Jogo do Senta é como ficou conhecida uma partida de futebol, válida pelo Campeonato Carioca e realizada em 10 de Setembro de 1944 (um domingo), entre Botafogo e Flamengo.
Como se vê em "espn.com.br", "ge.globo.com.br", "piaui.folha.uol.com.br" e no livro "O Jogo do Senta" (tudo com fotos), o certame ganhou essa alcunha após os jogadores do Flamengo terem protestado contra a validação do quinto gol do Botafogo.
Os jogadores do Flamengo, seguindo ordens do banco e de dois dirigentes, sentaram-se em campo, aos 31 minutos do segundo tempo (momento do quinto gol) e assim ficaram até aos 45 minutos, quando se dirigiram ao vestiário.
O Flamengo recorreu à Justiça, onde a vitória do Botafogo foi obviamente confirmada pelo exato placar de 5 x 2. Por isso a partida passou à História como o "jogo do senta", a origem do "chororô".
Apesar disso, o Flamengo se sagrou o campeão daquele ano.[1]
O Jogo
“
|
“Não queria que os jogadores se sentassem no gramado. Estava longe e não pude interferir. Aquilo foi ordem dos dirigentes.”
|
”
|
O primeiro tempo foi duro e terminou com vantagem de 2 a 1 para o Botafogo, gols de Heleno e Valsecchi. Na etapa final, animado por sua torcida, o Botafogo chegou a colocar 4 a 1 (Valter e Heleno), o Flamengo diminuiu para 4 a 2 (Jarbas) mas, aos 31 minutos, Geninho chutou, a bola bateu no travessão, quicou no gramado (segundo o Flamengo) ou dentro do gol (segundo o Botafogo e o árbitro) e retornou para o campo. O ponta botafoguense Lula entrou cabeceando. Ao mesmo tempo, o zagueiro rubro-negro Jayme entrou chutando bola, cabeça do Lula e o que mais estava no lance, para longe da meta. O árbitro assinalou gol.
Segundo o trecho do que está na matéria do jornal O Globo, de 11 de setembro de 1944, página 2, da edição matutina: “Geninho, ao receber o passe de Heleno, emendou a pelota, que foi em direção às redes. Devido à rapidez do lance, não se sabe ao certo o que ocorreu”.[2]
Para o jornal Esporte Ilustrado, a bola chutada por Geninho batera na parte inferior do travessão e quicara dentro do gol para depois sair. Porém, para os jogadores e dirigentes do Flamengo, não havia dúvidas: a bola quicara fora do gol.
No dia seguinte, os jornais, no comentário sobre o juiz, garantiram que ele estava longe do lance e que não tinha condições físicas para correr os dois tempos. O fato é que a dúvida ficará para sempre, afinal, na época, nem mesmo as mais velozes máquinas fotográficas captaram o lance.
Revoltado, o vice-presidente do Flamengo, ordenou a retirada de campo, mas acabou aceitando a recusa em reiniciar o jogo. Na foto publicada nO Globo, vêem-se alguns jogadores sentados, outros de pé, aguardando o juiz apitar o final do certame. Quando o tempo se escoou, levantaram-se e retiraram-se cabisbaixos para os vestiários. Na súmula, o árbitro Mossoró anotou o gol de Geninho, exatamente aos 31 minutos, e o resultado da partida foi homologado pela Federação como 5 a 2 para o Botafogo.
Em setembro de 2013, o jornalista Marco Santos escreveu no blog Fim de jogo, na coluna "E aí é uma outra história", um relato sobre este famoso jogo.[5]
Em setembro de 2014 foi lançado em General Severiano pela Editora Livros de Futebol o livro "Jogo do Senta, a verdadeira origem do chororô", do jornalista e professor universitário Paulo Cezar Guimarães.
Ficha Técnica
|
|
|
GK |
1 |
Ari
|
Z |
' |
Laranjeira
|
Z |
' |
Ladislau
|
M |
' |
Ivan
|
M |
' |
Papeti
|
M |
' |
Negrinhão
|
A |
' |
Lula
|
A |
' |
Geninho
|
A |
10 |
Heleno de Freitas
|
A |
' |
Valsecchi
|
A |
' |
Valter
|
Treinador:
|
Bengala
|
|
|
|
Pós-Jogo
- Esse jogo quebrou uma sequência de 6 jogos sem vitória do Botafogo neste confronto no Campeonato Carioca.[3]
Referências