O Arquivo Apostólico do Vaticano (Latim: Archivum Apostolicum Vaticanum; Italiano: Archivio Apostolico Vaticano), denominado de Arquivo Secreto do Vaticano até 13 de Junho de 2020,[3] localizado na Cidade do Vaticano, é o repositório central de todos os atos promulgados pela Santa Sé. Estes arquivos também contêm os documentos sobre a administração do Vaticano, correspondência e livros de papas,[4] processos da Inquisição, e muitos outros documentos que a Igreja Católica tem acumulado ao longo dos séculos. No século XVII, sob as ordens do Papa Paulo V, o Arquivo Secreto foi retirado da Biblioteca do Vaticano e permaneceu totalmente fechado para pessoas não-autorizadas até o final do século XIX, quando foram abertos parcialmente pelo Papa Leão XIII.
Extensão
Estima-se que o Arquivo Apostólico do Vaticano contém 84 km de prateleiras,[5] e existam 35.000 volumes no catálogo seletivo, porém "a publicação dos índices, em parte ou como um todo, é proibida", de acordo com os regulamentos atuais estabelecidas em 2005. Os Arquivos Secretos possuem seus próprios estúdios fotográficos e salas de conservação.
Segundo o Vaticano, o documento mais antigo remonta ao final do século VIII. "Transferências e convulsões políticas quase causaram a perda total de todos os arquivos anteriores ao Papa Inocêncio III."[6] De 1198 em diante, existem muitos arquivos e documentos, embora a documentação seja um pouco escassa antes do século XII. Desde essa data, a documentação inclui itens como o pedido de anulação do casamento de Henrique VIII e cartas de Michelangelo.
Acesso
Adjacente ao Museu do Vaticano, a sua entrada é através da Porta di S. Anna na Via di Porta Angelica. Acadêmicos selecionados podem ter acesso a determinado documento dos arquivos se o pedir com antecedência, assim, ele é notificado se o documento está nos arquivos e é autorizado a vê-lo. O atual Arquivista é o arcebispo da Cúria RomanaAngelo Vincenzo Zani, sendo os arquivistas Eméritos: o arcebispo francês Jean-Louis Bruguès, juntamente com o Cardeal-Diácono português José Tolentino de Mendonça.
Abertura dos arquivos
Usualmente, os documentos dos arquivos do Vaticano são disponibilizados ao público após um período de 75 anos. O Arquivo Apostólico do Vaticano ainda está alojado separadamente.
Em 1883, o Papa Leão XIII abriu os arquivos de 1815 ou anteriores para estudiosos não-clericais. (O primeiro historiador leigo a fazer uso do Arquivo Apostólico, foi o historiador do Papado, Ludwig von Pastor.) Documentos foram posteriormente liberados em 1924, até o final do pontificado de Gregório XVI (1 de junho de 1846). Desde então, foram abertos os seguintes documentos:
1966: Documentos do pontificado de Pio IX (1846-1878). Note-se que a abertura do pontificado de Pio IX foi originalmente planeado durante o pontificado de Pio XII.
Em 20 de Fevereiro de 2002, o Papa João Paulo II tomou o extraordinário passo de tornar disponível, a partir de 2003, alguns dos documentos do Arquivo Histórico da Secretaria de Estado (Segunda Seção), que dizem respeito às relações do Vaticano com a Alemanha nazista durante o pontificado de Papa Pio XI (1922-1939). O Vaticano justificou sua ação "para pôr fim à injusta e irreflectida especulação."[7] Em Junho de 2006, o Papa Bento XVI autorizou a abertura de todos os arquivos do Vaticano durante o pontificado do Papa Pio XI.[8]
Arquivistas
Cardeal Agostino Ciasca (19 de maio de 1891 - 4 de Julho de 1893)
Cardeal Luigi Galimberti (25 de Junho de 1894 - 7 de maio de 1896)
Cardeal Francesco Segna (4 de Julho de 1896 - 13 de janeiro de 1908)