Cneu Mânlio pertencia à nobre gente Mânlia, uma das mais antigas e conhecidas gentes patrícias da Roma Antiga e cujos cognomes mais comuns durante o período republicano era Capitolino, Torquato e Vulsão; o nomen "Mânlio" é muitas vezes confundido com "Mânio" ou "Manílio".
Cneu Mânlio foi eleito em 480 a.C. juntamente com Marco Fábio Vibulano.[1][2] Foi o primeiro de sua gente a chegar ao consulado e, a partir daí, os Mânlios passaram a ocupar os mais variados postos da magistratura da República Romana.
Neste ano, Tibério Pontífice, um tribuno da plebe, propôs, juntamente com Espúrio Licínio no ano anterior, a Lei Agrária[a] antes de realizar o alistamento militar,[3] mas os senadores e cônsules conseguiram corromper alguns tribunos da plebe e conseguiram realizar o alistamento: era o início da guerra contra Veios pelo controle da Etrúria que duraria até 476 a.C.[3]
Os etruscos haviam se reunido em Veios e formaram um exército menos pela defesa da cidade e sim pela esperança de poderem aproveitar a oportunidade que se abriria com o avanço das lutas internas dos romanos.[3] Com romanos e etruscos em seus respectivos acampamentos, os dois cônsules, temendo afrontar os exércitos aliados, evitaram o combate e seguraram suas forças. Os inimigos tentaram provocar o combate, insultando as tropas e provocando uma profunda sensação de raiva e uma crescente impaciência com a falta de uma resposta militar.[4] Mais provocações exasperaram os soldados romanos a tal ponto de criar uma ameaça de motim entre os soldados; Marco Fábio convenceu Cneu Mânlio que era a hora de agir e jurou, perante os deuses romanos, que a batalha seria vencida sob pena de uma punição divina em caso de derrota.
A Batalha de Veios foi vencida por Marco Fábio, mas a um custo altíssimo, pois morreram no combate Quinto Fábio, seu irmão e cônsul dois anos antes, e depois o próprio Cneu Mânlio.[5][6] Em sinal de profundo desgosto pela morte do irmão e do colega, Fábio não aceitou o triunfo reservado a ele pelo Senado.[7]
↑Segundo Dionísio de Halicarnasso, Tibério Pontífice não propôs uma lei agrária e sim a criação de uma comissão de dez senadores encarregados de escolher quais terras públicas seriam entregues aos cidadãos romanos[2].