Uma grande costumeira deste dia, nas províncias e nalguns arrabaldes de Lisboa mesmo, é o cantar as janeiras. Junta-se a gente ordinária da terra e mal chega o dia de Ano Bom rompem as vozes:
As janeiras não se cantam Nem aos reis, nem aos fidalgos!
Este sentimento democrático da cantiga, não os impede, ainda assim, de ser justamente à porta dos fidalgos da terra, que eles vão cantar isto, para se lhe dar dinheiro para vinho![5]
”
Anos depois, em 1872, o autor retoma a discussão, concluindo que o facto de ser realizarem peditórios principalmente à fidalguia, seria a causa da crescente popularidade da versão de Penafiel[6]. Contudo, outros autores supõem que, já originalmente, a quadra favorecia a recolha de donativos à porta das casas dos nobres, talvez refletindo os antigos ritos pagãos realizados no início do ano em troca de boas colheitas[7].
↑Castilho, António Feliciano de; Júlio César Machado (1862). «Nota Decima Quinta». Os Fastos. de Publio Ovidio Nasão [...] seguidos de copiosas annotações por quasi todos os escriptores portuguezes contemporaneos (em latim). 1 ou 3 1 ed. Lisboa: Imprensa da Academia Real das Sciencias. p. 349A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑Machado, Júlio César (1872). «As Broas». Á Lareira 1 ed. Lisboa: Livraria de Campos Júnior, Editor. p. 37
↑Emissora Nacional (22 de janeiro de 1966). «Tempo de Poesía»(PDF). RTP. Consultado em 12 de novembro de 2015