2 Metralhadoras FN HERSTAL SEA DEFENER 12.7 mm (1X-BE/1X-BB)
VLS 1 x 12 células MBDA SEA CEPTOR (CAMM)
MSS SIATT Mansup 2 x 4
Sistema de Lançamento de Torpedo SEA TLS-TT
Sistema de Despistamento TERMA C-GUARD
Aeronaves
Helicóptero
Sensores
Hensoldt TRS-4D AESA, Radar de Navegação RAYTHEON (Banda X), DT: Thales STIR 1.2 EO MK2, Alças Optrônicas SAAN PASEO XLR, Sonar de Casco ATLAS Elektronik ASO713
A classe Tamandaré é uma nova classe de futuras fragatas de uso geral para a Marinha do Brasil, baseada na família de navios MEKO. O projeto está sendo desenvolvido pelo Ministério da Defesa e pelo consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS) e pela Embraer Defesa & Segurança. A construção das quatro fragatas planejadas começará em 2021 e está programada para ser entregue entre 2024 e 2028.[2]
História
O programa denominado "Construção do Núcleo de Poder Naval" - plano de modernização da frota de superfície da Marinha do Brasil - foi criado em 2017 com o objetivo principal de substituir as fragatas classe Niterói em operação desde 1975 e as Type 22 adquiridas de segunda mão do Reino Unido na década de 1990.[3]
Várias empresas de dezessete países se inscreveram no concurso aberto pelo Ministério da Defesa, oferecendo diferentes tipos de projetos e pacotes de compensação. Em 16 de maio de 2017, foi divulgada a lista de todas as empresas participantes.[4]
Em 15 de outubro de 2018, após mais de um ano de estudos da Direção de Gestão de Programas da Marinha (DGePM) e da Empresa de Gestão de Projetos Navais (EMGEPRON), foi divulgada a lista dos projetos finalistas, os projetos selecionados foram:[5]
Consórcio Águas Azuis, composto por TKMS, Embraer Defesa e Segurança, Atech e estaleiro Oceana, com proposta de corveta baseado na "MEKO A-100 Light Frigate", estendida e rearmada;[6]
Consórcio Damen-Saab Tamandaré composto por Damen Schelde, Saab AB, Consub Defesa e Tecnologia e estaleiro Wilson Sons, com a corveta classe Sigma;
Consórcio da FLV com o estaleiro Fincantieri, Leonardo e Vard Promar, propondo uma versão do projeto indígena da EMGEPROM;
Consórcio Villegagnon com Naval Group, Mectron e estaleiro Enseada Indústria Naval, com corveta classe Gowind.
Em 28 de março de 2019, foi apresentado o projeto vencedor, o consórcio Águas Azuis liderado pela TKMS com um projeto da corveta classe MEKO A-100 de 3.500 toneladas. Em abril do mesmo ano, o projeto foi renomeado de corveta para fragata.[7][8]
No dia 5 de março de 2020 foi formalizado o contrato no valor de R$ 9,1 bilhões de reais na construção das quatro fragatas. Em 22 de janeiro de 2021 o valor do contrato foi reajustado para R$ 9,56 bilhões.[9][10] Desde a assinatura do contrato, o mesmo sofreu alterações e foi ajustado para R$ 11,1 bilhões.[1]
Em janeiro de 2021, a TKMS confirmou a aquisição do estaleiro Oceana em Itajaí, tornando-se o primeiro estaleiro da empresa na América Latina, com o objetivo de construir as novas fragatas brasileiras, e futuras vendas para outras marinhas da região.[11]
Construção
No dia 4 de setembro de 2022, foi realizado o corte da chapa que será usada na produção do casco da futura Fragata Tamandaré (F200), dando inicio na construção do primeiro, dos quatro navios.[12]
No dia 1 de novembro de 2023, foi realizado o corte da chapa da futura Fragata Jerônimo de Albuquerque (F201), marcando o inicio da construção da segunda embarcação da classe.[13]
Especificações e projeto
Inserida no Programa Fragatas Classe Tamandaré (FCT), a Marinha do Brasil pretende que a fragata Tamandaré seja um dos meios com os quais ampliará e modernizará a sua Esquadra. O objetivo passará por se contrapor a eventuais ameaças, garantir a proteção do tráfego marítimo, bem como controlar as águas jurisdicionais e plataforma continental brasileira, que juntas formam a chamada Amazônia Azul, totalizando mais de 4,5 milhões de km². O Navios-Escolta desempenharão um importante papel em missões de paz e de ajuda humanitária, em contribuição à Diplomacia brasileira.[14]
O plano exige projetos com os seguintes armamentos e especificações: preço unitário entre € 400-500 milhões, canhão principal OTO Melara 76 milímetros , mínimo de oito células de mísseis VLS Sea Ceptor CAMM, uma metralhadora Rheinmetall Sea Snake 30 milímetros, duas metralhadoras de 50 milímietros, dois lançadores de torpedos anti-submarino Mark 46 triplos e dois lançadores de mísseis anti-navio duplos para o míssil MANSUP. Além de um sistema de propulsão para motores diesel e um hangar capaz de operar um SH-60 Seahawk, Super Lynx Mk.21B ou Eurocopter EC725. O consórcio vencedor terá que construir os quatro navios no Brasil, além de transferir 100% da tecnologia do projeto para a Marinha do Brasil.[15]
Projeto Thyssenkrupp
O consórcio Águas Azuis, liderado pela Thyssenkrupp Marine Systems apresentou sua proposta de fragata, baseada no projeto original da corveta MEKO A-100, o projeto teve uma tonelagem estendida de 2.000 para 3.500 toneladas, aumento de comprimento, várias novas sistemas de última geração, como o radar Hensoldt TRS-4D AESA, armas e controle de fogo, permitindo que o navio ganhe força para realizar travessias oceânicas no tempestuoso Atlântico Sul. A TKMS também apresentou compensações à Marinha do Brasil, como a remotarização dos submarinos da classe Tupi construídos pela mesma empresa nas décadas de 1980 e 1990.[16]
A Atech, empresa do Grupo Embraer, será a fornecedora do CMS (Combat Management System) e do IPMS (Integrated Platform Management System). Outros aspectos do projeto que levaram à licitação vencedora são as semelhanças com a classe de fragata MEKO A-200 e seu sistema de construção modular, permitindo versatilidade em futuras atualizações.[17]
A Marinha do Brasil também planeja construir destróieres de 7.000 toneladas após a entrega das novas fragatas, e a TKMS apresentou à Marinha seu mais moderno destróier de defesa aérea MEKO A-400 de 7.200 toneladas, uma versão atualizada da classe F-125. As semelhanças entre os projetos e o alto índice de comunalidade entre os requisitos também foram determinantes para a vitória do consórcio.[16][18]
Unidades
Estão contratadas quatro unidades iniciais da classe.[19]
↑«Marinha compra quatro fragatas por R$ 9,1 bilhões». Poder Naval - Navios de Guerra, Marinhas de Guerra, Aviação Naval, Indústria Naval e Estratégia Marítima. 4 de março de 2020. Consultado em 1 de outubro de 2021
↑ abGalante, Alexandre (28 de dezembro de 2019). «EXCLUSIVO: Marinha já planeja a quinta Tamandaré». Poder Naval - Navios de Guerra, Marinhas de Guerra, Aviação Naval, Indústria Naval e Estratégia Marítima. Consultado em 20 de agosto de 2022
↑«Press releases». www.thyssenkrupp-marinesystems.com (em inglês). Consultado em 20 de agosto de 2022