Nasceu em Draguignan, sul da França, filho de Jean Gay e de sua esposa Thérèse Mouret, uma família de lavradores. Foi enviado para Paris pela família quando tinha 18 anos de idade com o objectivo de cursar estudos superiores em medicina e farmácia. Contudo, após algum tempo na capital francesa, Gay abandonou esses estudos e decidiu dedicar-se ao estudo da botânica, área na qual se viria a destacar posteriormente.
Em 1828, o médico e aventureiro Pedro Chapuis ofereceu-lhe a oportunidade de viajar até ao Chile para dar aulas de História Natural. Atraído pela possibilidade de descobrir a flora e a fauna de um país quase desconhecido, embarcou em Brest em Maio de 1828 para chegar a Valparaíso a 8 de Dezembro do mesmo ano.
Após algumas dificuldades iniciais devidas à instabilidade política que se vivia na época, começou a leccionar classes de física e de história natural no Colegio Santiago, um estabelecimento de educação de Santiago do Chile. Conheceu José Vicente Bustillos, o boticário mais célebre da cidade, que depois o apresentou a Diego Portales.
Para albergar a extensa colecção de animais e plantas que reuniu, o governo chileno facilitou um edifício para as expor, guardar e classificar, dando origem ao Museu de História Natural em finais de 1839.[3] Nesse mesmo ano, por proposta do Ministro da Instrução Pública, Mariano Egaña, aceitou escrever uma obra que intitulou de Historia política de Chile.[3]
Em busca de arquivos e entrevistas para aquela indagação, percorreu parte do Peru. Em 1841, concluiu as suas investigações no Chile, obtendo como prémio pela qualidade do seu trabalho uma soma de dinheiro e a nacionalidade chilena por agradecimento da parte do governo de José Joaquín Prieto. Nesse mesmo ano fundou a Quinta Normal de Agricultura (actual parque Quinta Normal). Dois anos mais tarde, foi nomeado membro da Universidade de Chile.[4]
A 16 de junho de 1842 Claudio Gay embarcou na fragata Arequipa rumo a Bordéus. De regresso ao seu país natal, radicou-se em Paris, onde se dedicou a tempo inteiro a escrever a sua obra. Como resultado, publicou 30 livros que descreviam a identidade da natureza chilena.
Gay voltou em 1863 brevemente ao Chile,[5] onde foi recebido como uma celebridade e homenageado no Congresso Nacional.
De volta a França, instalou-se na sua Provença natal, donde faleceu dez anos mais tarde, em 1873.
Ao faleceu, deixou inconcluso um manuscrito sobre os mapuches, que permaneceu arquivado até que o descobriu o antropólogo chileno Daniel Milos, que o leu, transcreveu, traduziu e ordenou, convertendo-o num livro de 372 páginas que com o título de Usos y costumbres de los araucanos publicou através da editorial Taurus em 2018.[6]
Obra
Entre outras obras, é autor das seguintes publicações:
Consideraciones sobre las minas de mercurio de Andacollo e Illapel con su posición geológica. Valparaíso (1837), Paris (1851)
↑Luis Mizón (2001). Editorial Universitaria, ed. Claudio Gay y la Formación de la Identidad Cultural Chilena. Col: Imagen de Chile. [S.l.: s.n.] ISBN9561115808.
↑Faúndez, E. I. 2010. Pentatomoidea (Hemiptera: Heteroptera) wrongly labelled in Gay’s “Atlas de la Historia Física y Política de Chile” (1854). Zootaxa 2351: 65-68.
↑Faúndez, E. I. & M. A. Carvajal. 2010. Additions to Pentatomoidea (Hemiptera: Heteroptera) wrongly labelled in Gay’s “Atlas de la Historia Física y Política de Chile (1854)”. Zootaxa 2659: 67-68.
Ligações externas
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