A DJI representa cerca de 70% do mercado mundial de aeronaves remotamente pilotadas de consumo em março de 2021.[3][4] Sua tecnologia de RPAs para filmagem é amplamente utilizada nas indústrias de música, televisão e cinema. Os produtos também têm sido usados por militares e forças policiais,[5] bem como por grupos terroristas, apesar da empresa tomar medidas para limitar o acesso destes.[6]
Instituições governamentais dos EUA proibiram o uso de produtos DJI,[7] mas em 2020 várias agências continuavam a usar.[5] Em dezembro de 2021, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos proibiu o investimento na DJI por indivíduos e entidades norte-americanas, acusando a empresa de cumplicidade no auxílio ao genocídio uigur.[8][9][4] Suas aeronaves também são amplamente utilizados na invasão russa da Ucrânia como armas por ambas as partes na guerra.[10][11]
Wang construiu os primeiros protótipos em seu dormitório, vendendo os componentes de controle de voo para universidades e empresas elétricas chinesas. Ele usou os lucros para se mudar para o centro industrial de Shenzhen (considerado o Vale do Silício Chinês) e contratou uma pequena equipe em 2006. A empresa teve alta rotatividade entre os funcionários atribuídos à personalidade e expectativas perfeccionistas de Wang. A empresa vendia poucos componentes e contava com o apoio financeiro de Lu Di, amigo da família de Wang, que forneceu US$ 90.000 e administrou as finanças da empresa.[14] Em 2009, componentes da empresa permitiram que uma equipe pilotasse com sucesso uma aeronave remotamente pilotada ao redor do pico do Monte Everest.[5]
Em 2010, uma amiga de colégio de Wang, Swift Xie Jia, foi contratada para o marketing da empresa. A empresa passou a atender mais os entusiastas de drones em mercados fora da China. Em 2011, Wang conheceu Colin Guinn em uma feira e fundaram a DJI North America, subsidiária com foco em vendas de RPAs no mercado de massa. Em 2013, o primeiro modelo do Phantom foi lançado, uma aeronave básica de melhor usabilidade que outros do mercado na época.
O Phantom teve sucesso comercial, mas gerou conflito entre Guinn e Wang. No meio do ano, Wang ofereceu para comprar a parte de Guinn, que foi recusada. No final do ano, a DJI bloqueou os funcionários da subsidiária estadunidense de suas contas de e-mail no processo de encerramento das operações da subsidiária. Guinn processou a DJI e o caso foi resolvido fora do tribunal.[14]
Em 2015, o Phantom 3 teve um sucesso maior em parte devido à adição de uma câmera de transmissão ao vivo integrada.[5] A DJI era agora a maior empresa de RPAs de consumo do mundo[15], tirando muitos de seus concorrentes do mercado.[5] 2015 também marcou o início da competição RoboMaster Robotics Competition da DJI (机甲大师赛), um torneio anual de robótica realizado no Shenzhen Bay Sports Center.[16]
Em novembro de 2015, a DJI anunciou o estabelecimento de uma parceria estratégica com a Hasselblad[17] adquirindo uma participação majoritária na empresa em janeiro de 2019.[18]
Em 5 de junho de 2018, a Axon, fabricante de câmeras policiais e tasers, anunciou uma parceria com a DJI para vender aeronaves de vigilância a departamentos de polícia dos Estados Unidos.[22][23] Em 2020 os produtos da DJI eram amplamente utilizados por polícias e bombeiros dos EUA.[5]
Em janeiro de 2020, o Departamento do Interior dos Estados Unidos anunciou que retiraria de serviço cerca de 800 aeronaves que eram usadas para fins de monitoramento de infraestrutura e da vida selvagem. Em março de 2020, a DJI detinha 77% da participação no mercado estadunidense de RPAs de consumo, sem nenhuma outra empresa com mais de 4%.[5]
Também em 2020, suas aeronaves foram usadas em muitos países ao redor do mundo para combater o Coronavírus.[24] Na China são usados pela polícia para lembrar as pessoas de usarem máscaras. Em outros países, como Marrocos e Arábia Saudita, para desinfetar áreas urbanas e monitorar a temperatura humana para conter a propagação do vírus.[25]
Estrutura corporativa
Em 2018, a DJI levantou cerca de US$ 1 bilhão em fundos em preparação para um IPO previsto na Bolsa de Valores de Hong Kong[26] e até julho de 2020 os rumores persistiam sem indicação de que viria.[27] A empresa já havia levantado US$ 500 milhões em uma rodada de financiamento de investidores em 2015, incluindo a estatal New China Life Insurance, GIC e New Horizon Capital, esta última cofundada pelo filho do ex-primeiro ministro da China, Wen Jiabao.[28]
Em 2023 a empresa conta com mais de 14.000 funcionários e 17 escritórios internacionalmente.[29][4]
Produtos
Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs)
Flame Wheel
A série Flame Wheel são aeronaves multirrotor para hobbistas, com o hexacóptero F550 e os quadricópteros F330 e F450.[30]
Phantom
A série Phantom evoluiu para integrar a programação de voo com a câmera, conectividade Wi-Fi ou Lightbridge e o celular do piloto.[31] São feitos para aplicações de cinematografia aérea e fotografia, bem como para uso recreativo. A versão mais atual é a Phantom 4 Pro 2.0.[32]
Spark (fora de linha)
Lançado em maio de 2017, o Spark é leve (300 g), voa até 8 m de altura, possui uma câmera de 12 megapixels estabilizada mecanicamente por um gimbal de 2 eixos bem como uma câmera 3D infravermelha avançada que ajuda o equipamento a detectar obstáculos à sua frente. Além de um aplicativo para smartphone com controlador virtual, também é possível usar um controle físico (RPS). Atualmente encontra-se fora de linha, sendo substituído pelo Mini.[33]
Mavic
A série Mavic inclui os seguintes modelos: Mavic Pro, Mavic Pro Platinum, Mavic Air, Mavic Air 2, Air 2S, Mavic 2 Pro, Mavic 2 Zoom, Mavic 2 Enterprise, Mavic 2 Enterprise Advanced, Mavic 3, Mavic 3 Cine, Mavic Mini, Mini SE e Mini 2 e Mini 3 Pro. Começando no Mini 2, o prefixo Mavic foi retirado da maioria dos novos modelos, como o Air 2S e o Mini SE. O lançamento do Mavic Air 2 gerou polêmica já que um recurso de segurança importante, o AirSense (que gera sinalizações ADS-B), não estaria disponível em modelos fora dos Estados Unidos naquele momento. A culpa seria devido à consequências da pandemia de COVID-19.[34]
As aeronaves DJI Mavic 3 e o Mavic 3 Cine foram lançadas em 4 de novembro de 2021.[35] O Mavic 3 substituiu o Mavic 2 Pro e o Mavic 2 Zoom foi precificado para consumidores de alto poder aquisitivo e profissionais mais do que amadores. O Mavic 3 Enterprise e o Mavic 3 Thermal foram lançados em 27 de setembro de 2022 para substituir as aeronaves Phantom 4 RTK e Mavic 2 Enterprise Advanced nas atividades de pesquisa e prospecção, inspeção, segurança e resgate.[36]
Inspire
A série Inspire, iniciada em 2017, é uma série profissional de quadricópteros de câmera com características voltadas para o mercado cinematográfico. Dentre as características se inclui a possibilidade de um controle dedicado à aeronave e outro à gimbal de filmagem, além da troca de lentes da câmera como numa câmera fotográfica.[37]
Visão em Primeira Pessoa (FPV)
Em 2 de março de 2021, a empresa anunciou o lançamento do DJI FPV, um tipo híbrido completamente novo que combina a visão em primeira pessoa (FPV) e o desempenho de alta velocidade das aeronaves de corrida, a câmera cinematográfica e a confiabilidade das aeronaves tradicionais e um inovador controlador de movimento opcional que permite aos pilotos pilotar a aeronave apenas com movimentos de uma mão.[38]
Controladores
Há controladores de mão são usados para controlar as aeronaves usando sistemas FPV, mas também pode-se ter um controlador (RPS) complementar ao que vem com as aeronaves para, por exemplo, executar o papel de piloto e copiloto, ou com características mais completas.
RPAs industriais
Spreading Wings (fora de linha)
A série Spreading Wings é composta de RPAs industriais para fotografia aérea profissional, mapeamento 3D de alta definição, busca e resgate ultraleves e vigilância, baseados na câmera a bordo. A série está fora de linha, substiutuída pela Matrice.[39]
Matrice
A série Matrice foi projetada para aplicações profissionais industriais, incluindo pesquisa e prospecção, inspeção, busca e salvamento e combate a incêndios.[40] Os equipamentos costumam apresentar compartimento de expansão e portas de comunicação, permitindo aos desenvolvedores alterar e adicionar componentes (payloads) para diversas finalidades.
Agras
Agras é a série de aeronaves agrícolas da DJI com peso de decolagem considerando até 50 kg de carga útil (Agras T40), usadas para pulverizar plantações.[41]
Estabilizadores de câmeras
Ronin
O Ronin é uma plataforma de câmera autônoma posicionada no chão desenvolvida para vídeo e fotografia profissionais para a indústria cinematográfica. Usando três motores individuais, o Ronin se estabiliza quando movimentado com intensidade.[42] O modelo DJI Ronin 4D conta também com a câmera.[43]
Osmo
Osmo é uma filmadora desenvolvida pela DJI que usa um smartphone para visualizar as imagens da câmera e pode gravar em 4K e tirar fotos de 12 a 16 MP. Os modelos posteriores incluem o Osmo Pocket[44] e o Osmo Action.[45][46][47]
O Osmo mobile é somente um tripé e estabilizador que conta com a câmera do smartphone do usuário. Seu modelo mais recente é o Osmo Mobile 6.[48]
Equipamento FPV
A série DJI FPV[49] consiste de monitores montados na cabeça projetados para voar aeronaves FPV. Existem duas linhas de produtos diferentes na série FPV: os DJI Goggles e o Sistema FPV Digital. Os primeiros foram projetados para uso com aeronaves da DJI com duas telas de cristal líquido, conectividade sem fio e controle direto de captura de fotos e vídeos. Em novembro de 2017, a DJI também lançou o DJI Goggles RE ("Racing Edition"), que apresentava compatibilidade com quadricópteros de corrida.[50] O DJI Digital FPV System e o O3 Air Unit são produtos autônomos projetados para uso com outros fabricantes, incluindo outras aeronaves FPV personalizadas.
Robôs educacionais
RoboMaster S1
Em 11 de junho de 2019, a DJI apresentou o RoboMaster S1, seu primeiro veículo terrestre não-tripulado de consumo, nomeado em homenagem à competição anual de robótica RoboMaster da empresa,[51] da qual agora é um mascote não oficial. O S1 é semelhante a um carro de combate controlado remotamente em visão em primeira pessoa via Wi-Fi e um aplicativo para dispositivos móveis Apple iOS ou Google Android. Projetado para ser um "robô educacional avançado", o usuário precisa montar o S1 a partir de peças soltas e aprender a programar sua funcionalidade de IA. As linguagens de programaçãoScratch e Python são as usadas pela DJI.[52]
RoboMaster EP
DJI RoboMaster EP, lançado oficialmente em 9 de março de 2020[53], suporta mais de 20 sensores de terceiros e hardware de código aberto, como Micro Bit, Arduino e Raspberry Pi.[54]
RoboMaster TT
O RoboMaster TT Tello Talent se trata de uma aeronave com recursos para aplicação educacional.[55]