Natural de Braga, era filho de um escultor. Frequentou a Escola de Artes Decorativas do Porto, e, mais tarde, o curso de pintura da Escola de Belas-Artes do Porto.
Partiu para Paris em 1958 com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian; radica-se em França a partir desse ano, expondo individualmente em Portugal apenas quatro vezes desde essa data e até à sua morte.
Eduardo Luiz destacou-se nos anos 60 entre alguns pintores portugueses que, no exílio, participavam da invenção de uma nova figuração, desenvolvendo a partir daí um itinerário pessoal e solitário.
Expôs em Portugal, no Brasil, em Espanha, em Itália e na Bélgica.
Em 1990 a sua obra foi alvo de uma exposição antológica no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa [2].
No final da década de 1950 as suas pinturas situam-se num território figurativo caracterizado por espaços cromáticos simplificados povoados por formas lineares e figuras estilizadas, longilíneas. Em 1964-65 esse universo irá infletir, com a realização das primeiras «ardósias», série a que se dedica durante vários anos e onde enuncia o seu programa de trabalho futuro, caracterizado por uma figuração "de equilibrado sentido de composição, delicadamente virtuosa, [...] continuadora da velha tradição do trompe l'oeil" [4].
"Misturando sonho e realidade" [5], as ardósias Eduardo Luiz instituem uma forma de realismo de grande precisão que lhe permite compatibilizar discursos e formas de representação díspares ("os quadros de Eduardo Luiz têm sempre uma estrutura descontínua, com dois (ou três, ou quatro, às vezes mais) planos ou espaços diferentes, sem ligação evidente" [6]). Nessas simulações dos antigos quadros de escola encontramos a evocação do que se espera que aí aconteça através do giz e do apagador (das fórmulas e explicações várias de algum professor às garatujas infantis), mas também representações meticulosas e realistas de vegetais (uma alcachofra ou uma laranja seccionadas…), corpos femininos (veja-se um dos exemplos mais assinaláveis da série – A grande ardósia, 1966), um lápis e uma folha de papel que parecem flutuar acima da superfície do quadro…
Ao longo das décadas de 1970 e 1980 desenvolve metodicamente um território que subverte o real através de dispositivos surrealizantes a que não é alheio o exemplo de Magritte. Nas suas inclassificáveis revisitações das categorias tradicionais da pintura surgem alusões à paisagem, à figura, à natureza-morta (veja-se, por exemplo, La Boucherie, 1980), revelando-nos um mundo onde "a ironia desliza para o humor, e este para o puro jogo infantil; mas imediatamente depois, o jogo gratuito torna-se humor negro e ironia sarcástica" [6].
"No último período da vida do pintor, o regime de imagens parece sofrer uma depuração. Como se o tempo e a idade aligeirassem o peso da ironia, e uma outra seriedade, mais sóbria e mais profunda, nascesse da longa experiência" [6].