Elisabeth Domitien (1925 - Bimbo, 26 de abril de 2005) foi uma política centrafricana.
A Primeira-Ministra da República Centro-Africana (CAR) foi uma proeminente líder de negócios e ativista dos direitos das mulheres. Ela nasceu em Bangui, na antiga colônia de Ubangi-Shari, que atualmente é parte da África Equatorial Francesa. Ela pertence à etnia Mbaka (Ngbaka), que reside na região de Lobake.[1]
Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da República Centro-Africana e, por consequência, a primeira a ocupar este cargo no Continente Africano.[2]
Biografia
Primeiros anos
Recebeu instrução rudimentar em leitura e escritura em uma escola católica. Passou grande parte de seu tempo trabalhando no campo vendendo produtos agrícolas. Com o tempo, estabeleceu-se como agricultora e mulher de negócios. Aos 20 anos envolveu-se na luta pela libertação.[3]
Carreira
Mobilizou à população com seus discursos em Sangho. Converteu-se na chefa do grupo de mulheres no movimento de independência, o Movimento pela Evolução Social da África Negra (MESAN). Colaborou estreitamente com Barthélemy Boganda, o fundador do movimento. A independência da República Centro-Africana tornou-se independendente em 1960 e Domitien trabalhou como assessora política para o primeiro presidente da República Centroafricana, David Dacko, e o comandante em chefe Jean-Bédel Bokassa.[4]
Em 1972, Bokassa (que tinha tomado o poder em 1966) a nomeou vice-presidenta do MESAN e em 1973 dirigiu o primeiro congresso nacional de agricultores centroafricanos. Em 2 de janeiro de 1975 o presidente mudou o gabinete e nomeou a Domitien como primeira ministra. A nomeação, segundo analistas, deveu-se à declaração de 1975 como Ano Internacional da Mulher e Bokassa queria destacar a nível internacional com a nomeação de uma mulher em posição de liderança.[5][6]
No cargo, libertou detentos que tinham sido presos sem julgamento. Sua relação com Bokassa piorou quando ele quis se proclamar imperador. Como Domitien opôs-se ao plano, foi demitida junto com seu gabinete em 7 de abril de 1976.[3]
Depois da derrubada de Bokassa em setembro de 1979, Domitien foi presa e processada por encobrir a extorsão cometida pelo ex-presidente durante seu mandato como primeira ministra. Cumpriu uma breve condenação de prisão e foi julgada em 1980, sendo então proibida de regressar à política. Nos anos 1990 recebeu uma compensação pelo trato recebido. Continuou trabalhando como empresária até sua morte em 2005.[7]
Referências
- ↑ colaborador (3 de julho de 2020). «Elisabeth Domitien (1925-2005)». Biografias de Mulheres Africanas. Consultado em 3 de agosto de 2023
- ↑ Hoje na História - 2 de janeiro Barsa Saber
- ↑ a b Torild Skard (2014) "Elisabeth Domitien" in Women of power - half a century of female presidents and prime ministers worldwide, Bristol: Policy Press. ISBN 978-1-44731-5780
- ↑ Torild Skard (2014) "Elisabeth Domitien" in Women of power - half a century of female presidents and prime ministers worldwide, Bristol: Policy Press. ISBN 978-1-44731-5780
- ↑ Titley, Brian (1997). Dark Age: The Political Odyssey of Emperor Bokassa. Montreal: McGill-Queen's University Press. ISBN 0-7735-1602-6
- ↑ Torild Skard (2014) "Elisabeth Domitien" in Women of power - half a century of female presidents and prime ministers worldwide, Bristol: Policy Press. ISBN 978-1-44731-5780
- ↑ Torild Skard (2014) "Elisabeth Domitien" in Women of power - half a century of female presidents and prime ministers worldwide, Bristol: Policy Press. ISBN 978-1-44731-5780