Em sua trajetória política, atua principalmente em questões de direitos humanos e direitos sociais, com ênfase no combate ao racismo e nos movimentos negros.[4] É um dos fundadores do cursinho popular XI de Agosto[5], situado na Zona Leste da região metropolitana de São Paulo, que mais tarde veio a se articular e formar a rede de cursinhos do movimento social UNEafro Brasil[6] , do qual Douglas é também um dos fundadores e um dos principais integrantes .
Iniciou sua militância ainda adolescente, quando tinha entre 17 e 18 anos, juntando-se à luta política pelo campo da esquerda.[8] Belchior pensa que existe uma mentalidade de racismo e discriminação contra negros e mulheres na sociedade brasileira.[11] Sua trajetória é marcada por forte atuação denunciando e combatendo o racismo[12].Ele lembra da morte de Evaldo Rosa dos Santos (Caso Evaldo Rosa), quando Douglas Belchior acusou os militares e a polícia de cometer o "genocídio sistemático" de pessoas negras no Brasil.[13]
Belchior é inspirado pelo movimento dos direitos civis dos EUA.[14] Acha que os EUA e o Brasil têm a semelhança da história colonial e da escravidão, e ainda assim a lógica colonial é representada na sociedade hoje.[14]
UneAfro Brasil
Fundou a Uneafro Brasil entre 2008 e 2009, movimento que foca na educação dos jovens pobres e negros, mantendo uma rede de cursinhos comunitários nas periferias de São Paulo e Rio de Janeiro.[14][15] Para Belchior, a educação é uma ferramenta para melhorar as vidas dos povos.
Disputas Eleitorais
Foi candidato em 2012 a vereador pelo município de Poá (SP) pelo Partido Socialismo e Liberdade[16], ocasião em que foi o candidato ao legislativo mais votado pelo PSOL na cidade[17], e não se elegeu pelo partido não ter conseguido atingir o coeficiente eleitoral e garantir uma vaga[17]. Douglas Belchior se candidatou para deputado federal pela primeira vez em 2014. Em 2016, concorreu para vereador de São Paulo, e recebeu 11 mil votos.[7] Em 2018, foi candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) à Câmara dos Deputados por São Paulo, recebendo 46.026 votos, sendo o quarto mais votado do partido por São Paulo, sendo o primeiro suplente do partido.[18] . Douglas chegou a ser declarado eleito por diversos meios de comunicação, mas após a totalização dos votos o PSOL perdeu o direito a quarta cadeira no estado de São Paulo e Belchior acabou de fora.[19][20] Nessa eleição, Belchior acusou o PSOL de racismo e de não dar o mesmo apoio financeiro aos candidatos negros.[21] O PSOL negou as acusações, dizendo que é um partido que luta pelo antirracismo e que é preciso uma política "cada dia mais negra." [22]
Após o desentendimento, retornou ao Partido dos Trabalhadores (PT) filiando-se no partido ao que foi militante até sua ida para o PSOL no ano de 2005.[23][24]
Articulações Nacionais e Internacionais
Em 2020 Douglas Belchior foi uma das lideranças que articulou a criação da Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 organizações do movimento negro de todo o Brasil e vários outros países.[25][26] A Coalizão Negra por Direitos tem atuado fortemente em oposição ao governo Bolsonaro e suas políticas, denunciando e pressionando por mudanças, bem como propondo alternativas e realizando ações de enfrentamento à fome[27].
Apresentou denúncia na Corte Interamericana de Direitos da OEA contra o pacote de Moro/Bolsonaro e a violência policial no Brasil. Douglas esteve na comitiva brasileira que foi recebida em Porto Príncipe, no Haiti.[28] A comitiva contou também com Fernanda Garcia e a produtora cultural Glória Maria, familiares das vítimas do massacre de Paraisópolis, e Sheila Carvalho, advogada e militante da UNEafro Brasil.[29]
Desde o começo da pandemia de covid-19, Douglas junto com outras lideranças da Coalizão Negra por Direitos, pressionaram os governos por políticas públicas que combatessem a fome e a miséria, como o auxílio emergencial e e também por vacinas.[30][31][32] Diante da demora do governo e do agravamento da fome no Brasil ajudou a construir a campanha "Tem gente com fome" com o objetivo de arrecadar alimentos para 223 mil famílias em vulnerabilidade por todo país[33].
Já em 2021, a Coalizão Negra por Direitos e o Instituto Marielle Franco pressionaram o Congresso Nacional contra a reforma eleitoral que dificultava a eleição de candidaturas negras [34]. Douglas esteve na comitiva que participou de diversos atos e conversas em Brasília para lançar a campanha "Reforma Racista Não"[35].
O super pedido de impeachment contra Bolsonaro, apresentado em junho de 2021, também contou com a articulação da Coalizão e atuação de Douglas[36] que em sua fala ressaltou a natureza genocida do estado brasileiro contra os povos originários e o povo africano e seus descendentes, mas o primeiro pedido apresentado pelo movimento negro foi ainda em 2020. [37]
COP26
Douglas participou da COP26 em Glasgow. Foi mediador do evento "Terra, territórios e o enfrentamento ao racismo nas lutas contra a crise climática: o Movimento Negro Brasileiro na COP 26" debatendo mudanças climáticas e direitos humanos, com ênfase no racismo climático ambiental. Também participou do evento "Governadores pelo clima" cobrando justiça climática e o cumprimento das ações firmadas.[38] Foi um dos criadores do documento colaborativo "Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030".[39]
Prêmios
2017 — Prêmio Almerinda Farias Gama, da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) da Prefeitura de São Paulo