Avaliação em saúde

Avaliação em saúde é um termo que se refere a um conjunto de ações desenvolvidas com o propósito de realizar um juízo de valor acerca de um determinado objeto, que pode se tratar, por exemplo, de uma ação, um serviço, um estabelecimento, uma tecnologia, uma política, um programa, um projeto ou, mesmo, um sistema de saúde.[1] Seu objetivo é subsidiar a tomada de decisões, tanto no âmbito clínico, como na gestão, através do fornecimento de informações de qualidade.[2]

Diferentes níveis podem ser abordados pelos procedimentos de avaliação: individual, coletivo, local, regional, nacional ou global. As análises são orientadas para a verificação de determinados atributos, cuja seleção deve estar amparada nas bases conceituais do objeto de interesse, de modo a permitir alcançar os objetivos desejados.[3]

O método de investigação escolhido deve ser adequado para atender os objetivos da análise e compatível com as condições e recursos disponíveis. Em geral, os desenhos de estudos são classificados como: experimentais, que analisam os efeitos de uma intervenção em comparação a um grupo controle; quasi-experimentais, que não adotam estratégias de controle tão rigorosas como os anteriores, e não-experimentais, que se baseiam na interpretação de dados obtidos sem a interferência do avaliador.[4] Outros modelos incluem a avaliação de tecnologia e os estudos qualitativos.[5]

Segundo alguns autores, há dois tipos de avaliação: a "avaliação normativa" e a "pesquisa avaliativa". A avaliação normativa realiza um julgamento, tendo como referencial um padrão composto por um conjunto de critérios e normas pré-estabelecidos, cuja existência estaria relacionada ao efeito produzido pela intervenção em análise. Um exemplo desta modalidade seriam os estudos de qualidade, para os quais a Tríade de Donabedian é uma teoria muito importante. Ela estabelece que os programas ou intervenções em saúde podem ser analisados a partir de três dimensões: estrutura, processo e resultado.[5] A pesquisa avaliativa, por sua vez, concentra-se na investigação de uma intervenção, em retrospectiva, a partir da aplicação de métodos científicos. Seria o caso das análises estratégica, de intervenção, de produtividade, de efeito, de rendimento e de implantação.[6]

A avaliação se distingue do monitoramento em saúde, uma vez que se presta a produzir um julgamento, enquanto o segundo consiste no recolhimento sistemático de dados ao longo do tempo. Uma ferramenta básica para o monitoramento são os sistemas de informação, responsáveis pelo armazenamento, processamento e disponibilização desses dados, que podem vir a ser fonte de estudo para a avaliação em saúde.[1]

Referências

  1. a b Hartz, Zulmira Maria de Araújo; Silva, Ligia Maria Vieira da (2005). «Conceito, abordagens e estratégias para a avaliação em saúde». Avaliação em saúde: dos modelos teóricos à prática na avaliação de programas e sistemas de saúde (PDF). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. p. 15-39. 275 páginas. ISBN 9788575415160 
  2. Tanaka, Oswaldo Yoshimi; Tamaki, Edson Mamoru (2012). «Open-access O papel da avaliação para a tomada de decisão na gestão de serviços de saúde». Ciênc. saúde coletiva. 17 (4): 821-828. doi:10.1590/S1413-81232012000400002 
  3. Pinto, Isabela Cardoso de Matos; Oliveira, Alcione Brasileiro; Souza, Mariluce Karla Bomfim de; Esperidião, Monique Azevedo (2022). «Avaliação e intervenções em saúde: fundamentos, conceitos e abordagens». Avaliação em saúde: conceitos e práticas formativas (PDF). Salvador: Edufba. p. 69-84. 151 páginas. ISBN 978-65-5630-338-3 
  4. Sisson, Maristela Chitto (2007). «Métodos de avaliação de serviços e programas de saúde». Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 11 (3): 265-276 
  5. a b Blackwood, Rosalind; Currie, Clarie. «Study design for assessing effectiveness, efficiency and acceptability of services including measures of structure, process, service quality, and outcome of health care». HealthKnowledge. Faculty of Public Health. Consultado em 13 de dezembro de 2024 
  6. Hartz, Zulmira Maria de Araújo (1997). «A avaliação na área da Saúde: conceitos e métodos». Avaliação em Saúde: dos modelos conceituais à prática na análise da implantação de programas (PDF). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. p. 29-47. 132 páginas. ISBN 85-85676- 36-1 

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