A Banda de Música Phoenix do Mestre Propício ou simplesmente Banda Phoenix de Pirenópolis é um tradicional conjunto musical brasileiro, fundado na cidade de Pirenópolis, Goiás, com uma história que remonta a 23 de julho de 1893, data de aniversário de seu fundador, o Coronel Joaquim Propício de Pina. Desde sua criação, a Banda tem desempenhado um papel fundamental na preservação e difusão da música na cidade e em toda a região. Através de seu trabalho, a Banda se tornou um símbolo da cultura local, atuando ao lado do Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, com os quais preserva o mais importante e antigo arquivo musical de Goiás. Este acervo contém obras que datam do século XIX até os dias atuais, refletindo os gostos musicais de cada época e funcionando como um elo entre o passado e o presente da música goiana.[1][2][4][5][6]
A Banda Phoenix é uma entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública, conforme reconhecido pela Lei Estadual nº 6.634, de 28 de junho de 1967, e pela Lei Municipal nº 12/71, de 3 de setembro de 1971. Além disso, a Banda faz parte da rede de Pontos de Cultura e integra o Conselho Municipal de Política Cultural, o que reforça seu compromisso com a promoção da cultura local e com a educação musical. Composta por músicos voluntários e amadores, a Banda está presente nos principais eventos cívicos, sociais, políticos e religiosos de Pirenópolis, como as cavalhadas, alvoradas e retretas, além de realizar apresentações em cidades vizinhas. Sua participação ativa em diversos eventos culturais também foi essencial para o reconhecimento da Festa do Divino como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN em 2010.[7][8][9][10][11][5][12]
Durante a pandemia de COVID-19, em 2020 e 2021, a Banda desempenhou um papel crucial na preservação das tradições locais, realizando apresentações com número reduzido de músicos e seguindo todas as normas de segurança. Mesmo com as restrições impostas pela pandemia, as celebrações religiosas e culturais continuaram a ser realizadas, sendo transmitidas pelas redes sociais da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, permitindo que as tradições fossem mantidas e celebradas à distância.[13][14][15]
Após décadas de atuação em espaços provisórios, a Banda finalmente conquistou sua sede própria, no Casarão da Banda Phoenix, localizado na Avenida Neco Mendonça, 12, no Centro Histórico de Pirenópolis. O edifício, construído em 1914 pelo intendente José Ribeiro Forzani, originalmente abrigava o Mercado Municipal da cidade. Em 2018, o casarão passou por uma reforma realizada pela prefeitura, readequando-se para abrigar a sede da Banda e a escola de musica, e preservou suas características da arquitetura colonial goiana, com o uso de materiais como madeira, barro e pedra, típicos da época. Hoje, o Casarão da Banda Phoenix é não apenas a sede da Banda, mas também um importante patrimônio histórico e material de Pirenópolis, que mantém viva a memória cultural da cidade e da região.[16][17]
Histórico
Contexto musical em Meia Ponte
O povoamento da Capitania de Goiás, impulsionado pela exploração do ouro no século XVIII, trouxe consigo não apenas os desbravadores colonizadores, mas também uma rica tradição musical familiar. Essa tradição, herdada através do capital cultural, foi transmitida de geração em geração, fomentando a produção musical nas primeiras localidades de povoamento do estado. Neste contexto, as atividades artísticas e culturais de Meia Ponte — atual Pirenópolis —, como em outras localidades do período colonial, estavam intimamente ligadas às manifestações religiosas, especialmente às promovidas pelas irmandades. A Irmandade do Santíssimo, em particular, desempenhou um papel central tanto no processo de povoamento quanto na evangelização, sendo essencial na construção das primeiras formas de expressão musical em Goiás.[18][19][20]
Durante os séculos XVIII a XX, diversos nomes se destacaram na formação da produção musical pirenopolina. Entre eles, podemos citar o Pe. José Joaquim Pereira da Veiga (1772-1840), José Inácio de Nascimento (1787-1850), Pe. Francisco Inácio da Luz (1821-1879), Pe. Manuel Amâncio da Luz (1878), Comendador Joaquim Alves de Oliveira (1770-1851), Antônio da Costa Nascimento, conhecido como "Tonico do Padre" (1837-1903), Silvino Odorico de Siqueira (1856-1935), Antônio de Sá, pseudônimo Gaspar Hauser (1879-1905), Joaquim Propício de Pina (1867-1943) e Vasco da Gama de Siqueira (1883-1971). Esses nomes marcaram a história da música em Pirenópolis, com sua contribuição para a formação e estruturação das práticas musicais na cidade.[18]
O início do ensino musical na região remonta a cerca de 1740, com a chegada dos primeiros portugueses ao Arraial de Meia Ponte. Entre os pioneiros, destaca-se Custódio Pereira da Veiga, músico e pai do Pe. José Joaquim Pereira da Veiga, que viveu em Pirenópolis até 1778. A família Rodrigues Nascimento também teve uma participação decisiva no desenvolvimento da música local, especialmente com a construção do coro da Igreja Matriz de Pirenópolis pela Irmandade do Santíssimo.[18][2].
Enquanto as orquestras se dedicavam ao aparato litúrgico das celebrações religiosas, as bandas de música começaram a se popularizar com a chegada da família imperial ao Brasil. Essas corporações musicais, em sua maioria, focavam nas celebrações para-litúrgicas e em eventos não litúrgicos. A partir da figura central do Comendador Joaquim Alves de Oliveira e do Pe. Diogo Antônio Feijó, nasceu em Pirenópolis a primeira banda de música: a Militar Banda de Música da Guarda Nacional, fundada em 1830 e que permaneceu ativa até 1851. Ao longo do tempo, outras corporações musicais surgiram, como a Banda Euterpe, criada em 1868 pelo Pe. Francisco Inácio da Luz e Antônio da Costa Nascimento; a Banda do Pe. Simeão, também conhecida como Banda da Babilônia, formada em 1873, regida por José Gomes Gerais e tendo por musicos os empregados, capatazes e vizinhos de outras fazendas vizinhas; e, por fim, a Banda Phoenix, fundada em 23 de julho de 1893. Esses marcos históricos revelam a importância da música no desenvolvimento cultural e social de Pirenópolis, uma cidade que se firmou como um polo cultural e musical no coração de Goiás.[19][21]
A Phoenix
Quadrilha Tim tim por tim tim, por Tonico do Padre em 1895 - Arquivo Banda Phoenix
Quadrilha Gato Preto, cópia de Propício de Pina em 1897 - Arquivo Banda Phoenix
Joaquim Propício de Pina, caçula de oito irmãos e nascido em 1867, perdeu seu pai aos 4 anos e foi criado pelos tios Braz de Pina, Theodoro e Theodolino Graciano de Pina, que faziam parte da segunda orquestra da Matriz de Meia Ponte, sob a regência do padre Francisco Inácio da Luz, irmão de Antônio da Costa Nascimento, o Tonico do Padre. Foi nesse ambiente musical que Propício ingressou na Banda Euterpe, onde teve de enfrentar a disciplina rígida e o temperamento forte de Tonico do Padre, estudando clarineta. Sua habilidade se destacou rapidamente, tornando-se o músico mais brilhante da Banda Euterpe. Passou a dar aulas particulares a jovens como Olavo Batista, Américo Borges de Carvalho, José Ribeiro Forzani e Olegário Herculano de Aquino, estudantes do Colégio Ateneu Meiapontense, que buscavam aperfeiçoar-se em música. As aulas, que começaram em janeiro de 1892, aconteciam à noite, na casa de Antônio Tomás de Aquino Correa.[22]
Com a extinção da Banda do Padre Simeão, os alunos de Propício, agora em maior número, adquiriram novos instrumentos como clarineta, cornetim, trombone, bombardino, oficleide, bombo e pratos, e a abordagem das aulas passou de teórica para prática. No aniversário de 26 anos de Propício, em 23 de julho de 1893, os alunos prepararam uma apresentação surpresa, marcando o nascimento da Banda Phoenix, que assim como a Fênix, ressurgia das cinzas da antiga Banda da Fazenda Babilônia. Essa ação gerou grande ciúmes em Tonico do Padre, que passou a ver Propício como um ingrato. Em 1898, após um atentado a Tonico, a liderança da Banda Euterpe passou para Odorico de Siqueira. No ano seguinte, quando Tonico retornou, Propício já havia alcançado o cargo de Mestre de Capela do Coro da Matriz, a posição mais prestigiosa da cidade, responsável pelas celebrações da Irmandade do Santíssimo Sacramento, o que ampliou ainda mais sua influência como maestro da Banda Phoenix e do Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário.[23]
Formação atual da Banda Phoenix durante Procissão de Ramos na Semana Santa
Tonico do Padre, mesmo em idade avançada, manteve sua influência junto à Irmandade do Santíssimo Sacramento e, em 1901, reassumiu o cargo de Mestre de Capela da Matriz. Em 1902, com a crescente rivalidade entre as Bandas, a Irmandade dividiu a música da Semana Santa: a Banda Euterpe ficou responsável pelas celebrações de quinta e sexta-feira santas, enquanto a Banda Phoenix ficou com o sábado e o domingo. Após a morte de Tonico do Padre, em 1903, sua viúva transferiu o comando da Banda Euterpe e todo o acervo musical para o major Silvino Odorico de Siqueira, iniciando uma nova fase na disputa entre as duas Bandas, que continuaram a refletir a divisão política local, até a extinção da Euterpe na década de 1930.[3]
Durante esse período de rivalidade, a disputa se intensificava com o vazamento clandestino de partituras e a troca de músicos entre as bandas. Esses conflitos acabaram por elevar o nível musical de Pirenópolis, que se tornava cada vez mais refinado e disputado. [3][24]
Pós Propício
Com a morte de Joaquim Propício de Pina, em 11 de agosto de 1943, a Banda Phoenix enfrentou novos desafios. A principal questão era quem assumiria a regência e qual seria o local para os ensaios, já que até então os encontros aconteciam na casa de Propício. Considerado braço direito de Propício e seu substituto em diversas ocasiões, Luiz de Aquino Alves, que havia aprendido a tocar a maioria dos instrumentos da Banda e era o afinador oficial, assumiu a liderança da Banda e do Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, transferindo logo em seguida a regência do coro a Sebastião Pompeu de Pina, o Tãozico Pompeo.[2]
A Crise e a Reorganização
A política da industrialização de Getúlio Vargas e o empobrecimento da economia goiana afetaram diretamente Pirenópolis, que se viu cada vez mais isolada geograficamente e economicamente, com as expansões de cidade mais progressistas como Anápolis, Goianésia e Goiânia, levando muitos moradores da cidade a mudarem para estes centros, o que teve impacto negativo na Banda Phoenix. A falta de aulas regulares e o distanciamento da juventude local dificultaram a continuidade das atividades. Luiz de Aquino, ao se filiar ao PSD, entrou em uma guerra política local, o que culminou no enfraquecimento da Banda e na sua saída da direção, fazendo com que Sebastião Pompeu de Pina assumisse também a Banda, interinamente.[3][3]
Em 1964, com a Banda Phoenix ameaçada de extinção, Pompeu Cristóvão de Pina assumiu a presidência da banda e, em conjunto com a sociedade musical local, decidiu reorganizar o grupo. Convenceram o idoso Vasco da Gama de Siqueira a assumir a direção musical, o que levou à criação da Escola de Música Mestre Propício, enquanto Tãozico continuo com a parte sacra. Durante esse período, a Banda adquiriu da família Siqueira o restante do arquivo da extinta Banda Euterpe, que estava em péssimas condições. Esse acervo, incluindo partituras e manuscritos, foi cuidadosamente restaurado, permitindo a recuperação de várias obras importantes, incluindo o repertório de Antônio da Costa Nascimento, o Tonico do Padre. Esse trabalho também possibilitou a conclusão de várias peças que estavam incompletas com a junção do aruqivo da Banda Phoenix e Euterpe.[3][25]
A Nova Geração
m 1968, o filho de Vasco da Gama, José Joaquim do Nascimento assumiu como maestro da Banda Phoenix e posteriormente, com auxílio de Braz de Pina Filho, a regência do Coro e Orquestra do Rosário com a morte de Tãozico. Maestro Nascimento, mais conhecido como Zé Guiomar - em homenagem a sua mãe Guiomar do Nascimento - a primeira professora negra na cidade - ministrava aulas de música aos interessados no período noturno, e ao lado Braz de Pina Filho, realizou grande pesquisa, levantamento das peças musicais do acervo e demais documentos do arquivo musical. Durante sua regência, a banda ganhou destaque, realizando o junto à Universidade Federal de Goiás o Primeiro Recital de Compositores Goianos na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário em 1970, que resultou em um LP e, posteriormente, em um CD. Nascimento foi fundamental na organização e conservação do acervo musical da banda, além de restaurar partituras e adaptar arranjos para instrumentos cujas partituras originais haviam se perdido. Em 24 de outubro 1972, a Banda Phoenix venceu em primeiro lugar um concurso musical no aniversário de Goiânia, destacando-se ainda mais no cenário musical. Na volta para Pirenópolis após o concurso, a Banda foi recebida com honras de heróis, em festa pública realizada pela prefeitura local durante três dias. Significativas e extensas foram as contribuições de Zé Guiomar a Banda Phoenix, entretanto, por forças maiores o maestro se despediu da Banda e de Pirenópolis ainda nos idos da década de 1980, mudou-se para Jaraguá onde passou a reger e reerguer a Corporação Musical Santa Cecília, a convite do prefeito daquela cidade.[25][26][26].
Década de 1980 e a Superação de Mamede Silvério de Melo
Nos anos 1980, Mamede Silvério de Melo assumiu a direção da Banda Phoenix. Assim como Luiz de Aquino, ele enfrentou dificuldades devido à falta de apoio cultural e ao desinteresse da juventude local. Mesmo assim, Mamede se dedicou com grande empenho, mantendo viva a tradição musical da cidade, especialmente durante as festividades como a Semana Santa e a Festa do Divino. Seu trabalho foi reconhecido e, em 1992, ele foi convidado a fundar a Banda São José do Tocantins, em Niquelândia. Três anos depois, ele assumiu a Banda 13 de Maio, em Corumbá de Goiás, a mais antiga banda em funcionamento no estado. Em 2002 fundou a Banda Municipal 03 de julho em Cocalzinho de Goiás.[19][18]
A Transformação de Alexandre Luiz Pompêo de Pina
Com a saída de Mamede, Alexandre Luiz Pompêo de Pina assumiu a regência da Banda Phoenix, coincidentemente durante um período de grandes transformações em Pirenópolis. A cidade foi reconhecida como patrimônio nacional pelo IPHAN, o que trouxe maior valorização turística, que já se projetava como a terceira fonte de arrecadação do município, sendo hoje a primeira, e a presença de políticos na cidade, a cidade foi colocava cada vez na mídia e a Banda Phoenix na rua, promovendo tocatas. Com muitos eventos na cidade, a Banda Phoenix era convidada a participar de quase todos, além de continuar a executar as músicas em suas funções tradicionais como Semana Santa, Festo do Divino, aniversário da cidade, dentre outra atividades do calendário festivo local.[26][27]
A Regência de Aurélio Afonso
Desde 2010, a Banda Phoenix é regida por Aurélio Afonso da Silva, um dos mais jovens maestros a comandar o grupo. Aurélio, que iniciou sua trajetória musical na Banda Phoenix aos 14 anos, acumulou experiência ao se alistar na Banda da Base Aérea de Anápolis, onde aperfeiçoou suas habilidades como regente. Enfrentando desafios como a falta de recursos e o falecimento de seu grande incentivador, Pompeu Cristovam de Pina em 2014, Aurélio, ao lado de Eudes Pina Forzani - sucessor de Pompeu-, tem dado continuidade ao trabalho de capacitação de novos talentos para a Banda, com foco na preservação e evolução da Escola de Música da Banda Phoenix.[1][26][28][29][30]
A Banda atualmente
Como símbolo cultural da cidade a Banda de Música Phoenix segue desempenhando um papel central na preservação e difusão da música na cidade. Desde 2019, a Banda aumentou significativamente sua presença em eventos locais, regionais e estaduais, participando de 68 eventos em 2023 e com a previsão de 73 apresentações em 2024. Essa intensa atividade reafirma o compromisso da Banda com a promoção da cultura e da educação musical.
Seus músicos, voluntários e amadores, participam de celebrações tradicionais, como as Cavalhadas, a Semana Santa, a Festa do Divino e a Festa do Rosário. Além disso, a Banda marca presença em eventos cívicos, como os atos comemorativos de 7 de setembro e do aniversário de Pirenópolis, e em festivais culturais, como o Encontro de Coroas do Divino Espírito Santo e o Festival de Bandas de Pirenópolis.[31][32][33]
Durante a pandemia de COVID-19, a Banda enfrentou desafios significativos, mas conseguiu manter as tradições locais vivas por meio de apresentações reduzidas e transmissões digitais. Apesar das restrições, eventos como a Semana Santa e a Festa do Divino foram adaptados para ocorrer sem público presencial.
A Banda Phoenix, atualmente sediada no histórico Casarão da Banda Phoenix, na Avenida Neco Mendonça, preserva um extenso e valioso acervo musical, composto por partituras que datam do século XIX. O espaço abriga também a escola de música, que forma novos talentos e garante a continuidade do legado musical da cidade. Sob a regência de Aurélio Afonso da Silva desde 2010, a Banda continua a expandir sua relevância cultural, promovendo apresentações gratuitas e descentralizando o acesso à música.
A tabela a seguir detalha os principais eventos realizados pela Banda Phoenix ao longo do ano, bem como a participação nos eventos cívicos, políticos e em festivais e eventos sociais, descentralizando o acesso à cultura e promovendo apresentações gratuitas em diversos locais da cidade:
Desde a sua fundação até o falecimento de Propício, a Banda Phoenix e o Coro e Orquestra do Rosário estabeleceram-se na residência do maestro, localizada na Rua Nova, número 15. Após a morte de Propício, a tradição de abrigar a banda nas casas dos maestros continuou até meados de 1970, quando a Banda se mudou para uma sala no antigo mercado municipal. Posteriormente, a banda transferiu-se para o casarão localizado no número 29 da Rua Nova, no mesmo edifício que abrigava o antigo Museu da Família Pompeu [2] propriedade do então presidente da banda Pompeu Christovam de Pina. Com a morte de Pompeu em 2014, a banda se viu desalojada, e migrou-se para um espaço cedido pela prefeitura, nas proximidades do atual Colégio da Polícia Militar Comendador Crhistovam de Oliveira. Através da Lei Ordinária Nº 785/2015, de 17 de dezembro de 2015, a banda passou a ter sede própria, no antigo prédio do Mercado Municipal, construído em 1914 pelo intendente José Ribeiro Forzani, na Avenida Neco Mendonça, 12, no Centro Histórico de Pirenópolis, reformado em 2018 pelo município, ano em que a Banda ocupou o espaço [1].
Atualmente, a sede da Banda Phoenix apresenta características típicas da arquitetura colonial goiana, empregando materiais locais como madeira, barro e pedra. O prédio foi construído no antigo Largo do Teatro São Manoel, onde existiu o primeiro teatro da cidade, edificado em 1860 pelo Comendador Manoel Barbo de Siqueira e demolido em 1890. O edifício foi erguido na administração de José Ribeiro Forzani (Zeco Totó), então Intendente Municipal entre 1911 a 1914, para abrigar o Mercado Municipal.
A madeira utilizada na construção do prédio é de espécies nativas do cerrado, como o cedro e a aroeira, selecionadas por sua resistência e durabilidade, sob a criteriosa direção do carpinteiro Manuel Antonio de Peixoto. O barro é um elemento construtivo importante e foi utilizado na construção de paredes, rebocos e pisos, sendo moldado em tijolos ou adobe. Para dar maior consistência à estrutura, o barro foi misturado com palha ou capim seco. As paredes foram caiadas e pintadas com cores claras de branco e amarelo, que foram reforçadas na reforma de 2021 por serem as cores da Banda Phoenix. A pedra, outro material utilizado no prédio, é proveniente das pedreiras próximas à cidade e foi utilizada em sua forma natural ou lapidada, mas em menor quantidade, principalmente como piso, inserida na administração do então prefeito Mario Mendes em 1936, época em que remodelou o prédio.
Com a extinção do Mercado Municipal, o edifício teve vários outros usos, como local de ensaio da Banda Phoenix, até ser ocupado por diversas secretarias, incluindo a de promoção social, que instalou no local o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) no início dos anos 2000, vindo a cessar na década seguinte. Novamente abandonado, em 2016 foi doado à Banda Phoenix para ser a sede da corporação, tornando-se um importante patrimônio histórico e cultural, tanto material quanto imaterial.
↑ abcdCURADO, João Guilherme da Trindade; LÔBO, Tereza Caroline; LÔBO, Aline Santana (2021). Pirenópolis: paisagens sonoras. [S.l.]: KELPS). Consultado em 6 de setembro de 2022 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abcdePINA, Maria Lúcia Mascarenhas Roriz e (2010). Concerto dos sapos: um patrimônio musical goiano(PDF). [S.l.]: UCG, Dissertação de Mestrado Profissionalizante em Gestão do Patrimônio Cultural, 2005). Consultado em 28 de julho de 2020
↑ abcdefLÔBO, Aline Santana; LÔBO, Tereza Caroline( (2015). A banda de música Phoênix é uma festa.(PDF). [S.l.]: UFG, Anais do V Simpósio de Musicologia - UFG, 2015). Consultado em 6 de setembro de 2022 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abcLÔBO, Aline Santana; CURADO, João Guilherme; SANTOS, Marcos Vinícius Ribeiro dos; LÔBO, Tereza Caroline (2018). Paisagens sonoras e visuais na Procissão das Dores em Pirenópolis, Goiás.(PDF). [S.l.]: UFG, Anais do VIII Simpósio Internacional de Musicologia - UFG, 2018). Consultado em 19 de dezembro de 2020 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abCURADO, João Guilherme da Trindade; SANTOS, Marcos Vinícius Ribeiro dos; PEREIRA, Nikolli Assunção (2020). Coral Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis, Goiás : Breves apontamentos históricos(PDF). [S.l.]: UFG, Caderno de Resumos do X Simpósio Internacional de Musicologia - UFG, 2020). Consultado em 19 de dezembro de 2020 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abCURADO, João Guilherme da Trindade; LOBÔ, Tereza Caroline (2021). A Festa do Divino de Pirenópolis/Goiás: relações corpovestimenta-cidade. [S.l.]: Revista Latitude, v. 15, n.2, pp. 70-93, jul./dez., 2021, ISSN: 2179-5428). Consultado em 2 de setembro de 2022 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Pirenópolis, Prefeitura (20 de dezembro de 2021). «Portaria 002/2021». Portal do cidadão. Consultado em 9 de setembro de 2022
↑CHAUL, Nasr Fayad. (2008). A identidade cultural do goiano. [S.l.]: Ciência e cultura, v. 63, n. 3, p. 42-43, 2011. Consultado em 12 de novembro de 2024
↑DE SOUZA, Sarah Orioli Emídio; DE ALCÂNTARA-JR, Othaniel (2022). As orquestras femininas e o feminismo(PDF). [S.l.]: Musica Brasilis. Consultado em 12 de novembro de 2024 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abCURADO, João Guilherme da Trindade; SANTOS, Marcos Vinícius Ribeiro dos; PEREIRA, Nikolli Assunção (2020). Coral Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis/GO: Breves Apontamentos Históricos(PDF). [S.l.]: UFG, Anais do X Simpósio de Musicologia - UFG, 2020). Consultado em 6 de setembro de 2022 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ abcdNASCIMENTO, Melkia Samantha Lôbo; CURADO, João Guilherme (2015). Banda Phoenix: patrimônio pirenopolino(PDF). [S.l.]: UFG, Anais do V Simpósio de Musicologia - UFG, 2015). Consultado em 6 de setembro de 2022 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Cavalhadas de Pirenópolis. Goiânia, Oriente, 1974. 208p.
CAVALCANTE; Silvio. Barro, Madeira e Pedra: Patrimônios de Pirenópolis. IPHAN, 2019. 352. p.: il.
CURADO, Glória Grace . Pirenópolis uma cidade para o Turismo. Goiânia: oriente, 1980.
CURADO, João Guilherme da Trindade. Lagolândia - paisagens de festa e de fé: uma comunidade percebida pelas festividades. Tese (Doutorado em Geografia), IESA/Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011.
DUARTE, Fernando Lacerda Simões. O feminino e a música católica: entre práticas e representações. In: História e Cultura. Franca/SP. v.7, n 1, p. 50-74. 2018.
JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia, Editora UFG, 1971. Vols. I e II. 624p.
IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Dossiê da Festa do Divino Espírito Santo, Pirenópolis, GO. Brasília: 2017. 159p.
JAYME, Jarbas. JAYME, José Sizenando. Casas de Deus, casas dos mortos. Goiânia: Ed. UCG, 2002.
MENDONÇA, Belkiss Spencière Carneiro de. A música em Goiás. 2. ed. Goiânia: Ed. UFG, 1981. 385p.
NASCIMENTO, Melkia Samantha Lôbo. Banda Phôenix: arte, música e turismo. Trabalho de Conclusão de Curso. Tecnologia em Gestão de Turismo UEG/Pirenópolis, 2015. 40p.
PINA FILHO, Braz Wilson Pompeu de. Memória musical de Goiânia. Goiânia: Kelps, 2002.
PINA FILHO, Braz Wilson Pompeu de. Antônio da Costa Nascimento (Tonico do Padre): um músico no sertão brasileiro. In: Revista Goiana de Artes. Goiânia: CEGRAF/UFG, 1986. pp. 1-24.
SILVA, Mônica Martins da. A festa do Divino: romanização, patrimônio & tradição em Pirenópolis (1890-1988). Goiânia: AGEPEL, 2001, 229p.
UNES, Wolney; CAVALCANTE, Silvio Fênix. Restauro da Igreja Matriz de Pirenópolis. Goiânia: ICBC, 2008. 240. p.: il.