Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso (Caconde)

Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso
Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso (Caconde)
Informações gerais
Estilo dominante neorromânico puro
Construção 1820-1956
Religião catolicismo
Diocese Diocese de São João da Boa Vista
Geografia
País Brasil
Localização Caconde, São Paulo
 Brasil
Coordenadas 21° 31′ 49″ S, 46° 38′ 40″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso[1] é um templo e sede paroquial de mesmo nome, de jurisdição da Igreja Católica no município brasileiro de Caconde, no noroeste do estado de São Paulo. É a segunda paróquia mais antiga da Diocese de São João da Boa Vista e é dedicada à Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso, tendo sido criada em 19 de março de 1775, por ordem de Dom Manuel da Ressurreição, terceiro bispo de São Paulo.

História

A primeira Igreja Matriz de Caconde, bem como o primeiro povoado, localizava-se no atual bairro Bom Sucesso (a 14 km do atual centro da cidade). A paróquia de Caconde foi desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Campo de Mogi Guaçu e da Vigararia da Vara da Vila de São José de Mogi Mirim. Em 1820 a antiga matriz se encontrava em ruínas e para a restauração do povoado e criação de uma nova sede da cidade de Caconde, os moradores pediram uma nova provisão para a construção de uma nova matriz. A provisão foi dada por Dom Mateus de Abreu Pereira, bispo de São Paulo, em 28 de junho de 1820. O terreno para o patrimônio e construção da nova igreja foi doado a Nossa Senhora da Conceição por Miguel da Silva Teixeira e sua primeira esposa Maria Antônia dos Santos em 28 de dezembro de 1822. A provisão para o funcionamento litúrgico da nova igreja data de maio de 1824, entretanto, reza a tradição que a primeira missa em Caconde foi presidida, em 24 de dezembro de 1824, pelo Padre Carlos Luiz de Melo. Contudo, esta teria sido somente a missa de bênção e inauguração do altar da nova igreja, pois o padre Carlos tinha permissão para celebrar em casas particulares até o término de construção da nova igreja. Em 1828, a população de toda a Freguesia de Caconde contava em torno de 1.600 habitantes e a igreja já se compunha de capela-mor que já abrigava os fiéis. Esta primeira igreja possuía duas torres, três varandas na fachada, escadaria de pedra e um cruzeiro com um chafariz na frente.

A igreja matriz de Caconde passou por diversas reformas. No ano de 1921, em reforma feita pelo padre João Miguel De Angelis, a igreja aparece com uma torre central e possivelmente foi restaurada para a celebração do primeiro centenário de Caconde em 1924. Em 1939, a igreja aparece novamente com duas torres arredondas em estilo barroco, que foram inauguradas em 8 de dezembro daquele ano, na festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. A última reforma teve início em 1953 com uma comissão de reforma presidida pelo padre Nivardo Fontenaggi e depois pelo padre Pedro Jarussi. O projeto de reforma era de autoria de professor Bruno Simões Magro da Escola Politécnica de São Paulo (que também trabalhara nas obras da Catedral da Sé Paulista). A reforma foi finalmente concluída pelo cônego Máximo Cid Vaquero, em 19 de março de 1975, quando a Paróquia de Caconde celebrou o seu bicentenário, na mesma ocasião a igreja foi sagrada, tornando-se assim, a primeira igreja sagrada na Diocese de São João da Boa Vista.

Altar Mor da Basílica

Sua elevação à Santuário data de 7 de dezembro de 2004, por decreto diocesano de Dom David Dias Pimentel, bispo de São João da Boa Vista. E a partir do dia 26 de outubro de 2006, passou a ter um "Vinculi Adfinitatis Spiritalis" (Vínculo de Afinidade Espiritual) perpétuo com a Sacrossanta e Papal Basílica de Santa Maria Maior em Roma, pelo qual, possui o indulto de Indulgências Plenárias de que goza a própria Basílica. O Santuário foi elevado à dignidade de Basílica Menor, em 12 de agosto de 2008, pelo Papa Bento XVI. Seu atual pároco-reitor é o padre José Ivan Rocha Gandolfi.

Guarda como fatos históricos relevantes ter sido realizada, em seu interior, em 8 de dezembro de 1828, a primeira eleição paroquial, na qual foram eleitas as primeiras autoridades locais. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, os fiéis se abrigaram no interior da igreja, que foi atingida por projéteis das forças ditatoriais, a única vítima foi a imagem de São Roque, que teve o braço direito estilhaçado, este fato chocou a população cacondense que a partir de então, aclamou São Roque como "Protetor da Cidade". Até hoje, a maior festa religiosa e popular da cidade (Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida) é feita também em louvor a São Roque. Nesta igreja, receberam o Sacramento do Batismo as principais personalidades cacondenses, como o ex-presidente da República Federativa do Brasil, Dr. Pascoal Ranieri Mazzilli e o pintor Edmundo Migliaccio, entre outros.

Interior da Basílica

No interior da Basílica encontram-se expostas três magníficas telas pintadas a óleo, em estilo clássico, figurando Jesus Crucificado, a Assunção de Nossa Senhora e Nossa Senhora da Conceição (padroeira de Caconde), pintadas pelo famoso pintor cacondense Edmundo Migliaccio, falecido professor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Em um dos nichos principais da Basílica se encontra a venerada imagem de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso, padroeira principal de Caconde e da Basílica. A imagem mede 50 cm e é esculpida em madeira policromada, em estilo barroco colonial típico do século XVIII, representando a Conceição Imaculada de Maria com seus tradições símbolos: a lua de prata, o globo terrestre, e anjos aos pés. Outra imagem bastante venerada pelo povo cacondense é a de Nossa Senhora das Dores, que é esculpida em estilo rococó e representa os mistérios dolorosos da vida de Maria Santíssima. No Altar-mor da Basílica são custodiadas as veneráveis relíquias dos Santos Mártires Donato e Pancrácio. Acima do nicho de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso está a Umbela Basilical, símbolo da união espiritual da Basílica com a Santa Sé Apostólica, e no altar, o Tintinábulo, símbolo da ligação espiritual da Basílica com o Pontífice Romano.

Referências

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