Historicamente, a cidade e seus arredores pertenceram ao Condado de Flandres e fazem parte da zona linguística flamenga.
Em Dunquerque fala-se um dialeto muito particular - dunkerquois - com palavras tomadas de empréstimo à linguagem dos marinheiros e ao flamengo ocidental .
História
O nome de Dunquerque provém do neerlandêsDuinkerk, que significa « igreja nas dunas».
Segundo a tradição, a cidade foi fortificada pelo filho de Pepino de Landen, o terrível Allowyn, um franco convertido por Santo Elói. Assim, Dunquerque foi a única cidade da costa, até Saint-Omer, a ser preservada contra os ataques e pilhagens dos normandos. Hoje em dia, Allowyn "reaparece" todos os anos como Reuze (reuze em flamengo significa "gigante"), para presidir a saída do tradicional bando dos pescadores, durante o carnaval de Dunkerque.
Em 960, Balduíno III, dito Balduíno o Jovem, quarto conde de Flandres, faz construir as primeiras muralhas da cidade.
Em 1383 a Dunkerque flamenga é pilhada pelos ingleses e depois, pelos franceses.
A partir do século XVI, Dunquerque passou a ser possessão - juntamente com o território dos Países Baixos espanhóis - dos Habsburgos espanhóis. Em 1520, Carlos V, 31° conde de Flandres, é recebido triunfalmente na cidade.
Dunquerque foi disputada em diferentes ocasiões pelas coroas de Inglaterra, Países Baixos e França. Durante a Guerra de Flandres (1568-1648) e no reinado de Luís XIV, serviu como base de operações de corsários, sendo Jan Bart o mais famoso deles - conhecido por atacar os barcos holandeses.
Dunquerque será definitivamente incorporada ao reino da França em 1662, depois que Carlos II da Inglaterra vende a cidade à França, por 5 milhões libras - embora o pagamento nunca tenha sido completado.
A construção dos sistemas defensivos da cidade ficou a cargo do engenheiro militar Vauban, que também desenvolve o seu porto. Mais tarde, em 1713, pelo Tratado de Utrecht, a França será obrigada a inundar o porto e a arrasar as fortificações, o que entretanto não foi executado senão em parte, e Luís XV voltou a fortificá-la.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Dunquerque é duramente bombardeada por diversas vezes. A Igreja de Santo Elói (construída em meados do século XV) é parcialmente destruída.
Mas a cidade sofreria especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido palco da célebre Batalha de Dunquerque, em 1940. Uma pausa na intensidade dos combates permitiu inesperadamente a evacuação de um grande número de soldados franceses e britânicos para Inglaterra. Mais de 300 mil homens foram evacuados apesar do bombardeamento constante ("o milagre de Dunquerque", nas palavras de Winston Churchill). A evacuação britânica de Dunquerque recebeu o nome de código Operação Dínamo.