O Arco de Cláudio foi um arco triunfal construído entre 51 e 52 d.C. para comemorar a conquista romana da Britânia, ocorrida em 43 d.C. sob o comando do imperadorCláudio. Ele foi realizado através da monumentalização de um arco da Água Virgem, que neste ponto atravessava a antiga Via Lata (moderna Via del Corso) e era decorado com estátuas de membros da família imperial e diversos outros troféus.[1] Apesar de ter sido destruído, sua inscrição está preservada nos Museus Capitolinos.[2]
História
O arco ficava no local onde a Via Flamínia cruza com a Via Lata, ao lado do Pórtico de Vipsânia, onde hoje está o Palazzo Sciarra Colonna na Via del Corso. Apesar de ter sido dedicado em 51 a.C., sua construção já havia sido antecipada no reverso de moedas cunhadas em 46-47 e 49 a.C.. As moedas o apresentam com uma estátua equestre no topo ladeada por dois troféus. O arco em si era uma conversão de um dos arcos do aquedutoÁgua Virgem, que seguia pelo trajeto da Via Lata, a nordeste da Saepta Julia. Do arco em si não resta nenhum traço na Via del Corso, mas é possível conhecer sua estrutura através de um desenho realizado por Pirro Ligorio (1583)[1].
A inscrição reconstituída (também presente em arcos dedicados por Cláudio pelo mesmo motivo em Boulogne-sur-Mer — de onde ele zarpou para a Britânia — e em Cízico) é a seguinte[3]:
“
"TI(BERIO) CLAUD(IO) DRUSI F(ILIO) CAISARI AUGUSTO GERMANICO PONTIFICI MAXIM(O) TRIB(UNICIA) POTESTAT(E) XI CO(N)S(ULI) V IMP(ERATORI) XXII CENS(ORI) PATRI PATRIAE SENATUS POPULUSQUE ROMANUS QUOD REGES BRITANNORUM XI DEVICTOS SINE ULLA IACTURA IN DEDITIONEM ACCEPERIT GENTESQUE BARBARAS TRANS OCEANUM PRIMUS INDICIONEM POPULI ROMANI REDEGERIT" A Tibério Cláudio César Augusto Germânico, filho de Druso, pontífice máximo, com poder tribunício pela décima-primeira vez, cônsul pela quinta. Imperador pela vigésima-segunda vez, censor, pai da pátria, o Senado e o Povo Romano (dedicou este monumento) por ter aceitado a rendição de onze reis da Britânia submetidos sem nenhuma derrota e por ter submetido pela primeira vez ao poder do povo romano as gentes bárbaras d'além do oceano.
”
Aparentemente o Arco de Cláudio já estava em ruínas no começo do século VIII. Em 1562, 1641 e 1869 partes da estrutura foram encontradas, incluindo um fragmento da inscrição principal, inscrições dedicadas a outros membros da família imperial, parte das fundações e alguns fragmentos de esculturas (das quais nada restou). Um grande fragmento da inscrição que ficava no centro do ático está hoje conservado no pátio interno do Palazzo dei Conservatori (parte dos Museus Capitolinos). Alguns fragmentos de esculturas estão no museu do Palazzo Nuovo e na Galleria Borghese; um painel representado a Guarda pretoriana (que elevou Cláudio ao trono depois da morte de Calígula) está no Museu do Louvre em Paris[1].