Cristóvão Pedro de Morais Sarmento

Cristóvão Pedro de Morais Sarmento
Cristóvão Pedro de Morais Sarmento
Nascimento 13 de maio de 1788
Salvador
Morte 11 de janeiro de 1851
Londres
Cidadania Portugal
Filho(a)(s) Maria Carlota Perpetua de Morais Sarmento
Alma mater
Ocupação diplomata, político

Cristovão Pedro de Morais Sarmento (Salvador (Brasil), 13 de maio de 1788Londres, 11 de janeiro de 1851), 1.º barão e 1.º visconde de Torre de Moncorvo, foi um magistrado, diplomata e político que, entre outras funções de relevo, foi ministro plenipotenciário na Legação de Portugal em Londres[1] e Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do 11.º governo da Monarquia Constitucional, em funções de 12 de março a 21 de abril de 1841. Negociou o Tratado da Quádrupla Aliança (1834), instrumento diplomático que garantiu a sobrevivência do recém-implantado regime liberal em Portugal.[2]

Biografia

Nasceu na Bahia, filho do desembargador Tomás Inácio de Moraes Sarmento e de sua esposa, Perpétua Gertrudes da Cunha. Foi irmão do político Alexandre Tomás de Morais Sarmento, o 1.º visconde do Banho. Foi feito barão de Torre de Moncorvo por decreto de 23 de maio de 1835 da rainha D. Maria II, em reconhecimento pelo êxito nas negociações para o reconhecimento do novo regime português por Espanha e pelas principais potências europeias. A 13 de julho de 1847 foi elevado a visconde do mesmo título.

Frequentou juntamente com o irmão, o curso da Universidade de Coimbra onde viria a formar-se em Leis em 1814, tendo em 1808 interrompido os estudos ao se alistar no Batalhão Académico, tendo participado ativamente nas campanhas da Guerra Peninsular. Terminada a guerra e concluídos os estudos, foi sendo nomeado para diferentes lugares na organização fiscal do Estado português, alcançando o lugar de superintendente das Alfândegas e do Tabaco na Província de Trás-os-Montes.[2]

No início da década de 1820 ingressou na carreira diplomática. Exilado político em 1828, passou nos anos seguintes por Inglaterra e Brasil.[2]

Em 1834 negociou em Madrid o reconhecimento de D. Maria II. Passou enquanto diplomata pela embaixada portuguesa em Londres, no início da década de 1820, e foi enviado extraordinário em Copenhaga entre 1824 e 1828, mas mantendo atividade até 1833.[3] Foi aí que em 1 de dezembro de 1828 casou com Carlota Jordan, que viria a falecer em 1842, tendo Cristóvão casado depois com a cunhada, Carolina Guilhermina Jordan.[2]

Em dezembro de 1833 assumiu o lugar de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em Londres, que manteria até 1837, e onde a sua ação se destacou pela assinatura, com o diplomata espanhol Manuel Pando Fernández de Pineda, o marquês de Miraflores, e os ministros Henry Temple, visconde Palmerston (britânico), e Charles-Maurice de Talleyrand (francês), do Tratado da Quádrupla Aliança (1834), instrumento diplomático que garantia a segurança da nascente Monarquia Constitucional Portuguesa face aos seus inimigos internos e externos. Esta aliança viria a ser fulcral na resolução da crise da Patuleia.[4] Voltou a Londres como enviado extraordinário em 1839, mantendo atividade naquela capital até 1850, embora acumulando com outras missões.[5]

Foi nomeado Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do 11.º governo da Monarquia Constitucional, em funções de 12 de março a 21 de abril de 1841. Contudo, o visconde de Torre de Moncrovo e Rodrigo da Fonseca foram nomeados ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro interino dos Negócios Estrangeiros, respetivamente, na mesma data. O visconde de Torre de Moncorvo, ausente no estrangeiro, nunca tomaria posse da pasta, sendo exonerado a 21 de abril, permanecendo interinamente durante todo esse período Rodrigo da Fonseca até 9 de junho, sendo efetivo a partir dessa data.

Nesse período, foi negociado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, celebrado entre o sultão Abdul Medjid Khan, imperador otomano, e a rainha D. Maria II de Portugal, assinado em Londres em 20 de março de 1843. Foram plenipotenciários, o embaixador extraordinário do imperador dos otomanos junto da rainha de Inglaterra, Séyed Mouhammed Emin Aali Effendi e Cristóvão Pedro de Morais Sarmento, barão da Torre de Moncorvo, pela rainha de Portugal.[6]

Em 1849, em fim de carreira e fim de vida, desempenhou funções na legação portuguesa em Viena. A estada foi no entanto curta, regressando a Londres onde viria a falecer em 1851.[2]

Ainda em vida os seus serviços não deixaram de ser reconhecidos pela Coroa. Em 23 de maio de 1835 a então recém-coroada rainha D. Maria II atribuiu-lhe o título de barão da Torre de Moncorvo. A 13 de julho de 1847 o mesmo título seria elevado a viscondado. Afastado fisicamente do reino, o seu nome não era no entanto esquecido na política, pois sem nunca ter tomado lugar nas câmaras do parlamento, foi eleito deputado em 1821 e par do reino em 1849.[2]

Referências

Strategi Solo vs Squad di Free Fire: Cara Menang Mudah!