Depressão tropical Dez

 Nota: Se procura a depressão tropical ocorrida em 2007, veja Depressão tropical Dez (2007).

Depressão tropical Dez
imagem ilustrativa de artigo Depressão tropical Dez
Depressão tropical Dez às 15h50 UTC de 13 de agosto
História meteorológica
Formação 13 de agosto de 2005
Dissipação 14 de agosto de 2005
Depressão tropical
1-minuto sustentado (SSHWS/NWS)
Ventos mais fortes 35 mph (55 km/h)
Pressão mais baixa 1008 mbar (hPa); 29.77 inHg
Efeitos gerais
Fatalidades nenhuma
Danos nenhum
Áreas afetadas nenhuma
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Parte da Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2005

A depressão tropical Dez foi o décimo ciclone tropical registrado na temporada de furacões no Atlântico de 2005. Ele se formou em 13 de agosto daquele ano a partir uma onda tropical que teve início na costa oeste da África cinco dias antes, em 8 de agosto. Como resultado do forte cisalhamento do vento, a formação permaneceu fraca e não ganhou força suficiente para ultrapassar o status de depressão tropical. O ciclone se degenerou em 14 de agosto e não teve nenhum efeito sobre a terra firme. Embora não tenha provocado diretamente nenhuma morte ou prejuízo material, os restos do fenômeno contribuíram parcialmente para a formação da depressão tropical Doze, que viria a se intensificar para constituir o furacão Katrina de 2005, um dos mais catastróficos da história dos Estados Unidos.[1] O ciclone não ocasionou directamente nenhum efeito, nenhuma vítima mortal nem dano.

História meteorológica

Mapa demarcando o percurso e intensidade da tempestade, de acordo com a escala de furacões de Saffir-Simpson
Chave mapa
     Depressão tropical (≤62 km/h, ≤38 mph)
     Tempestade tropical (63–118 km/h, 39–73 mph)
     Categoria 1 (119–153 km/h, 74–95 mph)
     Categoria 2 (154–177 km/h, 96–110 mph)
     Categoria 3 (178–208 km/h, 111–129 mph)
     Categoria 4 (209–251 km/h, 130–156 mph)
     Categoria 5 (≥252 km/h, ≥157 mph)
     Desconhecido
Tipo tempestade
triangle Ciclone extratropical, baixa remanescente, distúrbio tropical, ou depressão monsonal

Em 8 de agosto de 2005, uma onda tropical surgiu a partir da costa oeste da África e passou a circular sobre o Oceano Atlântico. Com um rumo no sentido oeste, a depressão começou a exibir sinais de organização convectiva em 11 de agosto. O sistema continuou a se desenvolver e estima-se que a depressão tropical Dez tenha se formado às 12h00 UTC do dia 13 de agosto. Naquele momento, estava localizada a cerca de 2,600 km (1,600 mi) a leste de Barbados.[2] Após a sua designação, a depressão era constituída de uma grande área de atividade convectiva, com características de bandas curvas e com fluxo de saída em expansão. No entanto, as condições ambientais eram preditoras para rapidamente tornar-se desfavorável.[3] A depressão moveu-se erraticamente e lentamente para o oeste, e seus ventos de cisalhamento não tinham qualquer intensificação significativa. No final de 13 de agosto, foi "começando a se parecer com um pequeno Irene na medida em que experimentava um cisalhamento de nível médio em sentido sudoeste, sob um padrão de saída superior de modo favorável".[4][nota 1] Esperava-se que o cisalhamento do vento se abrandasse em 48 horas, o que levou alguns modelos de previsão a sugerir que a depressão acabaria por atingir o status de furacão.[4]

Nas primeiras horas de 14 de agosto, o cisalhamento tinha interrompido substancialmente a tempestade, deixando o centro de baixo nível de circulação exposto a partir da área de convecção, que também foi se deteriorando. Depois de se desviar, a tempestade começou a se mover para o oeste. Os meteorologistas esperavam que o fenômeno prosseguisse por uma faixa em direção noroeste por causa do anticiclone do sul das Bermudas, que se enfraquecia, e de outro que era previsto para surgir a sudoeste dos Açores.[5] Por volta das 18h00 UTC daquele mesmo dia, o cisalhamento forte enfraqueceu ainda mais a tempestade e ela já não preenchia mais os critérios para ser considerada ciclone tropical. A formação se degenerou em remanescentes de baixa pressão e o Centro Nacional de Furacões emitiu seu comunicado final sobre o ciclone. Movendo-se para o oeste, ocasionalmente produzia rajadas de atividade convectiva, antes de se dissipar em 18 de agosto.[2]

Depressão tropical Dez em 13 de agosto.

Os critérios utilizados para a numeração de depressões tropicais no Atlântico estabelecem que a designação inicial seja mantida quando uma depressão se regenera. Porém, as imagens de satélite indicavam que uma segunda onda tropical tinha se combinado com a depressão tropical Dez ao norte de Porto Rico para formar um novo sistema meteorológico, mais complexo, e que por isso recebeu um nome próprio, sendo designado como depressão tropical Doze.[6] Esta nova formação se originou sobre o sudeste das Bahamas em 21h00 UTC de 23 de agosto, parcialmente a partir de restos da depressão tropical Dez.[7][8] Em uma nova análise, verificou-se que a circulação de baixo nível da depressão tropical Dez estava completamente separada e dissipada; apenas o remanescente da circulação de nível médio seguiu em frente e se fundiu com a segunda onda tropical. Como resultado, os critérios para manter o mesmo nome e identidade não foram atendidos. A depressão tropical Doze mais tarde se tornou o furacão Katrina.[9]

Impacto

A depressão tropical Dez não se aproximou da terra firme como ciclone tropical, e por isso nenhum tipo de alerta foi emitido pelas autoridades. Prejuízos, danos ou fatalidades não foram registrados, e nenhum navio relatou ventos com força de tempestade tropical associados à depressão. O sistema não atingiu o status de tempestade tropical e, como tal, não recebeu nome pelo Centro Nacional de Furacões.[2] Ao se fundir com uma segunda onda tropical para constituir a depressão tropical Doze, o fenômeno contribuiu parcialmente e indiretamente na formação do furacão Katrina, que se tornou um furacão de categoria 5 na escala de furacões de Saffir-Simpson e chegou à terra firme no estado norte-americano da Luisiana, causando danos catastróficos. Katrina foi o furacão que mais causou prejuízos materiais e um dos cinco com maior número de vítimas fatais na história dos Estados Unidos.[9][10]

Ver também

Notas

  1. Tradução livre de "beginning to look like Irene-junior as it undergoes southwesterly mid-level shear beneath the otherwise favorable upper-level outflow pattern".

Referências

  1. Writer, Staff (2009). «Capt. Julie Reports On Hurricane Katrina» (em inglês). WPTV. Consultado em 4 de janeiro de 2010. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2017 
  2. a b c John L. Beven (17 de janeiro de 2006). Tropical Cyclone Report: Tropical Depression Ten (PDF) (Relatório). National Hurricane Center. Consultado em 2 de fevereiro de 2020 
  3. Avila (13 de agosto de 2005). «Tropical Depression Ten Discussion Number 1». National Hurricane Center. Consultado em 21 de janeiro de 2009 
  4. a b Stewart (13 de agosto de 2005). «Tropical Depression Ten Discussion Number 2». National Hurricane Center. Consultado em 21 de janeiro de 2008 
  5. Knabb (14 de agosto de 2005). «Tropical Depression Ten Discussion Number 3». National Hurricane Center. Consultado em 21 de janeiro de 2009 
  6. Stewart, Stacy (23 de agosto de 2005). «Tropical Depression Twelve Discussion Number 1». National Hurricane Center. Consultado em 21 de janeiro de 2009 
  7. United States Senate (2006). Hurricane Katrina: a nation still unprepared. [S.l.]: U.S. Government Printing Office. 61 páginas. ISBN 0-16-076749-0 
  8. Michael P. Erb. «A Case Study of Hurricane Katrina: Rapid Intensification in the Gulf of Mexico» (PDF). University of North Carolina Asheville. Consultado em 26 de junho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 9 de junho de 2010 
  9. a b Knabb,Richard; Rhome, Jamie R.; Brown, Daniel P (20 de dezembro de 2005). «Tropical Cyclone Report: Hurricane Katrina: 23-30 de agosto de 2005» (PDF). National Hurricane Center. Consultado em 4 de janeiro de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 14 de outubro de 2009 
  10. Jessica Gresko (1 de junho de 2009). «Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2009 begins quietly» 🔗. Associated Press. Consultado em 4 de janeiro de 2010 

Bibliografia

Ligações externas

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