Edifício Caramuru é um prédio inaugurado no ano de 1951, localizado no bairro do Comércio em Salvador, município capital do estado brasileiro da Bahia.[1][2] Situado na Rua da Grécia, esquina com a Avenida Estados Unidos, uma avenida que atravessa a costa da Baía de Todos os Santos, tem vista para a essa baía.[1][3] A edificação foi projetada pelo arquiteto carioca Paulo Antunes Ribeiro.[4][5] O Caramuru trata-se do primeiro prédio da Cidade Baixa.[6] Foi projetado para a seguradora Prudência Capitalização, tendo começada em 1946 e sendo inaugurado em 1951.[5]
É um patrimônio no âmbito estadual baiano[7] com proteção provisória federal,[8] além de, em suas proximidades, estarem o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda, ambos marcos históricos proeminentes de Salvador.[9][10]
Estrutura
O Edifício Caramuru foi construído em concreto armado com painéis de madeira no interior.[11] Possui sete andares e um apartamento de cobertura. O terraço ajardinado é protegido do vento excessivo por paredes curvas de blocos de cimento. O edifício foi construído no sistema de estacas Franki; a profundidade média das estacas é de 10 metros.[11]
O uso precoce de brises-soleils por Ribeiro foi único e amplamente conhecido no Brasil.[12] Ele construiu um sistema de grades de ferro leve, de 2 por 3 metros de altura, destacadas das fachadas e dispostas em dois planos, alternadas em tabuleiro de xadrez, espaçadas de 25 centímetros e apoiadas em consoles de concreto projetando-se das lajes. Painéis verticais de 6 metros quadrados foram cobertos por telas de metal. Colocado em um projeto alternativo em dois lados do edifício para fornecer proteção solar para o interior.[1][11]
O Edifício Caramuru demonstra a integração entre arte e arquitetura característica da época na utilização de uma escultura em arame de Mario Cravo Júnior.[13] A obra de Cravo Júnior foi colocada na fachada curva da cobertura e voltada para o jardim da cobertura. A escultura, chamada Orfeu (Orpheus), é feita de delicado fio de cobre. Infelizmente, a obra de Cravo foi perdida ou destruída em algum momento do início do século 21.[13]
Em termos de design de interiores, as divisórias internas nos pisos dos escritórios foram feitas de madeira e removidas conforme necessário.[14]
O prédio também é citado no livro Modern Architecture in Brazil de autoria de Henrique Mindlin publicado em 1956.[15][16] Também é citado na revista de arquitetura francesa, Architecture d’aujourd’hui de 1952 e na revista de arquitetura italiana Domus em 1954.[6][15]
O arquiteto José Eduardo de Assis Lefèvre chamou o prédio de um "ícone da arquitetura modernista no Brasil e um ponto de referência internacional em nosso país".[15]