As especificações teológicas desse credo parecem ter sido originalmente formuladas como uma refutação do gnosticismo, uma antiga heresia. Isso pode ser visto em quase toda frase. Por exemplo, o credo afirma que o Cristo, Jesus, nasceu, sofreu e morreu na cruz. Isso parece ser uma afirmação direta contra o ensinamento herético de que o Cristo apenas aparentou ser homem e não sofreu nem morreu de verdade. O Credo dos Apóstolos, da mesma forma que outros credos batismais, é admirado como um exemplo do ensinamento dos apóstolos e uma defesa do Evangelho de Cristo.
O nome do Credo origina-se antes da quinta década d.c., de que por inspiração do Espírito Santo, após o Pentecostes, cada um dos Doze Apóstolos ditou uma parte do credo.[2] Ele é tradicionalmente dividido em doze artigos.
Como o credo foi originado nos primórdios do cristianismo, ele não abrange alguns assuntos cristológicos definidos no Credo Niceno e em outros credos cristãos. Portanto, nada é dito explicitamente sobre a divindade de Jesus ou do Espírito Santo. Isso o faz aceitável para muitos arianos e unitários. Da mesma forma, ele não abrange muitas outras questões teológicas que se tornaram objetos de disputa séculos após seu surgimento.
O texto do credo em latim
1. Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae,
2. et in Iesum Christum, Filium Eius unicum, Dominum nostrum,
3. qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine,
4. passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus,
5. descendit ad ínferos, tertia die resurrexit a mortuis,
6. ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis,
7. inde venturus est iudicare vivos et mortuos.
8. Credo in Spiritum Sanctum,
9. sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem,
O Catecismo Maior de São Pio X dá a seguinte tradução do Credo dos Apóstolos.[4] Em sua argumentação do credo,[5] o Catecismo mantém a divisão tradicional dos doze artigos.
1. Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra;
2. E em Jesus Cristo, um só seu Filho (seu único Filho), Nosso Senhor,
3. Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem;
4. Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
5. Desceu ao reino dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia;
6. Subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
7. De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
8. Creio no Espírito Santo,
9. Na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos,
Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
2º artigo (da salvação)
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
3º artigo (da santificação)
Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Cristã — a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus,
onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja,
Una, Santa, Católica e Apostólica.
Professo um só batismo para a remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há-de vir.
Amém.
Notas
↑Não no sentido que a palavra "símbolo" tem em grande parte das línguas modernas, mas no sentido original da palavra, derivada do latimsymbolum, signo, token, do gregoσύμβολον, "chave" para identificação (por comparação com sua contraparte), de συμβάλλειν, "colocar junto", comparar" [1]