O cerco de Ragusa (moderna Dubrovnique na Croácia) pelos aglábidas da Ifríquia durou 15 meses, começando em 866 e persistindo até 868 quando uma frota bizantina aproximou-se e obrigou os atacantes a levantarem o cerco. O fracasso do cerco e a reimposição da autoridade bizantina na região da Dalmácia assinalou o começo da nova política ocidental agressiva do novo imperadorBasílio I, o Macedônio(r. 867–886). Seus efeitos imediatos foram o restabelecimento da autoridade bizantina na forma duma província de mesmo nome, e o começo da cristianização dos sérvios e outras tribos eslavas dos Bálcãs Ocidentais, mas dentro de poucos anos isso levou ao envolvimento e presença bizantina renovados no sul da Itália também.
Os ragusanos conseguiram resistir ao cerco aglábida por 15 meses, mas a medida que a força deles declinou, enviaram emissários para Constantinopla em busca de assistência. O imperador Basílio concordou em ajudá-los, e equipou uma frota de alegados 100 navios, sob o comando do experiente e capaz patrícioNicetas Orifa. Ao tomar ciência da aproximação bizantina por alguns desertores, os sarracenos abandonaram o cerco e retornaram para Bari.[5][6] Esta expedição foi o primeiro exemplo da nova política estrangeira bizantina na qual Basílio favoreceu no Ocidente. A "exibição da bandeira" de Orifa teve resultados rápidos, com as tribos eslavas enviando emissários ao imperador, novamente reconhecendo a sua suserania. Basílio enviou oficiais, agentes e missionários para a região, restaurando o governo sobre as cidades e regiões costeiras na forma do Tema da Dalmácia, enquanto os principados tribais eslavos do interior permaneceram altamente autônomo sob seus governantes; a cristianização dos sérvios e outras tribos eslavas também começou nesta época.[7][8]
Para assegurar seus domínios dalmácios e controlar o Adriático, Basílio percebeu que teria que neutralizar as bases sarracenas na Itália. Para este fim, em 869, Orifa liderou outra frota, incluindo navios de Ragusa que transportaram contingentes eslavos, num esforço conjunto para capturar Bari com Luís II da Itália. Embora sua tentativa falhou, dois anos depois Bari caiu para Luís. Finalmente, em 876, a cidade ficou sob controle bizantino, formando a capital e núcleo duma nova província bizantina, o posterior Tema da Longobárdia. Isso começar mais de uma década de ofensiva bizantina que restaurou o controle imperial sobre boa parte do sul da Itália, que duraria até o século XI.[9]
Kreutz, Barbara M. (1996). Before the Normans: Southern Italy in the Ninth and Tenth Centuries (em inglês). Filadélfia: University of Pennsylvania Press. ISBN978-0-8122-1587-8
Metcalfe, Alex (2009). The Muslims of medieval Italy. Edimburgo: Edinburgh University Press. ISBN978-0-7486-2008-1
Nicol, Donald M. (1992). Byzantium and Venice: A Study in Diplomatic and Cultural Relations. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN978-0-521-42894-1
Wortley, John (2010). John Skylitzes: A Synopsis of Byzantine History, 811-1057. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN978-0-521-76705-7