Ésquines fora enviado em embaixada para Megalópolis, na Arcádia, para preparar uma liga pan-helênica contra a Macedônia. O projeto de Ésquines fracassou, e este notou que Atenas ficaria isolada. Em vista disso, procurou uma política de concessões. Em 346 a.C., foi encarregado de negociar a paz com os macedônios.
Em 345 a.C., Demóstenes e Timarco acusaram Ésquines de ter sido corrompido por Filipe. Através de uma brilhante oratória no discurso Contra Timarco, Ésquines contra-argumentou que Timarco não tinha direito a voz devido à sua depravação, por ter sido um eromenos de muitos homens na cidadeportuária de Pireu quando jovem. O argumento foi aceito, e Timarco foi cassado como um orador e estadista (atimia).
Demóstenes afirmou que essa condenação de Timarco à cassação destruiu a sua carreira. Esse comentário é interpretado por Pseudo-Plutáraco na obra As Vidas de Dez Oradores como a indicação de que Timarco cometeu suicídio. Contudo, essa interpretação é contestada por alguns historiadores[1]
Relevância
O discurso Contra Timarco é importante pela extensa citação das leis atenienses, e também pelas informações sobre a tolerância a relacionamentos homossexuais masculinos na época. O discurso mostra que tais relacionamentos entre homens e jovens eram tolerados, desde que baseados em atração mútua. Ésquines menciona suas próprias atrações, disputas e poemas dedicados a meninos. Por outro lado, a prostituição masculina, com sexo em troca de dinheiro, era condenada, como a sentença contra Timarco mostra. [2]