Uma eleição presidencial foi realizada em Gana em 7 de dezembro de 2008, ao mesmo tempo que as eleições parlamentares.[1] Já que nenhum candidato recebeu mais de 50% dos votos, um segundo turno foi realizado em 28 de dezembro entre os dois candidatos mais votados, Nana Akufo-Addo e John Atta Mills.[2] Mills ganhou de Akufo-Addo no segundo turno, cujo resultado saiu em 3 de janeiro de 2009. Mills ganhou de Akufo-Addo por menos de 1% de diferença.[3]
Plano de fundo
Em 21 de dezembro de 2006, o ex-vice-presidente, John Atta Mills, que concorreu como candidato do Congresso Nacional Democrático (NDC) à presidência nas eleições de 2000 e de 2004, sem sucesso, foi escolhido pelo NDC novamente como candidato à presidência em 2008.[4]
O ex-Ministro das Relações Exteriores, Nana Akufo-Addo, foi escolhido pelo Novo Partido Patriótico (NPP) como candidato à presidência nas eleições de 2008, numa conferência realizada pelo partido em 23 de dezembro de 2007. Embora tenha conseguido menos de 50% dos votos dos integrantes do partido, a candidatura do segundo colocado nas prévias partidárias foi cassada, o que consagrava a candidatura de Akufo-Addo para a presidência.[5]
Paa Kwesi Nduom – Ex-Ministro de Planejamento Econômico e Cooperação Nacional, ex-Ministro de Energia, ex-Ministro de Reforma Popular e atual membro do Parlamento de Gana, representando o Partido da Convenção Popular (CPP)
Uma pesquisa de opinião feita em abril de 2008 mostrou Mills ligeiramente à frente de Akufo-Addo. A Comissão Nacional de Educação Civil conduziu a pesquisa, que coletou opiniões de 5.327 pessoas. A pesquisa também mostrou que a maioria absoluta, 96,9 % dos pesquisados, disse que iria comparecer à eleição. Pessoas das áreas costeiras, da região central e do norte do país responderam a pesquisa.[8]
Outra pesquisa ocorreu em outubro de 2008, conduzida por Angus Reid Global Monitor. A pesquisa mostrou Akufo-Addo como provável vencedor das eleições. 3.000 pessoas foram entrevistadas de todas as regiões do país.[9]
O comparecimento às urnas foi bastante alto. Como era esperado que apenas alguns votantes escolhessem candidatos menores, começou a se cogitar a hipótese de que tanto Akufo-Addo quanto Mills poderiam ganhar as eleições presidenciais já no primeiro turno. Mas segundo Nduom, o terceiro colocado nas pesquisas, ele próprio queria "surpreender" os outros partidos, já que queria ganhar votos suficientes para forçar um segundo turno entre os dois primeiros candidatos.[10] Com 40% dos votos contabilizados, Akufo-Addo estava liderando, com 49,5% dos votos, contra 47,6 de Mills.[11] Mais tarde durante aquela apuração, Mills conseguiu ficar na liderança, mas Akufo-Addo voltou a liderar quando a apuração chegou a 70% do total.[12] No final da apuração, foi constatada a vitória de Akufo-Addo, com 49,13% dos votos, contra 47,92% de Mills. Porém, Akufo-Addo não conseguiu ter mais de 50% dos votos, levando a uma nova disputa entre Akufo-Addo e Mills num segundo turno.
O segundo turno foi realizado em 28 de dezembro, mas devido a problemas logísticos, o distrito de Tain teve o seu segundo turno remarcado para 2 de janeiro de 2009; houve problemas na distribuição de cédulas eleitorais. Logo após a votação de 28 de dezembro, a apuração concluiu que Mills estava ganhando de Akufo-Addo por uma pequena vantagem, mas segundo a Comissão Eleitoral de Gana, Mills ainda não poderia ser anunciado como vencedor das eleições, já que os votantes do distrito de Tain poderiam mudar o resultado das eleições.[13] Antes do anúncio, centenas de simpatizantes do partido "Congresso Nacional Democrático" foram para a sede da direção das eleições, e queriam que Mills fosse declarado o vencedor das eleições. No entanto, para evitar um possível tumulto, policiais de choque e soldados armados foram chamados para dispersar a multidão.[6]
O receio de violência durante o dia de eleição no distrito de Tain fez que o "Novo Partido Democrático" (NPP), partido do candidato Akufo-Addo, entrasse com um processo para tentar adiar a votação em Tain. Segundo o NPP, "a atmosfera no distrito rural não estava ideal para uma eleição livre e honesta". A corte judicial negou a apelação do NPP e disse que poderia ouvir o caso somente em 5 de janeiro. Como resposta, o NPP disse para os seus votantes em Tain para boicotar a eleição. Esta atitude foi severamente criticada por grupos civis.[14]