"Don't Blame Me" recebeu críticas mistas da mídia especializada, que elogiaram sua produção como "sombria" e "temperamental"; com alguns consideraram um dos destaques do álbum, enquanto alguns a consideraram genérica. Em 2022, "Don't Blame Me" ganhou força no aplicativo de vídeos TikTok e estreou em diversas paradas nacionais e, desde então, conquistou certificações de vendas em diversos países. Swift incluiu a música no repertório de sua quinta turnê Reputation Stadium Tour (2018) e da sua sexta turnê The Eras Tour (2023—2024).
Antecedentes
Swift lançou seu quinto álbum de estúdio, 1989, em outubro de 2014.[1] A musicalidade synth-pop apresentada na obra estabeleceu a saída oficial da artista dos estilos country de seus discos anteriores.[2] Ele recebeu críticas geralmente positivas de críticos contemporâneos.[3] Como resultado, rendeu a Swift seu segundo Grammy Award de Álbum do Ano, tornando-a a primeira mulher a angaria-lo duas vezes.[4] Foi igualmente bem recebido no campo comercial, vendendo mais de seis milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e gerou três singles número um na Billboard Hot 100 — "Shake It Off", "Blank Space", e "Bad Blood".[5] Sua turnê de acompanhamento ocorreu de maio a dezembro de 2015 e arrecadou a maior bilheteria do ano.[6] Durante a promoção de 1989, Swift continuou a ser um dos principais alvos de fofocas dos tablóides. Ela teve relacionamentos românticos de curta duração com o produtor escocês Calvin Harris e o ator inglês Tom Hiddleston. Sua reputação na mídia foi manchada por brigas divulgadas com várias celebridades de alto perfil, como a personalidade da mídia Kim Kardashian, a cantora Katy Perry e o rapperKanye West, resultando em um movimento na internet de cancelamento contra Swift e a levando a ser rotulada de "cobra".[7] Após isso, a artista tornou-se cada vez mais reticente nas mídias sociais, mantendo uma presença ativa com muitos seguidores e evitando interações com a imprensa em meio aos assuntos tumultuosos.[8]
Swift concebeu seu sexto álbum de estúdio, Reputation, como uma resposta à comoção da mídia em torno de sua reputação. Descrevendo o álbum como "catártico", Swift seguiu a composição de seu single "Blank Space" (2014), no qual satirizou sua imagem na mídia como "uma garota louca, entretanto, sedutora, glamourosa e manipuladora".[9][10] Ela disse: "Eu peguei aquele modelo de, OK, isso é o que todos vocês estão dizendo sobre mim. Deixe-me escrever a partir desse personagem por um segundo".[10]
Estrutura musical e conteúdo lírico
"Don't Blame Me" foi composta por Swift e seus produtores, os suecos Max Martin e Shellback. Martin e Shellback tocavam teclado, e o último tocava guitarra. Swift e Martin forneceram os vocais de fundo. Sam Holland e Michael Ilbert, com os assistentes de engenharia Cory Bice e Jeremy Lertola, produziram a faixa nos MXM Studios, em Los Angeles e Estocolmo. "Don't Blame Me" foi mixada por Serban Ghenea no MixStar Studios, em Virginia Beach, Virgínia, e masterizado por Randy Merrill no Sterling Sound Studios, em Nova Iorque.[11]
Os críticos musicais descreveram "Don't Blame Me" como uma faixa electropop com influências do dubstep, EDM e música gospel. Rob Sheffield, da revista Rolling Stone, caracterizou-a como uma faixa "temperamental 'garota má vai à igreja'", um som que lembra "Like a Prayer" (1989), de Madonna.[12] Hannah Mylrae, da revista NME, descreveu a produção como "trovejante, batendo os pés e socando os punhos".[13] A música é acompanhada por uma produção eletrônica sombria e temperamental e um "som de igreja" no refrão.[14][15] Sua instrumentação inclui bateria pulsante, sintetizadores vibrantes, baixo pesado e vocais distorcidos e multitrack.[16][17] Monique Melendez, da Spin, comparou sua "estrondosa paisagem sonora de igreja gótica" ao som de "Take Me to Church" (2013), do cantor irlandês Hozier.[18] Alexis Petridis, do jornal The Guardian, descobriu que a progressão de acordes da faixa é semelhante à de "...Baby One More Time" (1998), de Britney Spears.[19]
Em seu conteúdo lírico, as publicações da mídia interpretaram "Don't Blame Me" como a atitude sem remorso de Swift, refletindo sua reputação como uma compositora que escreveu principalmente sobre amor e relacionamentos passados.[14] Swift sugere "quão louca seu mais novo amante a deixou".[16] Na canção, ela também responde às críticas que sofreu por cantar sobre seus relacionamentos.[20] Ela entende o conceito de consequência ao declarar seu amor. Swift utiliza imagens religiosas, como: "Eu cairia em desgraça / Só de tocar seu rosto"[nota 1] e faz referências ao vício em drogas: ("Oh, Senhor, salve-me, minha droga é meu amor").[nota 2][14] Neil McCormick, do jornal The Daily Telegraph, interpretou a música como uma contemplação sobre se o amor pode sobreviver na presença do escrutínio da mídia.[21] Na edição sul-africana da revista GQ, Bernd Fischer achou que a canção mostra um lado mais vulnerável de Swift apesar de seu título sugerir o contrário.[15] A faixa também contém uma referência ao romance The Great Gatsby (1925), de F. Scott Fitzgerald, onde Swift se refere a si mesma como "sua Daisy Buchanan".[22]
Desempenho musical e performances ao vivo
Swift incluiu "Don't Blame Me" no repertório oficial de sua quinta turnê Reputation Stadium Tour (2018), em apoio a divulgação do álbum. Posteriormente, Swift incluiu novamente a canção no repertório oficial de sua turnê The Eras Tour (2023—2024).
Entre maio-junho de 2022, "Don't Blame Me" ganhou força no aplicativo de compartilhamento de vídeo TikTok e entrou em várias paradas de vários países europeus, como Noruega, República Tcheca e Áustria. "Don't Blame Me" alcançou a posição de número trinta e quatro na Austrália e a posição de número setenta e sete no Reino Unido. Nos Estados Unidos, atingiu a parada Billboard Global 200. A faixa foi certificada como ouro em vários países europeus, incluindo Noruega, Grécia, Polônia e Portugal. Na Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido, foi certificado como platina.
Notas
↑"I would fall from grace / Just to touch your face", no original.
↑"Oh, Lord, save me, my drug is my baby", no original.