A gente Canínia era plebeia e o primeiro membro mencionado nas fontes foi Caio Canínio Rébilo, pretor em 171 a.C.. Caio Canínio Rébilo, este cônsul, foi o primeiro da família a alcançar o consulado.[2] Um romano de nome Rébilo foi proscrito pelo Segundo Triunvirato em 43 a.C., mas escapou para a Sicília e se uniu a Sexto Pompeu; William Smith supõe que seja irmão do cônsul de 45 a.C..[3] Outro Caio Canínio Rébilo foi cônsul sufecto em 12 a.C. e morreu enquanto ocupava o consulado; Smith supõe que ele seja filho do cônsul de 45 a.C..[4]
Durante a campanha, avançou para proteger Durácio, um aliado dos romanos que estava sitiado em Lemono, sob ataque das forças de Dumnaco, general dos andes. Por ter uma força menor que o inimigo, Rébilo assumiu uma posição defensiva e resistiu por vários dias ao ataque até que este, após perder muitos homens, desistiu e voltou a cercar Lemono.[7] Canínio informou Caio Fábio sobre o que ocorria e este veio em seu socorro, porém Dumnaco, ao ouvir que Fábio se aproximava, se retirou, e, quando atravessava o Rio Loire por uma ponte, foi atacado por Fábio, que matou vários de seus homens e tomou um grande butim.[8] Durante os estágios finais da guerra, Rébilo comandou duas legiões na encosta sul durante a Batalha de Alésia, justamente o ponto onde as defesas de César eram mais fracas.[9] Com grande dificuldade e com o decisivo apoio de Tito Labieno, Rébilo conseguiu resistir ao último grande ataque à posição romana no local, em 2 de outubro de 52 a.C..[10] No ano seguinte, foi enviado para perseguir Luctério, o líder dos cadurcos,[11] que fugiu para a fortaleza de Uxeloduno.[12][13]
Canínio cercou a cidade, dividindo suas forças em três, Tentando emular as táticas utilizadas em Alésia, Rébilo teve que lidar com repetidos ataques vindos da cidade que atrapalhavam a formação de suas fileiras. Numa ocasião, os inimigos saíram com dois mil homens para pegar provisões[14] e se acamparam perto da cidade, porém foram atacados pelos romanos, que aprisionaram Drapes, um dos líderes. Canínio, em seguida, volta ao cerco da cidade, e Caio Fábio logo se juntou a ele.[15] Finalmente César seguiu pessoalmente para lá para assumir o comando da operação.[16] César, vendo que os defensores tinham abundância de grãos, resolveu cortar seu suprimento de água;[17] apesar das dificuldades, os trabalhos foram feitos, levando os cidadãos a se renderem.[18]
César castigou os gauleses cortando as mãos de todos que haviam pego em armas contra ele; Drapes havia ficado sem alimentação e morreu de inanição; Luctério conseguiu fugir, mas foi capturado por 'Epasnato, um arverno e amigo dos romanos, e entregue como prisioneiro a César.[19]
Com a irrupção da guerra civil, Rébilo acompanhou César em sua invasão da Itália e foi enviado por ele para até Brundísio numa tentativa — fracassada — de negociar com Pompeu.[20] Em 49 a.C., Rébilo foi enviado como legado de Caio Escribônio Curião, uma tentativa de compensar a falta de experiência militar do cônsul.[21] Já lutando na África contras as forças do rei da Numídia, Juba I, Rébilo pressionou Curião para que se aproveitasse de uma lacuna na linha inimiga e conseguiu a vitória na Batalha de Útica[22] e, depois que ele foi derrotado e morto na Batalha do rio Bagradas, Rébilo foi um dos poucos que conseguiram escapar da província da África.[23]
No ano seguinte, acredita-se que tenha sido eleito pretor[24] e, em 46 a.C., foi novamente enviado para a África, desta vez como propretor, com César,[25] lutando na Campanha de Tapso como responsável pelo cerco de Tapso. Foi ele quem recebeu e aceitou a rendição de Caio Vergílio, o governador pompeiano da África.[26] No ano seguinte, Rébilo acompanhou novamente César, desta vez para a Hispânia[27] e lutou com ele na última batalha dos republicanos, a batalha de Munda, depois da qual tomou a cidade de Híspalis.[28]
Consulado (45 a.C.)
Em setembro de 45 a.C., César, após renunciar ao cargo de cônsul romano, indicou Quinto Fábio Máximo e Caio Trebônio em seu lugar.[29] No último dia de dezembro do mesmo ano, o cônsul Fábio Máximo morreu repentinamente e César nomeou Rébilo cônsul sufecto pelas horas que faltavam para terminar o ano,[30][31] uma ato ridicularizado por Cícero, que comentou: "compreenda, portanto, que durante o consulado de Canínio, ninguém tomou café da manhã. Porém, enquanto ele foi cônsul, nenhum mal foi feito, pois ele foi tão incrivelmente vigilante que, durante todo o seu consulado, jamais fechou os olhos".[32][33]
Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas