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Nos contextos judaico e islâmico, a ideia é diversa, até porque não se trata de um ente opositor ao Criador, mas de algumas criaturas a Ele subalternas. Na cércea do primeiro contexto, refere-se a um ser imperfeito que foi formado no sexto dia da Criação.[4] Para o segundo, os demônios, ou jinn, são seres que coexistem com os seres humanos, sendo dotados de livre-arbítrio e chefiados por Iblis.[5]
Popularmente, acredita-se que o chefe dos demônios, Lúcifer, era um querubim da guarda ungido (Ezequiel 28 e Isaías 14:13–14) que, ao desejar ser igual a Deus, foi expulso do Paraíso. É certo que há passagens na Bíblia que falam de seres caindo do céu, porém não são sobre Satanás. Existem trechos referentes a isso como no livro de Provérbios 8 e o livro de Jó 38,que mostram que a ideia de anjos que caíram do céu para esta terra se refere a nós pecadores; se analisarmos os versos de Lucas 19:10 e Mateus 9:13 podemos ver que somos os que se perderam do Reino dos céus por causa dos nossos pecados.[6]
Porém, quando foi expulso do Céu, a Bíblia nos relata que Lúcifer (conhecido, depois da expulsão, como diabo e satanás, também referido em Apocalipse como "dragão" ou "antiga serpente", fazendo uma referência ao Livro do Gênesis) trouxe, consigo, um terço dos anjos de Deus (Apocalipse 12:4). Não encontra-se, na Bíblia cristã, qualquer referência ao quantitativo de anjos que acompanharam Lúcifer, mas o livro do Apocalipse diz que o número de anjos a serviço do Criador são "milhares de milhares e milhões de milhares" (Apocalipse 5:11).
Devido a vários motivos ou simplesmente por submissão religiosa a Satanás, os demônios podem, segundo a crença cristã, possuir alguém, assumindo inclusive o senhorio sobre o corpo desta pessoa, manipulando suas atitudes e palavras e influenciando fortemente os seus pensamentos. Para os cristãos, o único meio eficaz utilizado pelos apóstolos para falir a autoridade de um ou mais demônios sobre uma ou mais pessoas é o nome de Jesus Cristo, Filho de Deus, que, segundo a crença cristã, é o Nome sobre todo nome, inclusive o sobre o nome dos demônios.[7]
Cristadelfianos
Para os Cristadelfianos, os demônios na Bíblia são os deuses dos pagãos, isto é, dos não cristãos e não judeus. Segundo os Cristadelfianos, os antigos gregos acreditavam que os espíritos podiam possuir pessoas e que eram os espíritos dos falecidos que tinham subido ao nível de demônios (semideuses que traziam o bem ou o mal à humanidade). Quando alguém não entendia a causa de uma enfermidade, por não haver causa aparente ou por ser uma doença do foro psicológico, a enfermidade era atribuída a demônios. Os Cristadelfianos também não acreditam que os anjos possam pecar.[8]
Judaísmo
A tradição judaica cunhou a figura de demónio com significado totalmente diverso daquela corrente na tradição cristã. Para o primeiro, os demónios são seres meio-humano, meio-espírito, criados após o homem, podendo reproduzir-se e ser bons ou maus, mas de natureza incompleta, cujos atos tendem ao caos.[9]
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↑ abFERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.534
↑Bóreas se enche de raiva demoníaca para violentar Orítia, filha do rei Erecteu de Atenas e casada com Tereu rei da Trácia; Ovídio, Metamorfoses, Livro VI, 675-701
↑Schwartz, Howard (2004). Tree of Souls. the mythology of Judaism (em inglês). Nova Iorque: Oxford. p. 227
↑Waardenburg, Jean Jacques (2002). Islam. historical, social, and political perspectives (em inglês). [S.l.]: Walter de Gruyter & Co. p. 38. ISBN3110171783
↑Ben-Amos, Dan; Noy, Dov (2011). Folktales of the Jews. tales from Arab lands (em inglês). Filadélfia: Jewish Publications Society. p. 574, 577templatestyles stripmarker character in |autor= at position 1 (ajuda) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Bibliografia
Sigmund Freud (1950). Totem and Taboo:Some Points of Agreement between the Mental Lives of Savages and Neurotics (em inglês). Nova Iorque: W. W. Norton & Company. ISBN978-0-393-00143-3
Wundt, W. (1906). Mythus und Religion, Teil II (Völkerpsychologie, Band II). Leipzig.