Carretão (também chamado "ribas", "ripes" ou "rodeio") é uma máquina normalmente de tração animal destinada ao beneficiamento e moagem de grãos. No início do século XIX, foi o principal equipamento baseado na força animal para a produção de café no Brasil.[1]
Essa máquina era usada para descascar os grãos de café, quando estes já haviam secado. O uso do carretão representou um ganho de produtividade na produção cafeeira, ao suplantar mão-de-obra humana.[2]
[um engenho com uma calha circular na qual] atritavam por escorregamento lentíssimo regulado pelo passo tardo dos ruminantes [...] duas immensas rodas de cabreúva, pesadíssimas, sobre o café em côco [...] Com o tempo [acrescenta o historiador] o ripes (riba) ou carretão modificou-se [...] e a força propulsora antigamente animada foi substituída pela hidráulica.
A produção com o uso do carretão foi considerada lenta e associada à destruição de grãos.[4]
Componentes
Para o funcionamento do carretão, eram necessários:[1]
um suporte central, chamado "mourão" ou "pião";
uma roda de madeira, ou "rigola", colocada sobre o suporte central;
um garfo de madeira para mover os grãos;
uma peça boleada de madeira para conduzir os animais;
↑Taunay, A.E. História do Café. tomo II. Rio de Janeiro: Departamento Nacional do Café, 1939, p. 384. Citado em: Carrilho, Marcos José. "Fazendas de café oitocentistas no Vale do Paraíba." Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material 14.1 (2006): 59-80.