Arnulfo nasceu na Normandia, segundo filho de Hardouin de Neuville[1] e, tendo sido educado por seu irmão mais velho, João (Jean), bispo de Sées, seguiu seus estudos formando-se em direito canônico em Roma. Deixou sua marca ao escrever em defesa do papa Inocêncio II uma agressiva carta contra Geraldo (Gerard), bispo de Angoulême, a "caluniosa e antissemita"[1]"Invectiva in Girardum Engolismensem episcopum", publicada por Ludovico Antonio Muratori em sua "Rerum italicarum Scriptores ab anno æræ christianæ 500 ad annum" (vol. III:423–432), que era um aliado do antipapa Anacleto II (Petrus Leonis). Depois, seguiu para o Reino da Inglaterra para servir na corte de Estêvão durante "A Anarquia"[1].
Foi um dos primeiros partidários de Henrique em suas dificuldades, sendo duque da Normandia, para tornar-se rei da Inglaterra e apoiou o partido do rei no conflito contra o arcebispo de CantuáriaThomas Becket, mas, ao tentar mediar entre eles[2], acabou alienando ambos; depois do assassinato de Becket, Arnulfo se encarregou de defender o rei perante o papa[3]. Em 1181 ou possivelmente pouco antes, caiu em desgraça junto ao rei e, por um breve período, junto ao papa Lúcio III também. Renunciou à sua sé alegando idade avançada e fraqueza e se retirou para a Abadia de São Vítor em Paris, onde morreu.
Entre suas obras estão uma coleção de cartas, organizadas por ele mesmo, que sobreviveu em 19 manuscritos, e algumas poesias, tudo publicado na Patrologia Latina por Migne (CCI:1–200).
↑Baker, Derek, "Arnulf of Lisieux advises Becket EHD II in Boydell and Brewer, England in the Early Middle Ages, 1955:195ff.
↑O contexto cultural e os conflitos de Arnulfo foram explorados por Carolyn P. Schriber,The Dilemma of Arnulf of Lisieux: New Ideas Versus Old Ideals (Indiana University) 1990.
↑Spear "The Norman Empire and the Secular Clergy" Journal of British Studies p. 5
Bibliografia
Potthast, August, Bibliotheca historica medii aevi, 2d ed., vol. I:121
Molinier, Auguste, Sources de l'histoire de France (1902), II, n. 1908
Spear, David S. "The Norman Empire and the Secular Clergy, 1066–1204" The Journal of British Studies Volume XXI Number 2 Spring 1982 p. 1–10