Aspergirls

Aspergirls: Empowering Females with Asperger Syndrome é um livro de não-ficção escrito pela autora americana Rudy Simone e publicado em 2010 pela Jessica Kingsley Publishers. O livro aborda as experiências de mulheres que possuem síndrome de Asperger, daí o neologismo (junção de "asperger" e "girls", ou "garotas" em inglês). Foi escrito para ajudar meninas e mulheres que foram diagnosticadas com Asperger. Não possui tradução para o português.

Plano de Fundo

Rudy Simone é uma jazzista e autora de livros. Ela lidou com muitos sintomas na infância, mas não percebeu que isso se devia à síndrome de Asperger. Esses sintomas incluíam acting out, mudanças rápidas de humor e dificuldade em compreender certas formas de comunicação. Outra dificuldade foi em fazer amigos, e ela não possui uma amiga íntima até hoje. Ela aprendeu com o tempo a lidar com outras pessoas.[1]

O livro foi publicado quando Simone tinha 47 anos, mas ela afirma nunca ter ouvido a palavra Asperger até alguns anos antes. Ela decidiu escrever o livro porque não conseguiu achar material adequado para lidar com garotas nesse espectro, e a palavra que se tornaria seu título, "Aspergirls", "estalou na cabeça de repente".[2] Ela observou: "Há muitas coisas boas a serem ditas sobre Aspergirls. Somos muito intuitivas. Temos uma incrível capacidade de concentração e uma ética de trabalho que nos torna empregáveis ​​nos trabalhos certos".[1]

A autora se autodiagnosticou como tendo síndrome de Asperger, mas pro livro ela só entrevistou mulheres que haviam sido formalmente diagnosticadas. Simone disse que, embora meninos e meninas apresentem os sintomas, isso é expresso de forma diferente entre os dois gêneros.[2]

Simone observou que "se sentia diferente da [sua] família" quando criança, e que seus familiares "pareciam imprevisíveis e assustadores" para ela. Os efeitos do Asperger foram tão fortes que "quando a puberdade entrou em cena, eu passei por surtos de mutismo que podiam durar horas ou até mesmo um dia inteiro".[1]

Conteúdo

O livro foi escrito para meninas e mulheres com síndrome de Asperger. Ele lida com uma variedade de questões que as mulheres no espectro enfrentam, como a variedade de relacionamentos, emprego e depressão. As mais de trinta e cinco mulheres Aspergers entrevistadas para o livro tinham entre 20 e 50 anos.[3][4] Muitas delas não foram diagnosticadas até que seus filhos tivessem sido diagnosticados, o que levou os médicos a checar os pais.[4] As mulheres passaram a maior parte de suas vidas sem saber a origem de seus problemas. Muitas vezes se acreditava que as pessoas sabiam como agir corretamente, embora não soubessem.[4] As mulheres compartilham suas histórias de vida e também dão conselhos aos leitores sobre como lidar com seu diagnóstico.[3] Uma das mulheres discute a questão do casamento, dizendo: "O pai do meu filho e eu moramos na mesma casa, somos amigos, mas vivemos vidas separadas em grande parte devido ao meu transtorno do espectro do autismo (ASD). Vivemos bastante felizes, contudo".[5]

O prefácio foi escrito pela autora Liane Holliday Willey;[6] prefácio este que foi republicado no Journal of Autism and Developmental Disorders.[7] O final tem um apêndice que compara sintomas de meninas e meninos com a síndrome. Há ainda referências e fontes para ajudar pessoas com síndrome de Asperger ou pessoas que conhecem alguém com a síndrome.[5]

Recepção

A Sociedade do Autismo de Ohio disse que o livro é "leitura essencial" para as mulheres que têm um diagnóstico de síndrome de Asperger ou que acham que podem tê-lo. A resenha conclui: "Também será de interesse para parceiros e entes queridos de Aspergirls, e pra qualquer um interessado profissionalmente ou academicamente na Síndrome de Asperger".[3]

Hazel Ratfliffe, escrevendo para a Learning Disability Today, disse: "É um livro belo, inteligente e poderoso e deve ser lido por todos".[8] Kaavonia Hinton, escrevendo para a Foreword Magazine, fez uma crítica positiva, mas também disse: "Embora as vozes dos médicos e de outros especialistas tenham fortalecido o livro, as leitoras serão encorajadas a levar vidas bem-sucedidas e completas".[5]

Shana Nichols, autora de Girls Growing Up on the Autism Spectrum , disse que é uma "excelente leitura", bem como uma "celebração da cultura da feminilidade AS".[9] Nichols também disse que Simone escreve com "paixão, honestidade e verdade".[9]

Premiações

O livro ganhou medalha de ouro na categoria Sexualidade/Relacionamentos do Prêmio IPPY de 2011. Ele também recebeu menção honrosa na Categoria de Questões Femininas no Prêmio BOTYA de 2010.[6] Já foi traduzido para holandês, alemão, japonês, polonês e francês.[9]

Referências

  1. a b c Victoria, Lambert (10 de agosto de 2010). «Help at last for the Aspergirls». The Telegraph. Consultado em 10 de agosto de 2010 
  2. a b Szalavitz, Maia (27 de dezembro de 2011). «Girls on the Spectrum: Q&A with the Author of Aspergirls». Time. Consultado em 10 de agosto de 2014 
  3. a b c «Book: Aspergirls Empowering Females with Asperger Syndrome by Rudy Simone». Autism Society of Ohio. Consultado em 10 de agosto de 2014. Arquivado do original em 12 de agosto de 2014 
  4. a b c «Rudy Simone on understanding and empowering 'Aspergirls'». Jessica Kingsley Publishers. Consultado em 10 de agosto de 2014. Arquivado do original em 12 de agosto de 2014 
  5. a b c Hinton, Kaavonia. «Aspergirls Empowering Females with Asperger Syndrome». Foreword Magazine. Consultado em 10 de agosto de 2014 
  6. a b «Aspergirls Empowering Females with Asperger Syndrome». Jessica Kingsley Publishers. Consultado em 10 de agosto de 2014. Arquivado do original em 13 de agosto de 2014 
  7. Shtayermman, Oren (outubro de 2014) [December 15, 2012]. «Rudy Simone, Forwarded by Liane Holliday Willey, Aspergirls: Empowering Females With Asperger Syndrome». Journal of Autism and Developmental Disorders. 44 (10): 2667–2668. doi:10.1007/s10803-012-1740-4 
  8. Ratcliffe, Hazel (novembro de 2010). «Aspergirls Empowering females with Asperger syndrome». EBSCOhost. Consultado em 10 de agosto de 2014 
  9. a b c Simone, Rudy. «Aspergirls: Empowering Females with Asperger Syndrome». Help 4 Aspergers. Consultado em 10 de agosto de 2010. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2013 

Ligações externas

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