Foi inventado por volta de 1440 no Sacro Império Romano-Germânico (atual Alemanha), sendo usado pela infantaria entre os séculos XV ao XVII. Era uma arma portátil, de peso por volta de 5 quilogramas e com calibre na faixa de 15 a 20 milímetros. Seu alcance máximo era de até 800 metros, mas nunca era empregada em distâncias superiores a 150 metros, pois as chances de se atingir um alvo a esta distância eram desprezíveis - mesmo que este fosse muito grande, como eram as formações de batalha usadas no período.
"Espingarda" é o nome genérico dado às armas de fogo portáteis usadas em Portugal no início do século XVI. O termo "espingarda" já convivia com o nome "arcabuz" em meados daquele século, como no caso do regimento de Tomé de Sousa (1548) que determinava que os capitães hereditários eram obrigados a ter "vinte arcabuzes ou espingardas". Mais para o final do século, a palavra "espingarda" vai deixando de ser usada, sendo substituída pelo nome "arcabuz" e pela nova arma, o mosquete, mas volta a aparecer no século XVIII para designar a arma de infantaria. De calibre e dimensões variáveis, podemos dizer que, de forma genérica, a arma media cerca de 1,2 a 1,5 metro de comprimento e que tinha de 4 a 6 quilogramas de peso. Disparando uma bala esférica de chumbo de 15 a 20 milímetros de diâmetro, era capaz de penetrar a maior parte das armaduras usadas na Europa e em todas as proteções disponíveis para os indígenas das Américas. Não se conhecem exemplares de espingardas militares do século XVI em acervos de museus no Brasil.
Apesar de ser a arma mais utilizada e apropriada para o Brasil dos séculos XVI e XVII, não era a preferida, pelo menos aparentemente: o mosquete, apesar de mais pesado, dava maior status (e soldo) aos soldados, de forma que estes preferiam ser classificados como "mosqueteiros", apesar de usarem uma arma mais pesada.
↑S.A, Priberam Informática. «arcabuz». Dicionário Priberam. Consultado em 22 de março de 2023
↑FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 157.
↑Crónica de Santa Cruz do Cabo de Gué. Chronique de Santa-Cruz du Cap de Gué (Agadir). Texte portugais du XVIeme siècle, traduit et annoté par Pierre de Cenival. Paris, Paul Geuthner. 13, rue Jacob, 13. 1934.