Cosme de Jerusalém (em grego: Κοσμάς), também chamado de Cosme Hagiopolita ("da cidade sagrada"), Cosme de Maiuma, Cosme, o Melodista ou ainda Cosme, o Poeta foi um bispo e um hinógrafo. Ele é considerado um santo.
Vida e obras
Cosme nasceu provavelmente em Damasco, mas ele ficou orfão em tenra idade. Ele foi adotado por Sérgio, o pai de São João de Damasco (ca.676 - 749) e se tornou seu irmão adotivo. O professor dos dois garotos era um monge idoso da Calábria, também chamado Cosme (conhecido como "Cosme, o Monge" para se distinguir), que fora libertado da escravidão entre os sarracenos pelo pai de João.[2] João e Cosme foram de Damasco para Jerusalém, onde ambos se tornaram monges na Lavra (mosteiro) de São Savas, o Santificado, perto da cidade.[2] Juntos eles ajudaram a defender a igreja contra a heresia do iconoclasma.
Cosme deixou o mosteiro em 743, quando ele foi nomeado como bispo de Maiuma, o porto da antiga Gaza, na costa sul da Palestina.[2] Ele viveu muitos anos mais que João e morreu com idade avançada.
Obras
Como um erudito autor em prosa, Cosme escreveu comentários (escólios) sobre os poemas de Gregório de Nazianzo. Ele é considerado em grande estima também como um poeta. Tanto ele quanto João de Damasco são considerados como os melhores represantes da hinografia grega clássica tardia, sendo os exemplos mais característicos o cantos litúrgicos conhecidos como "cânones". Eles trabalharam juntos também no desenvolvimento do Octoechos.[2]
São Cosme já foi chamado de "um veículo da graça divina" e "a glória da Igreja".[3] Ele compôs os cânones solenes para as Matinais (a equivalente ortodoxa das Laudes) do Domingo de Ramos e o "Sábado de Lázaro", como é conhecido o dia anterior no rito bizantino, as Triodes (cânones com apenas três cânticos) que são cantadas na Semana Santa e o primeiro cânone da Natividade (baseado num sermão sobre a Natividade feito por São Gregório, o Teólogo. Juntos, quatorze cânones são atribuídos a ele nos livros litúrgicos da Igreja Ortodoxa.[4]
Os hinos de Cosme foram originalmente compostos para o Serviço Divino da Igreja de Jerusalém, mas, pela influência do patriarcado de Constantinopla, seu uso se tornou universal na Igreja Ortodoxa. Não se sabe, porém, se todos os hinos atribuídos a Cosme nos livros litúrgicos são realmente dele, especialmente por que seu professor tinha o mesmo nome que ele e também era um hinógrafo.[2]
Referências
- ↑ Outras fontes dão datas tão díspares para sua vida, variando entre ca. 675 - ca. 751. Kathryn Tsai, A Timeline of Eastern Church History (Divine Ascent Press, Point Reyes Station, CA, 2004), p. 144
- ↑ a b c d e "Cosmas" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- ↑ Alexander A. Bogolepov. «The hymns of the Orthodox Church». Orthodox Hymns of Christmas, Holy Week and Easter (em inglês). Home.it.net.au. Consultado em 2 de abril de 2007. Arquivado do original em 22 de junho de 2005
- ↑ Kathryn Tsai, A Timeline of Eastern Church History (Divine Ascent Press, Point Reyes Station, CA, 2004), p. 144
Bibliografia
- Coleções de hinos, em variadas quantidades, são atribuídas a Cosme e podem ser encontradas em Jacques-Paul Migne, Patrologia Graeca (P.G.), XCVIII, 459-524, e em Christ-Paranikas, Anthologia graeca carminum christianorum (Leipzig, 1871), 161-204.
- Para os mencionados escólios sobre os poemas de Gregório de Nazianzo, veja:
- Para assuntos em geral, veja Krumbacher, Gesch. der byzantinischen Literatur (2d ed., Munich, 1896), 674 sqq.
Ligações externas