O Cemitério da Irmandade de Santo Antônio, também conhecido como cemitério Santo Antônio ou cemitério velho de Campo Maior, é um cemitério brasileiro do século XIX localizado em Campo Maior, no estado brasileiro do Piauí.[2][3]
História
Foi construído perto da igreja matriz da Vila de Campo Maior, no século XIX, pela Irmandade de Santo Antônio[4][5][6] para servir de cemitério. Tem arquitetura sepulcral com diversos adornos arquitetônicos em mármore, latão e pedrarias; tem um muro alvenariado com barro e pedras com uma cobertura de telhas.[7][8]
Em 1938 Paulo Barreto[nota 1], na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional assim se expressa sobre as características de uso e arquitetônicas da unidade sepulcral:
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Visitamos os cemitérios de Parnaíba, Campo Maior, Valença e Oeiras. O de Parnaíba não tem nenhum interesse; só contém as comuns sepulturazinhas em mármore. Os demais formaram-se em quadro. No centro de um dos lados, o portão de entrada e correspondendo a este, do lado oposto, pequena capela. Toda a área é cercada com grossos muros, cobertos com telha, onde estão situados os columbarios. Lotado o cemitério, é acrescido de nova quadra para frente, o antigo portão é trazido para o novo muro que lhe fica fronteiro, e a primitiva entrada fica completamente aberta, comunicando a primeira com a segunda quadra. Havendo necessidade de uma terceira quadra, como no caso de Valença, é puxado o cemitério para trás, abrindo-se então duas pequenas passagens, ao lado da capela. Esta formando sempre alinhamento com o muro dos fundos da primeira quadra. As sepulturas são baixas, caiadas de branco e cobertas com lage de rio; simples e de bom aspecto.[9]
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”
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Inicio dos sepultamentos
Conforme pesquisa de mestrado em arquelogia[nota 2] do banco de dados da Universidade Federal do Piauí: "Em Campo Maior, a data gravada na lápide mais antiga encontrada no cemitério Santo Antônio é de 1804 o que permite levantar duas possibilidades: a de um translado ou a de que já desde o início do século XIX o cemitério estava incrustado na paisagem da cidade. Caso seja comprovada a segunda possibilidade levantada será possível lhe atribuir uma singularidade de implantação quando comparada a outras localidades do país".[10]
Cerca e carnaúbas em relevo de arte tumular.
Falta de conservação no muro de arquitetura histórica do
século XIX.
Vista de um túmulo em mármore
Ver também
Notas e referências
Notas
- ↑ Pesquisador da área de arquitetura que na época estava a serviço do órgão que é o atual IPHAN.
- ↑ Morais (2016) citada nas referências.
Referências
- ↑ BRASIL, Ministério da Cultura/INSTITUTO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Inventário de Campo Maior-PI. 2008.
- ↑ SILVA FILHO, Olavo Pereira da. Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de são José do Piauí, 3 V. Belo horizonte; Maria de Fátima, 2007. ISBN 8590683737
- ↑ ARAÚJO, Jordelson Carvalho de. A morte contada em vida: um olhar sobre o espaço cemiterial como fonte histórica no Cemitério da Irmandade em Campo Maior. 2011. Monografia (Graduação em História) – Universidade Estadual do Piauí. Campo Maior, 2011
- ↑ CHAVES, Celson Gonçalves. Cemitério da Irmandade de Santo Antônio. Campo Maior: edição do autor, 2013
- ↑ Compromisso da Irmandade das Almas ereta na Igreja Matriz da freguesia de Santo
Antonio de Campo Maior. Caixa da Assembleia Legislativa do Piauí, Res. nº 553, publicada em 21 de julho de 1864
- ↑ Compromisso da Irmandade de Santo Antonio da Freguesia de Campo Maior. Caixa da Assembleia Legislativa do Piauí, Res. nº 302, publicada em 10 de setembro de 1886
- ↑ MATTOS, João Batista de (Tenente-coronel). Os Monumentos Nacionais - Piauí. Rio de Janeiro; Imprensa Militar, 1949.
- ↑ SOARES, Sidney. Enciclopédia dos Municípios Piauienses. Fortaleza; Escola gráfica Santo Antonio. 1972
- ↑ BARRETO, Paulo Thedim. O Piauí e sua arquitetura. In: Revista do IPHAN, nº 2. Rio de Janeiro – 1938.
- ↑ MORAIS, Jéssica Gadelha. “Aqui jazem” muitas histórias: um estudo arqueológico do acervo histórico do cemitério Santo Antônio, em Campo Maior - Piauí (1804-1978). Dissertação ( Mestrado em Arqueologia). Universidade Federal do Piauí. Teresina, 2016, páginas 68 e 69.