A Bolsa de Valores de Tóquio (em Japonês: 東京証券取引所; em Rōmaji: Tōkyō Shōken Torihikijo), também chamada de Tōshō (東証,Tōshō?) ou TSE, é uma bolsa de valores localizada em Tóquio, Japão. É a terceira maior bolsa de valores do mundo em capitalização de mercado agregada de suas companhias listadas. Ela possui 2 292 empresas listadas com um total de capitalização de US$ 4,5 trilhões em novembro de 2013.
A TSE é uma kabushiki gaisha com nove diretores, quatro auditores e oito oficiais executivos. Sua sede localiza-se em 2-1 Nihonbashi-kabutocho (ja:日本橋兜町), Chuo, Tóquio, ou "Kabutocho", que é o maior distrito financeiro do Japão. Seu horário de operação é das 8:00 às 11:30 e das 12:30 às 5:00. Desde 24 de abril de 2006, a sessão de negócios da tarde passou a iniciar em seu horário de 12:30.
As ações listadas na TSE são separadas em Primeira Seção para companhias grandes, Segunda Seção para companhias de médio porte e Seção Mothers'1 (Mercado das ações de alto crescimento e emergentes) (ja:マザーズ,Mothers'1 (Mercado das ações de alto crescimento e emergentes)?)[3] para empresas startup de alto crescimento. Em 31 de outubro de 2010, havia 1 675 companhias na Primeira Seção, 437 na Segunda Seção e 182 na Seção Mothers.[4]
Os principais índices que rastreiam o volume da TSE são o índice Nikkei 225 de companhias selcionadas pelo Nihon Keizai Shimbun (o maior jornal de negócios do Japão), o índice TOPIX, baseado nos preços das ações das companhias da Primeira Seção, e o índice J30 de grandes companhias industriais mantido pelos maiores jornais do Japão.
94 corretoras nacionais e 10 estrangeiras participam da negociação na TSE.
Outras instituições relacionadas à TSE incluem:
O clube de imprensa da bolsa, chamado de Kabuto Club (ja:兜倶楽部,Kabuto kurabu?), que encontra-se no terceiro andar do edifício da TSE. A maioria dos membros do Kabuto Club são provenientes do Nihon Keizai Shimbun, Kyodo News, Jiji Press ou canais de televisão de negócios, tais como Bloomberg LP e CNBC. O Kabuto Club é geralmente mais movimentado durante abril e maio, quando as empresas públicas divulgam suas contas anuais.
Em 15 de junho de 2007, a TSE pagou $ 303 milhões para adquirir uma participação de 4,99% da Singapore Exchange Ltd.[5]
História
História pré-guerra
A Bolsa de Valores de Tóquio foi fundada em 15 de maio de 1878, como o Tokyo Kabushiki Torihikijo (東京株式取引所) sob a direção do então Ministro das Finanças Okuma Shigenobu e o advogado capitalista Shibusawa Eiichi. As negociações começaram em 1º de junho de 1878.
Em 1943, a bolsa foi combinada com outras dez bolsas de valores em grandes cidades japonesas para formar uma única Bolsa de Valores Japonesa (ja:日本証券取引所,Nippon Shōken Torihikisho?). A nova bolsa foi fechada e reorganizada logo após o bombardeio de Nagasaki.
História pós-guerra
A Bolsa de Valores de Tòquio reabriu com o seu nome atual em 16 de maior de 1949, em conformidade com a nova Lei de Valores Mobiliários.
O desenvolvimento da TSE de 1983 a 1990 não teve precedentes; em 1990 ela contribuía com mais de 60% da capitalização do mercado de ações (de longe a maior do mundo) antes de cair absurdamente em valor e nos rankings de hoje, mas ainda permanece como uma das três maiores bolsas do mundo em capitalização de ações listadas.
O atual prédio da TSE abriu em 23 de maio de 1988, substituindo o prédio original da TSE de 1931, sendo que o andar de negociação da TSE foi fechado em 30 de abril de 1999, para que a negociação pudesse mudar para meios eletrônicos. Uma nova instalação, chamada TSE Arrows (ja:東証アローズ,Tōshō Arrows?), abriu em 9 de maio de 2000. Em 2010, a TSE inaugurou as instalações da Arrowhead.[6]
Em 2001, a TSE reestruturou-se como uma kabushiki kaisha: antes dessa época, ela se reestruturou como uma incorporated association (ja:社団法人,shadan hōjin?) com seus membros como acionistas.
Antigo prédio da Bolsa de Valores de Tóquio, por volta de 1960
Bolsa de Valores de Tóquio em 1950
Problemas de tecnologia
A bolsa com trading foi capaz de operar somente 90 minutos em 1º de novembro de 2005, devido a bugs com um sistema de transações recém-instalado, desenvolvido pela Fujitsu, que foi feito para ajudar a lidar com os maiores volumes de negociação. A interrupção foi a pior na história da bolsa.[7] A negociação foi suspensa por quatro horas e meia.
Durante a oferta pública inicial da gigante da publicidade Dentsu, em dezembro de 2001, um operador da UBS, o banco de investimento da Suiça, enviou uma ordem para vender 610 000 ações da companhia a 1 iene cada, enquanto ele pretendia vender 1 ação a 610 000 ienes. O banco teve um prejuízo de 71 milhões de ienes.[8]
Durante outra oferta pública inicial, da J-Com, em 8 de dezembro de 2005, um empregado da Mizuho Securities por engano digitou uma ordem para vender 600 000 ações a 1 iene, ao invés de uma ordem de 600 000 ienes. A Mizuho falhou em identificar o erro. A Bolsa de Valores de Tóquio inicialmente bloqueou as tentativas de cancelar a ordem, resultado em um prejuízo líquido de US$ 347 milhões, que foi repartido entre a bolsa e a Mizuho. Ambas as companhias estão agora tentando lidar com seus problemas: falta de checagem de erros, falta de garantias, falta de confiabilidade, falta de transparência, falta de testes, perda de confiança e perda de rentabilidade. Em 11 de dezembro, a bolsa reconheceu que seu sistema falhou na operação da Mizuho. Em 21 de dezembro, Takuo Tsurushima, executivo-chefe da bolsa, e outros dois executivos se demitiram devido ao caso Mizuho.[7][9][10][11][12][13][14][15]
Em 17 de janeiro de 2006, o Nikkei 225 caiu 2,8%, sua queda mais rápida em nove meses, pois os investidores venderam suas ações na sequência de um ataque do Ministério Público à empresa de internet Livedoor. A Bolsa de Valores de Tóquio encerrou suas atividades mais cedo em 18 de janeiro devido à ameaça de o volume de negociação exceder a capacidade do sistema eletrônico da bolsa de 4,5 milhões de negócios por dia. Este caso foi chamado de "choque Livedoor". A bolsa rapidamente aumentou sua capacidade de ordens para cinco milhões de negócios por dia.[16]
A London Stock Exchange (LSE) e Bolsa de Tóquio estão desenvolvendo em conjunto produtos de negociação e compartilham tecnologia, marcando o último acordo entre interfronteiras entre bolsas, visto que a competição internacional está aumentando. A Bolsa de Tóquio também está em busca de alguns parceiros na Ásia, e mais especificamente está buscando uma aliança com a Singapore Exchange (SGX), que está se tornando um centro financeiro líder na região asiática do Pacífico. Recentemente, alguns boatos sobre o acordo sugerem que a bolsa está preparando uma operação de takover da SGX, ou ao menos está tentando tomar uma grande fatia de suas ações, no primeiro semestre de 2008. A bolsa já adquiriu uma fatia de 5% da SGX em junho de 2007, considerada apenas o início de uma participação maior.