Clastos angulares grosseiros envolvidos por material mais fino
Brecha tectónica (ou brecha de falha) é uma rocha fragmentária (uma brecha), típica de faixas tectonizadas, constituída por clastos angulares, grosseiros, quebrados, fraturados e encurvados, envolvidos por material mais fino de fraturamento e moagem, compondo até 10% do volume da rocha, e por material cimentante, muitas vezes silicioso.[1] Estas rochas resultam da cominuição dos protólitos pela ação das forças tectónicas. Quando a brecha tectónica se apresenta incoerente o termo «brecha de falha» é aplicado, mas na generalidade os dois termos são usados praticamente como sinónimos.[1]
As brechas tectónicas ocorrem em rochas com comportamento rúptil, geralmente em zonas frias da crusta, relativamente pouco profundas, onde as rochas quebram sob as tensões a que estão submetidas. Em rochas de comportamento dúctil, geralmente em maiores profundidades da crusta, as deformações durante os falhamentos produzem rochas foliadas do grupo dos milonitos.[1]
Características
A brecha de falha não apresenta coesão, sendo normalmente um tipo de rocha não consolidada, a menos que a cimentação tenha ocorrido numa fase posterior. Por vezes é feita uma distinção entre farinha de falha e brecha de falha, sendo que a primeira tem um tamanho de grão mais pequeno.[2]
As zonas de brechas de falha e de farinha de falha em massas rochoas podem constituir um perigo para a construção de túneis e minas, uma vez que as zonas não coesivas formam pontos fracos na rocha, onde um túnel pode colapsar mais facilmente.
Origem
As brechas de falha são tectonitos formados principalmente pelo movimento tectónico ao longo de uma zona localizada de deformação frágil (uma zona de falha) numa formação rochosa.
A moagem e a trituração que ocorrem quando os dois lados da zona de falha se movem um ao longo do outro resultam num material que é feito de fragmentos soltos. Devido a esta fragmentação, as zonas de falha são facilmente infiltradas por água subterrânea.
Minerais secundários, como calcite, epidoto, quartzo ou talco, podem precipitar a partir da água subterrânea em circulação, preenchendo os vazios e cimentando a rocha. No entanto, quando o movimento tectónico ao longo da zona de falha continua, o próprio cimento pode ser fragmentado, dando origem a um novo material de goiva contendo clastos neoformados.
Mais profundamente na crusta da Terra, onde as temperaturas e pressões são mais elevadas, as rochas na zona de falha podem ainda ser transformadas em brechas, mas mantêm a sua coesão interna. O tipo de rocha resultante é designado por cataclasito.
As brechas tectónicas podem ser retomadas em vários eventos tectónicos de falhamento, produzindo-se brechas com fragmentos de milonito, brechas com fragmentos de brechas, brechas com fragmentos de veios de quartzo, e muitas outras combinações clásticas.[1]