Cristiano nasceu no Castelo de Copenhaga. Foi o terceiro filho a nascer do rei e da sua consorte, mas um deles, Frederico, morreu com menos de um mês de idade e o outro nasceu morto. Como tal, o seu pai sempre acreditou que seria ele a herdar o trono.[2] A Dinamarca era uma monarquia eleitoral, onde o conselho privado tinha o poder de eleger o rei. Contudo, enquanto o rei fosse vivo, podia escolher um herdeiro e promover a sua causa dentro do conselho que normalmente seguia sempre a escolha do monarca.[3] Em 1608, o conselho privado e os representantes dos estados apoiaram a decisão do rei em escolher Cristiano para príncipe-eleito, uma decisão que foi oficializada em 1610 na Dinamarca e na Noruega.[2]
O tutor responsável pela educação do príncipe foi Niels Jørgensen Æryleus que ficou com o príncipe de 1610 a 1617, sendo depois substituído por Jesper Brochmand que o educou entre 1617 e 1620.
Carreira e Casamento
Em 1625, a Dinamarca entrou na Guerra dos Trinta Anos. A intervenção dinamarquesa iniciou-se na segunda maior fase da guerra, depois do fim da Revolta da Boémia.[4] Com o rei a comandar as tropas no campo de batalha, o príncipe Cristiano passou a comandar o governo, uma posição que manteve até 1627 algo que não o impediu de participar em algumas batalhas. Chegou mesmo a ser atingido por dois tiros em Novembro de 1626. Em 1627 foi enviado para Holstein, perto da fronteira, e instalou-se em Segeberg. Depois retirou-se quando as tropas inimigas conquistaram o sul da Dinamarca e a Jutlândia e a intervenção dinamarquesa falhou. Durante a retirada partiu uma perna depois de cair de uma carruagem. Em 1626, a sua relação com a nobre Anne Lykke fez com que entrasse em conflito com o pai e o conselho de estado quando o rei a mandou prender devido à influência que tinha sobre o príncipe e a tentou acusar de bruxaria.
Em 1628, Cristiano recebeu o feudo de Malmöhus. Em Janeiro de 1632 foi nomeado governador-geral de Schleswig-Holstein e recebeu Laaland e Falster. Em 1633 ficou noivo da duquesa Madalena Sibila da Saxónia, filha do príncipe-eleitor João Jorge I da Saxónia e da duquesa Madalena Sibila da Prússia. O casamento já estava a ser negociado desde 1630 e a cerimónia aconteceu a 5 de Outubro de 1634 em Copenhaga com grandes celebrações. O casal nunca teve filhos e vivia no Castelo de Nykøbing em Falster. Cristiano não se envolveu muito na política durante esta fase da sua vida, algo que não o deixava feliz. Voltaria a ter algum poder quando foi chefe do governo em 1644, quando o seu pai se ausentou devido à Guerra de Torstenson. No outono de 1644, o príncipe Cristiano passou uma temporada na cidade fortificada de Malmø, mas quando as tropas suecas se estavam a aproximar, teve de se retirar primeiro para a Copenhaga devido aos primeiros sinais de doença e depois para Falster.
Últimos Anos e Legado
Cristiano era conhecido por ser preguiçoso e beber demasiado. Perto do final da sua vida estava profundamente endividado e, apesar do seu pai tentar pagar algumas das suas vidas, o príncipe ainda devia mais de 215 000 rigsdaleres em 1617. Em 1646 pediu empréstimos a várias pessoas, entre elas o duque de Gottorp, para uma estadia num spa na Boémia. Trocou Nykøbing pela Boémia a 8 de Maio de 1647. Chegou a Dresden a 28 de Maio e continuou o caminho até 1 de Junho. Pouco depois de começar a viagem ficou gravemente doente. Foi levado para um castelo em Gorbitz, perto de Dresden, onde viria a morrer no dia seguinte.
↑ abFridericia, J. A. (1889). "Christian, udvalgt prins". In Bricka, Carl Frederik (in Danish). Dansk biografisk lexikon. 3. Copenhagen: Gyldendalske Boghandels Forlag. pp. 526–529.
↑Dyrvik, Ståle (1999) (in Norwegian). Norsk historie 1625–1814. Volume three of Norsk historie. Oslo: Samlaget. p. 29. ISBN 978-82-521-5546-4.
↑Palmer, R. R.; Colton, Joel; Kramer, Lloyd (2007). A History of the Modern World (10th ed.). Boston: McGraw-Hill. pp. 137–138. ISBN 9780073107486.