e sua capacidade instalada:[3]
Tipo
Potência outorgada
Potência fiscalizada
Un.
%
Usina Termelétrica (UTE)
2.978 MW
2.495 MW
29
66,31
Parque Eólico (EOL)
426 MW
426 MW
16
9,48
Usina Solar (UFV)
0,262 MW
0,262 MW
3
0,01
Hidrelétrica (UHE)
1.087 MW
1.087 MW
1
24,20
Potencial energético maremotriz
O Maranhão possui uma das maiores variações de maré do mundo, o que influencia diretamente na formação do ambiente do litoral maranhense.[19] A proximidade do Equador e a configuração do relevo favorecem a amplitude das marés, que alcançam até 7,2 m nas marés de sizígias e penetram os leitos dos rios causando influências até cerca de 150 km do litoral.[20]
No entanto, em 75% do tempo, a amplitude máxima fica inferior a 5,5 metros.(com média de 4,9 m de amplitude).[21]
Estudos apontaram ainda no Maranhão duas áreas potenciais de maremotriz: a Baía de Turiaçu, que apresenta um dos maiores potenciais maremotrizes do litoral brasileiro, com mais de 3,4 GW de potencial disponível e é uma região rica em estuários, além de apresentar marés de até 7 m (propícias para este tipo de exploração energética) e o Estuário do Bacanga, situado na cidade de São Luís.[12]
↑[www.labogef.iesa.ufg.br/links/sinageo/articles/476.pdf «RELEVO DO ESTADO DO MARANHÃO: UMA NOVA PROPOSTA DE. CLASSIFICAÇÃO TOPOMORFOLÓGICA. FEITOSA, A. C»]. [S.l.: s.n.]