Eduardo Dato foi morto em um atentado, em 8 de março de 1921, quando se dirigia a sua residência, no momento em que passava pela Puerta de Alcalá, por três homens em uma moto com reboque lateral.
Origem
Nascido na Corunha, único filho de Carlos Dato e Granados com Rosa Lorenza Iradier y Arce, transladou-se para Madrid muito jovem com a sua família.
Viajou pelo estrangeiro, o que lhe proporcionou uma ampla cultura e o conhecimento de outras línguas. Adquiriu cedo prestígio como advogado, pelos seus dotes oratórios. A reputação profissional do seu bufete madrilenho abriu as portas à alta política, adscrito desde muito jovem ao Partido Conservador de Cánovas del Castillo. Foi eleito deputado às Cortes na última legislatura do reinado Afonso XII. À morte deste, uniu-se às posições de Francisco Romero Robledo, que estava em desacordo com a cessão de poder que Cánovas, o chefe do partido, fazia aos líderes mediante o sistema de turnos. A discussão deste assunto nas Cortes ocasionou a ruptura entre Cánovas e Francisco Silvela e a dissidência de Dato e dum importante setor do partido.
Entrada no governo
Morto Cánovas e liquidado o Governo de Sagasta que presidira o Desastre de 1898, Dato ocupou a carteira de Governação no gabinete regeneracionista dirigido por Silvela (1899, 1900). Desde o seu ministério começou a dar forma à primeira legislação laboral programada por um governo da Restauração.
Em 1902 figurou como ministro de Graça e Justiça no gabinete Silvela, que levou às Cortes a Lei de Bases da Administração Local.
Com Antonio Maura como líder do partido, Dato não ocupou carteiras ministeriais durante o governo daquele, 1907-1909, mas desempenhou empregos de importância, como a prefeitura de Madrid e a presidência das Cortes Generales.
Após o assassinato de José Canalejas e esgotado o mandato liberal do Conde de Romanones (1912), Dato aceitou a encomenda do rei de formar governo em lugar de Antonio Maura, que pusera condições inaceitáveis para o monarca. Então, o partido cindiu-se entre os "idôneos" (o grupo majoritário) e os "mauristas", mais radicais nas suas concepções.
Presidente
Política exterior
Durante o seu mandato como presidente do governo, Dato decretou, após o início da Primeira guerra mundial, a neutralidade da Espanha. Historiadores e economistas valorizam atualmente positivamente este fato. Soube manter Espanha nessa posição de neutralidade durante a I Guerra Mundial, apesar da divisão que se formou no país entre os denominados "germanófilos" e os partidários dos aliados.
Política interior
Em política interior, aceitou pacificamente o governo autonomista da Mancomunitat catalã. Depois do biênio liberal de 1915 a 1917 de Romanones, que ganhara as eleições de 1916, voltou ao poder quando se começavam a notar os primeiros sinais de recessão após a bonança dos anos da guerra. Dato legalizou as Juntas Militares que se formaram como reflexo do sindicalismo que começava na sociedade da época e teve de fazer face à grave agitação política e sindical que se denominou crise de 1917. Em Barcelona, ao mesmo tempo que se reunia a Assembleia de Parlamentares convocada por Francesc Cambó, estourava a greve geral de 1917 com o apoio dos dois grandes sindicatos (UGT e CNT). Perante uma crise social e institucional desta grandeza, Dato não hesitou em recorrer ao exército para sufocar a greve. Para facilitar a saída da crise, o rei substituiu-o por Manuel García Prieto, à frente de um governo de concentração nacional no que também entrou Cambó.
Eduardo Dato tem dedicado o nome da rua principal de Vitoria-Gasteiz. Também têm rotuladas ruas na sua honra Saragoça e Sevilha
Obra e ideologia
Como jurisconsulto foi diretor da Revista General de Legislación y Jurisprudencia.
A nota fundamental da sua carreira política foi a firmeza das suas convicções (mas flexível e correto), a sua lealdade à dinastia Bourbônica e a sua defesa da lei.
Iniciador de reformas sociais, preocupou-se pelo trabalho feminino e infantil. Foi o criador do Ministério do Trabalho, legislando sobre os acidentes laborais e sobre a ascensão na magistratura por antiguidade.
Dato Iradier, Eduardo (1915)El gobierno y la cuestión económica. Discursos pronunciados por… en el Senado. Madrid: (S.i.). 41 pp. (Senado, Sig. F.A. Caja 243-22).
Dato Iradier, Eduardo (1915) Las Reformas Militares en el Congreso. Discurso pronunciado por el Excmo. Sr. D. ….. Presidente del Consejo de Ministros en el Congreso de los Diputados el día 24 de noviembre de 1915. Madrid: Fortanet, 21 x 13’5 cm, 16 pp.
Giorgi, Jorge (1980) Teoría de las Obligaciones en el Derecho Moderno. Trad. de la séptima ed. Italiana y anotada con arreglo a las legislaciones española y americana…. Introd. de Eduardo Dato Iradier. Madrid: Reus.
Homenaje a D. Eduardo Dato Iradier (1956), Anales de la Academia, RACMYD, nº 30, 3º cuad., pp. 205-271.
Torres, Alfonso (1921) A la memoria del Excmo. Sr. D. Eduardo Dato e Iradier, Presidente del Consejo de Ministros. Oración fúnebre pronunciada por… En la Iglesia de San Francisco el Grande, de esta Corte. Madrid: Instituto Geográfico y Estadístico, 26 x 19 cm., retrato - 39 pp.