Azeviche (do latimgagates, significando pedra oriunda do rio Gages, na Lícia) é uma gemafóssil formada pela ação da pressão oceânica sobre uma rocha sedimentar constituída de restos fósseis de plantas. Trata-se de uma variedade fibrosa e dura de lignito, de coloração negra luminosa, que se pode cortar e polir para confeccionar joias. É também conhecido como âmbar negro.
O azeviche teve um uso muito difundido entre os antigos romanos, que transportavam o produto da Inglaterra para Roma. Seu uso era associado ao luto. Era também empregado na confecção de objetos esotéricos, tais como a figa de azeviche, cujo propósito era afastar serpentes. No século XX, o azeviche também foi muito usado na joalheria de luto. Atualmente seu uso é restrito a certos círculos esotéricos.[1]
De dureza 2 a 2,5 e textura muito fina e compacta, o azeviche apresenta um aspecto negro aveludado com polimento e presta-se para trabalhos de escultura. Pode conter fósseis e pirita, originada da reação do enxofre vegetal com o ferro.
Tal como o âmbar, o azeviche, quando sofre atrito com um pano, adquire eletricidade estática, podendo atrair pedaços de papel.
Como é um material de origem orgânica não é considerado um mineral; pode se ressecar e ficar tomado por rachaduras.
É obtido em muitas partes do mundo, onde ocorrem jazidas de carvão. Em Whitby , North Yorkshire, na Inglaterra, ocorre um azeviche que pode conter inclusão de amonitas, com os quais podem ser confeccionadas belas jóias. Em Portugal, no concelho da Batalha,[2] nas minas de Alcanadas (Barrojeiras e de Chão Preto), era extraído o azeviche usado pela Família Real Portuguesa até ao início do século XX, na confecção das jóias usadas durante os períodos de luto da família.
Também existe azeviche em Peniche (Portugal) e nas Astúrias (Norte de Espanha).