O Documento da Fraternidade Humana para a Paz e Coexistência Mundial, também conhecido como Declaração de Abu Dhabi[1] ou Acordo de Abu Dhabi,[2] é uma declaração conjunta assinada pelo Papa Francisco da Igreja Católica e Ahmed el-Tayed, Grande Imam de Al -Azhar, em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos.
Apesar de ter assinado o documento, Ahmed el-Tayed defende públicamente opiniões que lhe são contrárias, tais como a execução dos apóstatas do Islão[3][4][5][6] A Al-Azhar "rejeita categoricamente a intervenção de qualquer política ou regulamentos que afetem/alterem as crenças dos muçulmanos ou as decisões da Xaria" - disse. Tais ideias "colocam em perigo a estabilidade das sociedades muçulmanas."[7]
O documento sublinha a obrigação dos muçulmanos e cristãos de zelar por cada pessoa humana. Faz um apelo particular aos líderes intelectuais e à mídia para promover a paz em tempos de "extremismo religioso e nacional".[8] Também pede o fim das guerras, do terrorismo e da violência em geral, especialmente aquelas cobertas por motivos religiosos.[9] Este texto veio a inspirar a resolução da ONU que designou o dia 4 de fevereiro como o Dia Internacional da Fraternidade Humana.[10][11]
Para cumprir os objetivos do documento, em 20 de agosto de 2019, foi criado em Abu Dhabi o Comitê Supremo da Fraternidade Humana com cristãos, muçulmanos e judeus.[9]
Após a assinatura do documento, foi planejada a construção da Casa da Família Abraâmica, em 2022, que abrigará uma mesquita, uma igreja, uma sinagoga e um centro educacional na ilha de Saadiyat, em Abu Dhabi.[12][13]
Abu Dhabi e os Emirados Árabes Unidos são conhecidos pelo seu crónico desrespeito pelos direitos humanos.[14]
Ver também
Referências