Nasceu na freguesia de Grilo, concelho de Baião, filho de Alexandre Vicente Rodrigues Cardoso, bacharel em Direito e grande proprietário fundiário, e de sua mulher Maria Cândida de Oliveira e Castro, senhora da Casa da Eira de Portomanso, no mesmo concelho.[5]
Ainda estudante em Coimbra revelou-se um escritor dotado, iniciando, a partir de 1898, a publicação de uma extensa obra literária que inclui diversos géneros, desde o conto, o romance e a novela até ao ensaio literário. Membro do movimento cultural portuense da Renascença Portuguesa, aderiu à estética decadentista, recusando o positivismo e o naturalismo neo-realista. Algumas das suas obras têm um cunho marcadamente sensual, com referências explícitas à homossexualidade, o que foi fonte de escândalo ao tempo.[6]
Na política foi militante do Partido Regenerador, pelo qual foi eleito deputado pelo círculo do Porto Oriental nas eleições gerais de 1908. Prestou juramento a 2 de Maio de 1908, integrando durante o mandato diversas comissões parlamentares. Desempenhou também as funções de secretário da Câmara dos Deputados em algumas sessões. As suas intervenções centraram-se na área das comunicações, com destaque para os caminhos-de-ferro e para o seu funcionamento, para a necessidade de abertura de uma rede viária para os concelhos de Baião e Marco de Canaveses, nas questões referentes à viticultura duriense e em matérias de instrução pública e de saúde.[5]
Com a implantação da República Portuguesa abandonou a política activa, recolhendo-se à cidade do Porto e dedicando-se quase em exclusivo à actividade literária. Foi no período pós-1910 que publicou o essencial da sua obra, revelando-se um escritor de grande mérito.
Obra
Lista de obras publicada do Visconde de Vila-Moura:[7]
Antes e depois da minha jornada a Alhandra, em homenagem a Sousa Martins (Coimbra, 1898)
Carta a Senna Freitas - A Moral na Religião e na Arte (Coimbra, 1906)
A Vida Mental Portugueza: psychologia e arte (Porto, 1909)
Vidda Litteraria e Politica (Porto, 1911)
Nova Sapho - tragedia extranha: romance de pathologia sensual (Lisboa, 1912)
Doentes da Bellesa (Porto, 1913)
Camillo inedito (Porto, 1913)
Bohemios (contos e novelas, Porto, 1914)
António Nobre - seu génio e sua obra (Porto, 1915)
Grandes de Portugal (Porto, 1916)
As cinzas de Camillo (Porto, 1917)
Fanny Owen e Camillo (Porto, 1917)
Os Últimos: romance (Porto, 1918)
Obstinados (Porto, 1921)
Pão Vermelho: Sombras da Grande Guerra (Porto, 1924)
Um Homem de Treze Anos (Porto, 1924)
Cristo de Alcácer: novela (Porto, 1924)
Calvário de um Violento (Porto, 1924)
Almas do Mar (Porto, 1924)
O Imaginário (Porto, 1924)
Irmã das Árvores (Porto, 1924)
Uma Família de Ibsen (Porto, 1924)
Luz Fremente: novela (Porto, 1924)
Calvário de um Violento (Porto, 1924)
"Palma Mater": novela (Porto, 1924)
O Poeta da Ausência (Porto, 1926)
Cariátide (Porto, 1927)
Entre Mortos (Porto, 1928)
Raiz em Flor (Porto, 1931)
O Pintor António Carneiro (Porto, 1931)
O Incêndio (1933)
Dor Errante… (Porto, 1933)
Piedade (Porto, 1934)
Novos Mitos (Porto, 1934)
Prefaciou ainda obras de Bernardo Augusto de Madureira e Vasconcelos (Sol D'Aquino: Sonetos, 1916), Carlos Cochofel (Lírios, 1918) e Maria Cândida Nogueira de Azevedo Pinto (Primaveras, 1927)